Bom dia,

Hoje é terça-feira (09.11). A semana no Brasil vai ser movimentada no cenário político eleitoral. Bolsonaro pode anunciar sua filiação ao PL, e ao mesmo tempo, terá dois desafios políticos muitos difíceis para aprovar na Câmara Federal e no Senado Federal a chamada PEC dos Precatórios, medida fundamental para abrir espaço no orçamento para a instituição do programa social Auxílio Brasil, imprescindível para que, ele tente recuperar um pouco da popularidade perdida. Por outro lado, o presidente corre o risco de sofre outro revés no STF, que julga hoje a Medida Liminar determinada pela ministra Rosa Weber, que mandou suspender a liberação de recursos federais por conta da polêmica Emenda de Relator ao orçamento da União.

Ninguém sabe o que vai acontecer. Esperemos, pois.

QUASE 1

Com a Parabólica antecipou para os leitores, é quase certo o ingresso do presidente da República, Jair Bolsonaro, no Partido Liberal (PL) comandado no Brasil pelo notório Waldemar da Costa Neto. Até a data da filiação, dia 22.01, está acertada e foi escolhida para fazer referência ao número do partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Fontes de Brasília dizem que o martelo será batido e a ponta do prego virada numa reunião de todos os presidentes regionais e deputados federais com a Executiva Nacional da sigla. A reunião é para aplainar eventuais problemas localizados que podem surgir devido a alianças possíveis do presidente com outros partidos a nível nacional.

QUASE 2

Um político com experiência nos bastidores da política partidária em Brasília disse a Coluna que não é bom ter como favas contadas a entrada de Jair Bolsonaro no PL: “Para o bem ou para o mal, qualquer movimento político do presidente vira um terremoto”. Parece que Bolsonaro está realmente disposto afiliar-se ao PL, mas o estilo do presidente não recomenda imaginar que ele não desista em cima da hora. De fato, existem inúmeras variáveis em jogo, que vão do interesse de Bolsonaro em ter influência na direção do partido – que até agora é dirigido com mão de ferro pelo ex-deputado federal Waldemar da Costa Neto-, até questões regionais que podem conflitar com interesses regionais.

EM RORAIMA

Exemplo de conflito de interesse entre as alianças possíveis de Bolsonaro com outros partidos e os objetivos do PL localmente é Roraima. Aqui o partido de Waldemar da Costa Neto é presidido pelo deputado federal Édio Vieira Lopes, que é dado como certo para compor a chapa majoritária na eleição para o governo do estado ano que vem como vice da ex-prefeita Teresa Surita (MDB). Édio é influente junto à direção nacional do PL, tanto que foi indicado pelo partido para presidir nesta legislatura a poderosa Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, o que não é pouca coisa. Por certo, disse um ex-deputado federal a Parabólica, “deverá ser ouvido nesta eventual ida de Bolsonaro para o PL”.

INTERESSE

Fagulhas de informação sobre a tratativa do ingresso de Jair Bolsonaro no PL dizem que o interesse maior do presidente para as eleições de 2022,  além da sua reeleição e conseguir bons nomes para eleger uma bancada forte de senadores para a legislatura que começa em 2023. Nesse sentido, Bolsonaro terá influência decisiva na escolha dos candidatos do PL à Câmara Alta, e parece que este é um ponto acertado entre o presidente e o ex-deputado federal Waldemar da Costa Neto, que concentraria sua atenção na eleição para a Câmara dos Deputados. Afinal, é o número de deputados federais que conta na hora da divisão dos fundos partidários e eleitoral.

 

CONFLITO

Em Roraima, a aliança entre o MDB e o PL, que formaria a chapa Teresa Surita (MDB) /Édio Vieira Lopes (PL) para disputar o governo em 2022 terá, com certeza, a indicação de Romero Jucá (MDB) para disputar a vaga no Senado Federal. Assim, Bolsonaro não poderá indicar, por exemplo, o atual senador Telmário Mota, atualmente filiado ao PROS, para disputar pelo PL sua reeleição, conforme o próprio aventou em entrevista à Rádio Folha FM 100.3. O mais provável é que um arranjo político possa afastar qualquer declaração de apoio de Bolsonaro a candidaturas ao governo de Roraima em 2022. Seria uma espécie de “ lavar as mãos” de Bolsonaro em relação à disputa eleitoral em Roraima, onde ele, decididamente continua forte eleitoralmente.

DENÁRIUM

Evidentemente que o governador Antônio Denárium (PP) acompanha com total interesse a movimentação em relação ao ingresso de Jair Bolsonaro no PL. Aliado do presidente ainda na campanha eleitoral de 2018, o governador ainda conta ter seu apoio em 2022. Não será fácil caso seja confirmada a filiação de Bolsonaro no PL do deputado federal Édio Lopes, candidato de oposição a Denárium. Por outro lado, em nome de seu conhecido pragmatismo, o MBD não deve ter candidato próprio à Presidência da República em 2022, e vai restar fracionado em apoio a outros presidenciáveis, inclusive, à reeleição de Bolsonaro. Assim, resta quase impossível a Denárium ter o apoio explícito de Bolsonaro no próximo ano.

DANÇA 1

E a dança dos políticos em torno de buscar filiação partidária para disputar eventuais candidaturas em 2022 começa a ficar mais movimentada com o anúncio da filiação de políticos de dimensão nacional e que são possíveis candidatos à Presidência de República. É o caso do pastor Isamar Ramalho, que se declara candidato ao governo do estado em 2022. Ele deve sair do Podemos, que filiará Sérgio Moro, amanhã quarta-feira, já como presidenciável para disputar contra Bolsonaro. Ramalho disse a Executiva Nacional do Podemos que não abre mão de apoiar Bolsonaro, e foi convidado a deixar o partido.

DANÇA 2

O destino partidário do pastor Isamar Ramalho poderá ser o PTB, cujo presidente regional, o deputado estadual Jefferson Alves, já até expediu convite para a filiação do pastor/candidato. Acontece que Isamar Ramalho parece que vai ter nova dor-de-cabeça. É o que o presidente nacional, licenciado, do PTB, Roberto Jefferson; que continua preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais, já declarou em carta desde a prisão, que não apoiará mais Bolsonaro em 2022. “Eles, Bolsonaro e seus filhos, são viciados em dinheiro público”, disse Jefferson.