Falando de Negócios

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OS CONFLITOS ÉTICOS DAS 48 LEIS DO PODER

AO PEDIR AJUDA, APELE PARA O EGOISMO DAS PESSOAS. JAMAIS PARA A SUA MISERICÓRDIA OU GRATIDÃO

Tem pessoas que adoram a bajulação e os elogios vazios e esquecem de analisar da boca de quem está saindo isso. Normalmente a identificação do lado egoísta das pessoas é feito por pessoas que tem como grande e único recurso o “puxar o saco do outro” ao invés de falar verdades que poderiam agregar mais ao projeto, ao gestor e representar um atalho rumo ao sucesso. Outro ponto é que não devemos esperar a gratidão de ninguém, ela virá naturalmente, por gravidade, das pessoas que sabem que “dor de barriga” não dá uma só vez.

No nosso artigo da semana vamos avaliar uma lei que trata da forma como chegamos ao outro para pedir ajudar, colaboração, convidá-lo para fazer um projeto em comum ou mesmo lançar uma ideia para alcançar um projeto futuro.

As pessoas, infelizmente não gostam de serem lembradas dos favores que receberam, preferem que esqueçam os degraus que subiram ou as facilidades que tiveram ao longo da caminhada, facilidades estas, muitas vezes, geradas por outras pessoas. A única coisa que faz parte desse novo momento vivido por uma pessoa em ascensão é o seu “umbigo”, ou melhor o seu “egoísmo” e a memória seletiva que o leva a ignorar histórias e evidenciar seus atributos da vitória.

Por isso, a décima terceira lei do poder de Robert Greene traz para nós uma discussão muito especial sobre egoísmo e gratidão, coisas que deveriam andar distante e nos dias atuais estão mais fortes do que nunca.

Lei nº 13 – Ao pedir ajuda, apele para o egoísmo das pessoas. Jamais para a sua misericórdia ou gratidão: Se precisar pedir ajuda a um aliado, não se preocupe em lembrar a ele a sua assistência e boas ações do passado. Ele encontrará um meio de ignorar você. Em vez disso, revele algo na sua solicitação, ou na sua aliança com ele, que o vá beneficiar, e exagere na ênfase. Ele reagirá entusiasmado se vir que pode lucrar alguma coisa com isso.

A 13ª lei do poder, conforme descrita no livro “As 48 Leis do Poder” de Robert Greene, em síntese é: “Quando pedir ajuda, apele para o ego das pessoas, não para a piedade ou gratidão deles”. Essa lei é baseada na ideia de que as pessoas estão mais propensas a ajudar quando sentem que suas habilidades e competência são valorizados e que sua ajuda é genuinamente necessária, fundamental e a grade salvação de qualquer projeto. Greene enfatiza que, em vez de pedir ajuda com uma abordagem humilde ou implorando, é mais eficaz apelar para o senso de orgulho e competência do outro.

O egoísmo desmedido refere-se a um comportamento extremamente egocentrista, em que o indivíduo prioriza seus próprios interesses, desejos e necessidades acima de tudo e de todos os outros. Esse tipo de egoísmo pode ser prejudicial e costuma ser visto negativamente, pois uma pessoa com egoísmo desmedido tende a ignorar os sentimentos, necessidades e bem-estar dos outros, mostrando falta de empatia e compromisso em suas relações interpessoais.

Além disso, o egoísmo desmedido pode levar a consequências negativas tanto para o próprio indivíduo quanto para aqueles ao seu redor, resultando em conflitos, perda de amizades e até mesmo problemas mais sérios no trabalho, na família e na sociedade em geral.

Por isso, é fundamental que não percamos a GRATIDÃO dos nossos radares de vida, pois é ela que define laços e a devolução em forma de alguma coisa, das mãos estendidas ao longo de grandes dificuldades, que um dia, todos já passaram.

Digo a todos que, quem não lembra da “mão amiga”, não terá uma vida muito fácil quando chegar ao poder, afinal de contas, ser grato não está apenas no agradecer, está no bom dia dado, no reconhecimento de que uma conquista não é alcançada por um homem só, na comemoração com todos e a referência a quem fez a diferença, que muitas vezes não está no cargo mais alto da organização, mas ela pode levar o crédito pela condução nata de um líder.

