AFONSO RODRIGUES

Falta estadistas

“Um político pensa na próxima eleição. Um estadista, na próxima geração”. (James Clarke)

Uma discussão que vem se arrastando há décadas e décadas. Mas tudo indica que a discussão se limita à limitação. Ainda não nos perguntamos em que pensam os eleitores: Na eleição ou geração? Porque somos nós, eleitores, que elegemos e mantemos os políticos. E ainda não aprendemos a separar, pela qualidade e responsabilidade, o político do estadista. Levante o braço quem está preocupado com isso. Não somos instruídos para a preocupação. Temos estadistas no Brasil? Claro que temos. Só que eles não conseguem atuar dentro dos seus poderes e deveres. Vamos começar a pensar sobre isso e procurar buscar motivos para o início de nossa educação para a cidadania. E o caminho mais curto e fácil, é a educação. Ou nos educamos politicamente, ou ficamos nadando em águas turvas. Navegar em pirogas furadas é perigoso. Então vamos mudar de barco e navegar com segurança na marcha para um futuro cidadão.

Você deve se lembrar do que já falei sobre o cidadão que atravessava o rio, numa canoa alugada. Na travessia ele começou a fazer perguntas ao canoeiro, sobre seus conhecimentos:

– Você sabe ler?

– Não senhor. Não tive tempo pra aprender.

A as perguntas tolas continuaram e a maioria sobre o que ele achava que o canoeiro não sabia. Já estavam no meio do rio, onde a água é mais profunda, quando o canoeiro percebeu que o barco estava furado e a água começava invadir o barco. Foi aí que o canoeiro esboçou um riso e perguntou para o cidadão sabidão:

– O senhor sabe nadar?

O cidadão sorriu e respondeu:

– Não. Taí uma coisa que nunca aprendi.

O canoeiro sorriu e falou:

– Pois eu sei!

É isso aí. O saber está no conhecimento, independentemente da importância do que conhecemos. Mesmo porque a importância está exatamente no que somos como conhecedores da vida. E conhecer a vida é vivê-la com racionalidade. E ainda somos educados de maneira que consideramos a política um jogo do faz de contas. Quando na verdade a política é fundamental e necessária para o desenvolvimento da humanidade. E por isso precisamos levá-la a sério, e com muito respeito. E só consideraremos isso quando formos realmente cidadãos. E só o seremos quando sairmos do balaio de caranguejos, o que ainda somos e seremos, enquanto formos obrigados a votar, quando deveríamos ser instruídos para votar por dever e não por obrigação. Converse sobre isso com o seu candidato das próximas eleições. Mas faça isso com seriedade e respeito. As mudanças na política, vai depender de nossas mudanças. Vamos nos educar e parar de gritar. Pense nisso.

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