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DE OLHO NA COPA DO BRASIL

Rogério Ceni retoma nesta segunda-feira a preparação do Flamengo para o duelo com o São Paulo, quarta-feira, no Morumbi, que decidirá o futuro do time na Copa do Brasil. Em um cenário cheio de problemas, o técnico terá que se desdobrar para armar o time e melhorar o desempenho, alvo de críticas após o empate com Atlético-GO.  A escalação será uma incógnita até provavelmente poucas horas antes da partida. Ceni ganhou três preocupações extras, já que ainda não sabe se Gabigol, Thiago Maia e Pedro serão vetados. Há também a situação de Everton Ribeiro e Isla, que entram em campo na terça por suas seleções. Uma das poucas certezas é a volta de Diego Alves ao posto de titular no lugar de Hugo. Mesmo ainda sem estar nas condições ideais, a tendência é de que Arrascaeta seja escalado desde o início. Provavelmente mais centralizado, para que não seja tão exigido na parte física.

Gabigol: o atacante teve dores na parte posterior da coxa direita e está em tratamento. Será reavaliado nesta segunda e, por enquanto, é dúvida para quarta-feira.

Thiago Maia: deixou o campo contra o Atlético-GO após uma entorse no joelho esquerdo. Iniciou tratamento e no domingo apresentou melhora. Outro que é dúvida para enfrentar o São Paulo.

Pedro: o atacante teve uma leve lesão na coxa direita e acabou cortado da Seleção, que joga na terça contra o Uruguai. Como o problema não é grave, não está totalmente descartada sua participação contra o São Paulo, mesmo que em apenas em parte do jogo. Será preciso avaliar a evolução e colocar na balança o risco de agravamento da lesão.

Everton Ribeiro: como foi titular e destaque do Brasil na vitória sobre a Venezuela, a tendência é de que esteja em campo em boa parte da partida contra o Uruguai, na terça. Como o jogo contra o São Paulo é na quarta, seria muito complicada sua participação, apesar de estar prevista sua ida direta de Montevidéu para capital paulista após a partida.

Isla: foi titular na vitória do Chile contra o Peru e a tendência é que também seja no duelo com a Venezuela, nesta terça. Situação ainda mais complicada do que a de Everton Ribeiro, já que seu jogo na terça é em Caracas e não volta em voo fretado direto ao Brasil. Comissão técnica não conta com o lateral para o duelo com o São Paulo.

Rodrigo Caio: ainda se recupera de uma lesão na panturrilha e está vetado do jogo de quarta-feira.

Filipe Luís: teve uma lesão na coxa há oito dias e está em tratamento. Na entrevista coletiva após o empate com o Atlético-GO, Rogério Ceni disse não acreditar na presença do lateral.

Diego: recuperado de uma lesão na coxa direita, está em processo de recondicionamento físico, mas ainda não fez atividades com bola junto com restante do time. Outro que Ceni está pessimista.

Rogério Ceni na derrota do Flamengo para o São Paulo pela Copa do Brasil — Foto: Alexandre Neto/ Photopress/ Estadão Conteúdo

Rogério Ceni na derrota do Flamengo para o São Paulo pela Copa do Brasil — Foto: Alexandre Neto/ Photopress/ Estadão Conteúdo

EMBALOU

Os obstáculos durante a preparação do Verdão não foram poucos: apenas dois dias para treinar com o elenco na Academia de Futebol, ausências por lesão, atletas diagnosticados com Covid-19, destaques convocados para as Eliminatórias, jogadores improvisados ou no sacrifício… Mas deu tudo certo, e o time palmeirense chegou ao seu oitavo triunfo consecutivo na temporada. Depois de herdar de Andrey Lopes um time em processo de resgate de confiança, Abel Ferreira já consegue ver um Palmeiras com maior intensidade. Antes descartado e longe de ser um dos candidatos ao título, o Verdão vive hoje um momento de reafirmação e, mais importante, vivo nas três competições que disputa: Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. 

