Bom dia,
Hoje é sexta-feira (01.07). Primeiro dia do segundo semestre de 2022. Faltam 93 dias para as eleições. E eleições amolecem o coração dos políticos. Ontem, o Senado Federal aprovou em dois turnos um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que abre a possibilidade do governo decretar situação de emergência por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia e desta forma permitir que o governo possa criar programas sociais, contornando a barreira da legislação eleitoral que proíbe a medida. Na esteira, os senadores também criaram um programa de auxílio de mil reais por mês aos caminhoneiros esmagados com o preço exorbitante do diesel; aumentaram em 50% o valor do Auxílio Brasil – passará de um valor mínimo de 400 reais por mês para 600 reais-; e de quebra dobraram o valor do Auxílio Gás, que passará de 60 reais para 100 reais a cada dois meses. A PEC ainda terá que ser apreciada, em dois turnos pela Câmara dos Deputados, mas tudo parece indicar sua aprovação sem muitos problemas e com quebra de interstício, que tem se tornado comum no Parlamento brasileiro.
A conta deste pacote de bondades vai custar aos contribuintes brasileiros a bagatela de R$ 42 bilhões, isso porque a existência dos benefícios será a partir de agosto até dezembro, isto é, por cinco meses, o que caracteriza as medidas como absolutamente emergenciais, apesar de muitos considerarem que tudo isso contém alguma dose de oportunismo eleitoreiro. Para além das polêmicas, o certo é que os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram claramente que um número crescente de brasileiros e brasileiras engrossa a fileira de miséria quase absoluta no Brasil. Nesse cenário, parece fora de dúvida que os políticos, incluindo o dos legislativo e os dos executivo adotem medidas para conter o avanço da miséria no pais, isto é importante tanto no plano social/moral quanto sob o aspecto econômico para alargar a possibilidade do país de sair da recessão que enfrenta faz mais de uma década.
O que se pode questionar é a natureza transitória das medidas. Na verdade, a duração de tais benefícios deveria ser enquanto durassem as causas que levam tantos patrícios a necessitarem de programas de distribuição de renda por parte do governo para poder comer. A metodologia da distribuição deveria também ser alterada para evitar que famílias nas mesmas condições de miséria recebam valores mensais desiguais. Por outro lado, é igualmente necessário que se tenha em mente que esses programas sejam criados e implementados dentro de um conjunto de medidas que permitam que as famílias atendidas possam superar as dificuldades de sobreviver e crescer socialmente para deixarem o cordão dos miseráveis, ou quase isso. E sob tal aspecto, o que torna melhor, e permanente, as condições devida da população é a oferta de emprego digno para todos.
MENOR
O IBGE divulgou os mais recentes números sobre o mercado de trabalho no Brasil. Pela primeira vez em sete anos, o desemprego no país está em menos de 10% (9,98%). O problema principal é que o aumento do número de trabalhares e trabalhadoras empregados vem acompanhado de uma redução do salário médio que se paga no país, consequência da má qualidade dos empregos gerados. O bom é que as últimas previsões do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) apontam para o crescimento da economia brasileira muito próximo a 1,8% em 2022, conforme previsão do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). A expansão da oferta de emprego, mesmo de má qualidade pode elevar um pouco o salário médio pago pelos empregadores.
LISTA
A bancada federal de Roraima está comemorando a publicação de mais uma lista com 355 novos nomes de ex-servidores do ex-territórios nos quadros da União Federal. E ainda tem mais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve assinar hoje um decreto que desobriga os servidores de comprovarem escolaridade exigida à época para os cargos que ocuparam. As informações foram repassadas à Parabólica pelo deputado federal Hiram Gonçalves (PP). Lembrando que o ritmo de publicação das portarias e a dispensa de comprovação da escolaridade são bandeiras empunhadas por toda a bancada federal em Brasília. Em conjunto eles têm amolecido os corações dos burocratas do atual governo, bem diferente da situação vigente nos governo federais anteriores.
MARQUETEIROS
Antônio Denárium (PP) e Teresa Surita (MDB) já decidiram na escolha dos marqueteiros que vão comandar suas campanhas. O de Denárium será o paulista Gilberto Musto, que já está trabalhando na campanha desde o final do ano passado. Já Teresa optou por Marcelo Vitorino – Parabólica não sabe a naturalidade dele-, sabe que já trabalhou em campanhas anteriores inclusive a do prefeito Arthur Henrique. A diferença do trabalho entre eles será melhor avaliada quando começar o período de propaganda eleitoral gratuita no Rádio e na TV. O preço oficial de cada um dos marqueteiros só saberemos quando da prestação de contas das campanhas.
PESQUISAS
E continua nos bastidores a guerra de pesquisas. Embora os números não possam ser divulgados por falta de registro na Justiça Eleitoral, números que chegam a Parabólica mostram que eles estão muitos de acordo com a vontade de quem paga. Assim, a mesma instituição pesquisadora, com coleta de pesquisados na mesma ocasião, apresentam números diferentes para o mesmo candidato. A prática está sendo seguida para todos os cargos em disputa. E não deve ser pouca a grana que os candidatos estão pagando para poder exibir os números que lhes são convenientes.