Sempre sugerimos a construção de um mundo onde o PODER seja construído, conquistado e não simplesmente roubado por gestos nada éticos e usando as pessoas como simples massas de manobra.

O ser humano por natureza é egoísta, mas mais do que isso ele é carente. E gostaria de explicar esse binômio EGOISMO x CARÊNCIA que pode ser resolvido entendendo o comportamento humano. Um gestor egoísta, muitas vezes está escondendo grandes fragilidades por trás de uma cortina de fumaça que o leva ao egocentrismo. Ele se considera o centro das atenções, criado por meio da disseminação da
cultura do medo, onde as pessoas ao invés de serem sinceras adotam a postura do “SIM SENHOR” o tempo todo, reforçando nele a imagem de que tudo o que ele faça seja bom e portanto ele se eternize como um grande líder. Mas isso é um grande engano. O líder de verdade ele se constrói em cima do diálogo, do saber ouvir, escutar e transformar críticas, elogios, recados, advertências em base de dados para a construção de uma liderança baseada no respeito.

Voltamos a mais uma vez evidenciar que ninguém faz nada sozinho. Nem nascer o fazemos sozinhos. Precisamos dos outros para nos manter alertas, precisamos dos outros para não nos acomodarmos e precisamos dos outros para crescer. E esses outros que cito aqui, não devem ser usados como degraus ou trampolins e sim elementos importantes na construção de uma sociedade melhor e com pessoas melhores.   

Ao avaliar a aplicação desta lei, é importante considerar alguns pontos:

1. Use elogios: Para fazer com que as pessoas se sintam valorizadas, elogie suas habilidades e competências e as inclua no projeto de vitória. Isso também ajuda a criar uma conexão emocional e aumentar a probabilidade de que eles ajudem e essa ajuda é a que vamos identificar o comprometimento dessas pessoas em prol do objetivo comum.

2. Seja específico: Ao pedir ajuda, seja claro sobre a tarefa específica ou o problema que você deseja que a pessoa resolva. Isso permite que a pessoa veja como sua expertise é necessária e apreciada. Quando o generalismo impera nas conversas, criamos um mundo de dúvidas e, as vezes, estamos pedindo de alguém o que ela não poderá dar.

3. Peça conselho e não favores: Quando você pede conselhos, está demonstrando respeito pela opinião e experiência de alguém. Isso é melhor do que pedir um favor, que pode fazer com que alguém se sinta usado ou explorado.

4. Evite parecer desesperado: Ao pedir ajuda, é importante equilibrar a comunicação de sua necessidade com a manutenção de sua própria dignidade e autoconfiança. Parecer desesperado pode afastar as pessoas em vez de motivá-las a ajudar e a fazer parte dos projetos.

Como as outras leis do poder discutidas por Greene, a 13ª lei também deve ser aplicada com sabedoria e equilíbrio. O objetivo não deve ser manipular as pessoas, mas criar relacionamentos genuínos, parcerias frutíferas e o respeito se sobressair a cultura do medo.

Fechando esse nosso décimo terceiro artigo sobre as 48 LEIS DO PODER faria apenas algumas adaptações, baseada nos argumentos acima apresentados:

Ao pedir ajuda, não ignore a história das pessoas. Aproveite o máximo

das habilidades e competências de cada uma delas e jamais cometa o erro

de cobrar favores: Se precisar pedir ajuda a alguém, não se preocupe em lembrar a ela seus bons atos do passado. Conquiste as pessoas pelo lado do respeito. Deixe que a gratidão faça parte da lembrança das pessoas e não seja lembrada como moeda de troca em momentos de desespero. Revele algo na sua solicitação, ou na sua aliança com ele, que o coloque como uma pessoa importante e que faça parte da conquista. Com isso, ele reagirá entusiasmado se vir que pode estar incluso no projeto e nos resultados.

Por: Weber Negreiros