Descoberto em 1897 na Alemanha, o vírus da febre aftosa dizimou rebanhos em toda a Europa e em outras partes do mundo; foi uma doença de rápida disseminação. Logo, estudos foram realizados, isolando-se o vírus, e meios de combate foram criados, incluindo uma vacina eficaz capaz de controlar a doença.
A febre aftosa não afeta diretamente os seres humanos. A doença é uma enfermidade que atinge animais de casco fendido, como bovinos, ovinos, caprinos e suínos. O vírus da febre aftosa não é considerado uma ameaça para a saúde humana.
Os principais sintomas da febre aftosa nos animais incluem febre, vesículas na boca e nas patas, salivação excessiva e claudicação. A doença pode causar perdas significativas na produção animal e tem implicações econômicas sérias devido às restrições comerciais que podem ser impostas durante um surto.
Por que esse foco na febre aftosa? Recai sobre ela a responsabilidade pelos acordos de comercialização de carnes, principalmente bovinas, ao redor do mundo. Países que erradicaram a doença por completo criam meios de impedir o ingresso dessa enfermidade em seus rebanhos, evitando perdas significativas e prejuízos econômicos incalculáveis. Já os países que ainda vacinam mascaram os resultados de exames laboratoriais para verificar a ausência de carga viral em produtos e subprodutos bovinos, o que impede a comercialização destes em mercados mais exigentes, limitando consequentemente o poder de comercialização internacional do Brasil.
Em Roraima, a doença teve seu último caso registrado em 2001 no município de Caroebe. Desde então, o Governo do Estado implementou várias medidas para erradicação e controle da doença. Em 2008, criou-se a ADERR (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), que, junto com o MAPA (Ministério de Agricultura Pecuária), tem conduzido o controle em todo o estado, incluindo as divisas com países como a Venezuela, onde há risco desconhecido para a doença.
A vacinação em Roraima ocorria tradicionalmente em duas etapas, em abril e outubro de cada ano. Os pecuaristas perceberam várias alterações ao longo dos anos, com etapas em que eram vacinados todos os bovinos e outras em que não vacinavam 100% do rebanho. Agora, a etapa foi antecipada para MARÇO e abrangerá 100% do rebanho.
O status sanitário em relação à febre aftosa, classificando áreas como “livre de aftosa com ou sem vacinação” ou com “ocorrência da doença”, é geralmente definido por organizações internacionais e nacionais de saúde animal. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) desempenha um papel fundamental na padronização desses status e diretrizes globais. Nacionalmente, o MAPA é quem controla os STATUS.
Roraima visa o STATUS de livre de aftosa SEM VACINAÇÃO, e conforme explicado pelo presidente da ADERR, Marcelo Augusto Parisi, em entrevista ao podcast Folha Agro BV, a última etapa de vacinação foi antecipada por questões burocráticas de contagem temporal adotada pelo MAPA, que inicia em 01 de Maio. Portanto, é necessário que nesta data todos os animais estejam vacinados e informados aos órgãos competentes para que possamos alcançar o objetivo de ÁREA LIVRE DE AFTOSA SEM VACINAÇÃO.