Garçom, a conta!A crise é grave e todos já sabemos disso. Mas por que somente o contribuinte e os servidores têm que pagar o pato? Por que a conta é enviada para apenas o povo toda vez que o governo gasta demais ou quando a corrupção solapa os recursos públicos?
O fato é que o Estado precisa se adaptar a esta nova realidade que vem sendo construída há anos. É preciso cortar gastos, mas cortar de verdade. Os cofres públicos (leia-se o dinheiro do povo) não pode mais continuar bancando a farra que os poderes constituídos vêm fazendo.
No Governo do Estado, por exemplo, não podemos mais bancar secretarias que servem apenas como cabine de emprego para aliados políticos ou para abrigar acordos partidários que visam manter salários para aqueles que não conseguiram se eleger ou os capachos dos caciques políticos.
Há muita secretaria inútil que só aparece no Diário Oficial do Estado para conceder diárias, autorizando afastamentos para eventos em outros estados ou mesmo para contratar mais comissionados. Em governos anteriores, por exemplo, uma pasta extraordinária foi criada apenas para servir de apoio político para a primeira-dama.
As secretarias e estatais estão abarrotadas de gente que só recebe sem trabalhar; ou que aparecem no local de trabalho apenas para não fazer nada, a não ser ficar nas redes sociais puxando o saco dos governantes ou inventando fofocas. E isso sem falar naqueles que sequer moram no Estado.
É preciso combater os desperdícios, as gastanças, as viagens e diárias. É necessário fazer as empresas funcionarem para que passem ao menos serem autossuficientes para bancar a folha de pagamento e seus gastos, a exemplo da companhia responsável pelo abastecimento de água que, em vez de se manter sozinha, ainda precisa de fatia gorda do orçamento do Estado.
Os poderes constituídos também precisam entrar na dança, a fim de dar sua contribuição para reduzir seus gastos. O Orçamento do Estado não suporta mais bancar altos salários, folhas de pagamentos inchadas e outras farras que poderiam estar sendo evitadas. E o momento é agora, quando se está definindo o Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2016.
Mas quem vai querer cortar na própria carne? Que políticos e autoridades irão renunciar suas mordomias, seus pistolões, seus cabos eleitorais e seus redutos que lhes servem para seus negócios escusos? Quem vai parar de se beneficiar dos cofres públicos?
É por isso mesmo que o Estado encontra-se nesta crise, pois querem apenas gastar e mandar a conta para o povo. E ninguém lá em cima mostra-se verdadeiramente comprometido em combater a gastança de dinheiro público. E ficam em discursos para enganar a opinião pública e mandando a conta para nós, o povo. Assim não sobra dinheiro nem para a folha de pagamento do funcionalismo…
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