É verdade que o Fluminense dificultou o jogo para o Verdão na primeira etapa. O time carioca avançou a marcação para forçar o erro do time palmeirense, que teve Lucas Lima muito aberto pela direita e quase nenhum aproveitamento nos cruzamentos de Gustavo Scarpa pela esquerda. Mesmo assim, poderia ter aberto o placar com Willian. Depois do intervalo, Lucas Lima apareceu mais vezes pelo meio, e a equipe não só voltou a produzir como definiu o jogo em oito minutos: dois gols de Raphael Veiga, um em cobrança de pênalti e outro aproveitando cruzamento dentro da área. Agora são 11 gols do meia em 2020. Com tranquilidade e confiança, o Palmeiras de Abel Ferreira não sofreu com os diversos desfalques. Pelo contrário. Renan teve boa atuação ao lado de Emerson Santos, com segurança até para sair jogando em algumas oportunidades.

Gol Raphael Veiga Palmeiras x Fluminense — Foto: Van Campos/Estadão Conteúdo

Gol Raphael Veiga Palmeiras x Fluminense — Foto: Van Campos/Estadão Conteúdo

HISTÓRICO FAVORÁVEL

Na última quarta-feira, o Tricolor venceu o Flamengo por 2 a 1, no Maracanã, no jogo de ida, e leva a vantagem para a decisão da vaga no Morumbi, na próxima quarta, às 21h30 (de Brasília). Um empate garante a classificação ao São Paulo. Qualquer derrota por um gol de diferença leva a disputa para os pênaltis.

A última vez que o São Paulo foi eliminado após sair vitorioso do primeiro duelo fora de casa em um confronto eliminatório foi na terceira fase da Copa do Brasil de 2014. Na ocasião, o Tricolor venceu o Bragantino por 2 a 1, em Ribeirão Preto, no jogo de ida, mas perdeu por 3 a 1 no Morumbi. O São Paulo levou a melhor em 31 mata-matas em sua história após vencer o primeiro jogo da disputa fora de casa. O levantamento realizado pelo Acervo Histórico do São Paulo não considera disputas em melhor de três. 

Na Copa do Brasil, o São Paulo só teve a eliminação para o Bragantino nessa condição. Em outras dez oportunidades o clube avançou de fase.

O retrospecto do São Paulo em mata-mata neste ano, porém, não é animador. Em seis jogos, são duas vitórias, dois empates e duas derrotas. A equipe comandada por Fernando Diniz foi eliminado do Paulistão, pelo Mirassol, e da Copa Sul-Americana, pelo Lanús.Daniel Alves em São Paulo x Lanús, pela Sul-Americana — Foto: Reuters

Daniel Alves em São Paulo x Lanús, pela Sul-Americana — Foto: Reuters

A VOLTA DO ARTILHEIRO

O Vasco não sobrou, mas voltou a mostrar que pode ser letal na vitória sobre o Sport, por 2 a 0, pela 21ª rodada do Brasileirão, neste sábado. No jogo marcado pela consistência vascaína, coube a Cano levar o brilho que mexeu no placar e garantiu o resultado fora de casa. Fechadinho, o Vasco deu a bola para o Sport no primeiro tempo (teve apenas 38% de posse), mas voltou a ameaçar ofensivamente com frequência, algo que não vinha acontecendo. Foram sete finalizações contra apenas três do Sport na etapa. O meio-campo se entendeu muito bem, e Andrey, que vinha muito mal, cresceu. Encontrou ótimos passes e dialogou bem com Benítez e Léo Gil, autor da assistência para o gol de Cano, marcado aos
24 minutos. O porém em relação ao esquema de Sá Pinto é que, apesar de organizado e bem postado, o time por vezes chegava com pouquíssimas peças à frente.

A estratégia era ter velocidade para aproveitar os erros do Sport, algo que no primeiro tempo aconteceu com a dobradinha Léo Gil e Cano. Assim que saiu o gol e nasceram outros dois lances de perigo. Na etapa final, na mesma pegada, Neto Borges recebeu de Andrey enquanto a zaga rival se reorganizava e serviu para o segundo gol do argentino. Outra coisa a ser destacada foi a amplitude que Léo Matos deu à lateral direita desde que chegou a São Januário. Apareceu duas vezes para finalizar e, com velocidade para infiltrar, ganhou espaço para fazer cruzamentos.

