Bom dia,
Hoje é quinta-feira (14.04). Véspera de mais um feriadão, que vai anteceder outro, no próximo final de semana. O de hoje é ensejado pelo feriado religioso da Sexta-feira Santa lembrado para os cristãos como o dia da morte do fundador do cristianismo. O próximo é reservado para que os brasileiros e brasileiros lembrem-se de seu mais celebrado líder contra o domínio português, Tiradentes, enforcado em praça pública por ser u principal líder da Inconfidência Mineira, movimento deflagrado no final do Século XVIII, que teve por mote a cobrança de impostos pela Coroa portuguesa, especialmente sobre a produção de outro.
A Coluna faz referência a essas datas para lembrar que esses feriadões são uma tradição brasileira para que as atividades no país, especialmente no setor público deem lugar a recessos para gente, que na sua maioria, nem sabe o que está comemorando. Eles são criados pelos políticos e funcionam assim: se o data a ser lembrada comemorada cai numa quinta-feira, as autoridades públicas decretam o dia seguinte como Ponto Facultativo; e o mesmo acontece se ela cai na terça-feira, então a segunda-feira fica sem trabalho. E até ainda a prática muito usual de anteciparem ou transferirem os feriados para justificar o Ponto Facultativo. É uma conduta que custa bilhões de prejuízo à economia como um todo, mas traz ganhos políticos aos populistas que governam o país. Não sem razão, nós que já estivemos como 5ª maior economia industrial do Planeta, hoje não passamos da 14ª. Que fazer?
NO LIXO
Com a sanção da lei que extingue a Companhia Energética de Roraima (CERR) jogou-se no lixo da história a trajetória de uma empresa que nos anos 80 do Século passado era considerada uma das mais eficientes do Brasil, e que vergou pela incompetência dos políticos que lhes tomaram de assalto. Claro, tendo como pano de fundo uma política do governo federal de concentrar todo o sistema elétrico do país, criando um monstro que igualmente está fenecendo, tendo deixado um lastro de corrupção e desmandos que até hoje continua impune.
TRAJETÓRIA
O começo da destruição da CERR começou quando sem qualquer justificativa o governo federal assumiu a geração e distribuição do sistema Boa Vista – a mais lucrativa-, deixando à empresa estadual o sistema de distribuição e a geração do interior, quase todo antieconômico. Ou seja, sem qualquer indenização ao estado, uma empresa federal, a Eletronorte, assumiu a concessão da estadual e também quase todo seu patrimônio. Mais tarde, tudo isso e o que restou da CERR, inclusive a restaurada Usina Hidroelétrica do Jatapu, foi privatizada pela merreca de 50 mil reais.
SAQUEADA
E ainda quando a CERR agonizava financeira e economicamente por conta do empreguismo e da inviável economicidade do sistema de geração e distribuição do interior do estado – que incluía o fornecimento de energia elétrica gratuita a pequenas comunidades, inclusive indígenas-, os políticos ainda encontraram um meio de saqueá-la. Quem não se lembra do famoso empréstimo de R$ 600 milhões, tomado junto a bancos federais, no governo do falecido governador Anchieta Júnior, cuja justificativa era a de recuperar financeira e economicamente a CERR para depois entrega-la ao sistema Eletrobrás. Quase nada foi feito com essa montanha de grana, que gerou um passivo de mais de um bilhão de reais aos cofres estaduais, e só agravou a situação da concessionária estadual. Nada foi apurado, apesar dos fortes indícios de malversação do dinheiro público. É claro, tudo vai ser devidamente esquecido nos arquivos da história.
SÓ ELES?
Essa história da compra de 35.000 unidades do Viagra e de algumas próteses penianas pelo Exército Brasileiro, que vem sendo denunciada pela imprensa, para além da justificativa que venha a ser dada pelos militares é parte da montanha de privilégios que o Estado brasileiro reserva a algumas corporações, não só as militares. Esses privilégios que somados chegam a bilhões de reais são usufruídos, inclusive, por conta do regime de trabalho e da remuneração. Será que algum dia os brasileiros e as brasileiras terão coragem para enfrentar esses imorais privilégios?
AUMENTO
E o presidente da República, Jair Bolsonaro (PP) decidiu dar uma cavalar aumento de 5% no salário dos servidores públicos em geral, que estão faz mais de cinco anos sem reajustes. E estamos falando dos barnabés do Poder Executivo, pois os servidores dos demais poderes veem tendo correção salarial nesse mesmo período, alguns acima da inflação. É bom lembrar que só em 2021 a inflação foi superior a 10%, e neste 2022, tudo indica, ficará neste mesmo patamar.