Bom dia!

Hoje é quinta-feira (30.04), último dia de abril. Com números cada dia maiores de mortes e de pessoas contaminadas pela Covid-19, os brasileiros e as brasileiras veem passar o primeiro quadrimestre (um terço) deste 2020 com o país quase parado, com milhões de desempregados -muitos por problemas estruturais da economia brasileira e outros milhões trazidos juntos com a pandemia-, sem que se vislumbre uma saída para a crise. Ao contrário, a sensação que se tem é que ainda não chegamos ao fundo do poço, tanto que indicadores, por exemplo, de mortes por homicídio estão crescendo no país, um grave indício de que ainda não sabemos a profundidade das consequências do Covid19.

E o pior é esta sensação de que não temos qualquer consenso, sequer como é a melhor maneira de enfrentar a pandemia. Perplexos, os brasileiros e as brasileiras assistem uma interminável discussão entre o governo federal e os governadores estaduais (e prefeitos municipais), com trocas de acusações recíprocas, tudo intermediado por um Supremo Tribunal Federal (STF), que não abre mão de ser protagonista; e por um Congresso Nacional que não abre mão do fisiologismo. De resto, parece que a população, sem saber em quem acreditar, vai cada dia mais para as ruas, muitos sem tomar qualquer cuidado para evitar a aceleração do contágio. A sensação que é o Brasil é uma grande nau sem rumo, e sem um condutor com poder e força para conduzi-lo a portos mais seguros.

OUTRAS

E ontem, via whats, a Parabólica teve conhecimento de uma história que revela um quadro ainda mais preocupante. Por conta da decisão das autoridades sanitárias de Roraima -e que sem dúvida é a mesma nos demais estados-, milhares de pessoas portadoras de outras doenças estão entregues à própria sorte. É o caso de uma conhecido morador do Município de Iracema -omitimos o nome para preservar sua privacidade-, que acometido de câncer de próstata não consegue realizar uma cirurgia que lhe poderia salvar a vida. A falta da intervenção, que já foi desmarcada algumas vezes, só piora a situação do paciente, que é pobre e não tem condição de buscar a medicina privada.

TERRAS

E no meio das incertezas trazidas pela pandemia da Covid-19, pelo menos uma boa notícia para Roraima. Em sessão virtual, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1304/20, de autoria do deputado federal Jhonatan de Jesus (Republicanos), que disciplina a transferência das terras da União Federal para os estados de Roraima e Amapá, um imbróglio que se arrasta faz quase 32 anos, desde a promulgação da constituição de 1988. Muita gente acredita que este é um passo importante para o desenvolvimento de Roraima; outros temem que sirva fundamentalmente para legalizar a grilagem de terras públicas por aqui. A matéria anda vai para apreciação no Senado Federal.

TOMA LÁ

Esta semana a Parabólica conversou com um dos líderes do Centrão na Câmara dos Deputados. Segundo este líder, se o presidente da República, Jair Bolsonaro -sem partido ainda, mas com os filhos filiados ao Republicanos-, cumprir realmente com os compromissos assumidos em conversas com os dirigentes e líderes dos partidos que compõem o Centrão na Câmara Federal -que inclui a indicação de cargos na administração federal-, o governo vai constituir uma base de apoio que pode chegar a 240 parlamentares. Este número é suficiente para barrar qualquer tentativa de impeachment, cujos pedidos (cerca de 24) já estão na mesa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Democratas-RJ).

AQUI

Na contramão do que acontece na esfera federal, aqui no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), um grupo de 10 deputados (Coronel Chagas, Jânio Xingu, Evangelista Siqueira, Ione Pedroso, Neto Loureiro, Betânia Almeida, Odilon Filho, Nilton Sindpol, Renato Silva e Diego Coelho) decidiu criar um bloco parlamentar com independência em relação ao governo Antônio Denarium (sem partido). O discurso do bloco é de assumir uma postura mais crítica em relação a administração estadual, que entre outras coisas -segundo revelou um desses parlamentares à Coluna-, não valoriza o legislativo e, sequer, cumpriu a execução das emendas ao orçamento estadual.

VICINAIS

Os dos parlamentares que integram o bloco independente -que tem como líder o deputado estadual Coronel Chagas (PRTB) e vice-líder o deputado estadual Evangelista Siqueira (PT)-, citou como exemplo de descaso do governo para com o legislativo, o fato de que no orçamento do ano passado, os parlamentares indicaram quase R$ 60 milhões para a recuperação de 1.200km de estradas vicinais; e até agora nem um metro foi realizado. Os parlamentares também reclamam da falta de informação com relação ao efetivo combate a Covid-19.