Atacante voltou a marcar após nove jogos — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco da Gama

Atacante voltou a marcar após nove jogos — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco da Gama

CAINDO DE PRODUÇÃO

O que os tricolores temiam aconteceu: o Fluminense está fora do G-6 do Campeonato Brasileiro. A derrota por 2 a 0 para o Palmeiras no Allianz Parque, no último sábado, tirou o time de Odair Hellmann da cobiçada zona de classificação para a Libertadores de 2021. A queda brusca de rendimento virou motivo de preocupação, e atribuir qualquer culpa à arbitragem, pelo polêmico pênalti de Wellington Silva, “é tapar o sol com a peneira”.  Em entrevista coletiva após o jogo, Odair não reconheceu que sua equipe jogou mal, como na rodada passada diante do Grêmio no Maracanã, e ressaltou o “controle total” no primeiro tempo. Na análise fria dos números, o Fluminense realmente foi superior na etapa inicial, com 55% de posse de bola e sete finalizações contra seis. Mas tudo não passou de um domínio ilusório.

O Tricolor só chegava na bola parada, e a única chance clara de gol dos primeiros 45 minutos foi do Palmeiras, quando Muriel precisou fazer milagre e defender com o rosto o chute à queima-roupa de Willian. No segundo tempo praticamente inteiro, após o adversário construir o placar do jogo, os jogadores alviverdes atuaram em ritmo de treino, e o Fluminense continuou ineficaz no ataque. 

E a baixa produção ofensiva tem relação com a pouca velocidade do ataque tricolor. Odair escalou Wellington Silva na direita para marcar as subidas de Gustavo Scarpa, mas Michel Araújo ficou torto na esquerda e sumiu do jogo. Junto com Nenê e Felippe Cardoso, que substituiu Fred após se machucar no aquecimento, além da presença constante de Hudson, o setor ofensivo não deu liga. Mais uma vez. Odair errou na escalação, ao não começar com Luiz Henrique, que seria muito mais útil na função em que estava Michel Araújo, e também se equivocou nas substituições. Demorou muito a fazer as trocas na equipe, quando colocou o garoto já estava 2 a 0, aos 16 minutos do segundo tempo. E o colocou no lugar de Wellington Silva, único de velocidade entre os homens de frente que estavam em campo. Estacionado nos 32 pontos, o Fluminense caiu três posições e agora é o oitavo colocado no Campeonato Brasileiro. Os jogadores ganharam folga neste domingo de eleições municipais pelo Brasil e também na segunda-feira. A reapresentação está marcada para terça, no CT Carlos Castilho, quando o elenco iniciará a preparação para o próximo jogo, que será contra o Internacional no Beira-Rio, domingo que vem, às 18h15 (de Brasília), pela 22ª rodada da competição.

É hora de testar Lucca como titular? Atacante tem poucos minutos em campo — Foto: Cesar Greco / Palmeiras

SELEÇAO BRASILEIRA

Desde 1981, nas Eliminatórias para a Copa de 1982, o Brasil não conseguia vencer os três primeiros compromissos. Daquela vez o torneio era disputado em grupos. O Brasil caiu na chave com Venezuela e Bolívia e ganhou os duelos de ida e volta. Embalada, agora a Seleção tem uma sequência de pedreiras pela frente. O Brasil enfrentará nas próximas rodadas as três seleções sul-americanas que, atrás dele (3º), são as mais bem colocadas no ranking da Fifa: Uruguai (7º), Colômbia (10ª) e Argentina (8ª).

A partida contra o Uruguai acontece nesta terça-feira, no Estádio Centenário de Montevidéu, às 20h (de Brasília). Já os outros dois confrontos estão agendados apenas para o fim de março do ano que vem, na Colômbia e na Arena Pernambuco.

Tite está invicto no comando da Seleção em Eliminatórias. Em 15 jogos, foram 13 vitórias e dois empates, com 40 gols marcados e cinco sofridos.

Jogadores da Seleção festejam gol sobre a Venezuela — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Jogadores da Seleção festejam gol sobre a Venezuela — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

NOVAS CARAS

Convocados pelo técnico Tite no último sábado, o lateral-esquerdo Guilherme Arana e o atacante Thiago Galhardo já se juntaram à seleção brasileira na madrugada de sábado para domingo. O lateral-esquerdo do Atlético-MG, foi convocado por conta de um possível corte de Alex Telles, se recuperou da Covid-19, mas segue testando positivo e sua situação será avaliada neste domingo. Já o atacante do Colorado é o substituto de Pedro, que foi cortado por lesão muscular. Arana não escondeu a alegria por ter sido lembrado por Tite.

Galhardo e Arana na seleção brasileira — Foto: Divulgação

Galhardo e Arana na seleção brasileira — Foto: Divulgação