Bom dia,
Entre o final do Século XVIII e o começo do Século XIX, o inglês Thomas Malthus previu que, na Inglaterra, haveria uma tragédia marcada pela fome, e sua argumentação parecia lógica, afinal, pelos seus cálculos a população crescia a taxas geométricas (1,2,4,8…) enquanto a produção de alimentos crescia a taxas aritméticas (1,2,3,4…). Errou redondamente, a população mundial, apesar do grande crescimento, não confirmou suas previsões e a produção de alimentos, nalgumas regiões do mundo, cresceu a taxas geométricas. Tudo em função da disseminação do conhecimento e do avanço tecnológico. E parece que não aprendemos com a história.
É assim que deve ser vista essa questão do Brasil enquanto País rico em recursos naturais, envolvendo seu potencial mineral e sua biodiversidade. Aparelhado por questões do ambientalismo radical e do indigenismo exacerbado, nosso País tem perdido, e continua perdendo, as janelas de oportunidade que que a modernidade e a necessidade de matérias-primas mundiais oferecem. Somos vítimas da história de que não podemos explorar nossos recursos para deixá-los para as futuras gerações e nessa toada seguem o entendimento de parcelas significativas do Estado brasileiro, da academia e de segmentos importantes da sociedade.
Essa gente comete o mesmo erro de Thomas Malthus, esquecem que o desenvolvimento tecnológico pode transformar em pó a necessidade mundial de matérias-primas e insumos que hoje dispomos para nos situar melhor no mundo. Esse desenvolvimento já provou ser capaz de criar substitutos químicos e artificiais para nossa biodiversidade e minerais. Quando acordarmos será tarde e perderemos importantes estratégias frente às necessidades planetárias. Simples assim.
Remanejamento 1
Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na rádio Folha FM 100.3, nesse domingo (1º), o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), anunciou que os deputados estaduais já têm consenso para reduzir o percentual de remanejamento orçamentário do governo estadual. A proposta reduz o índice de 30% para, possivelmente, 5%.
Remanejamento 2
Sampaio criticou os remanejamentos constantes realizados pelo governo estadual, especialmente na área da Saúde, crítica esta endossada por outros parlamentares. Segundo ele, mesmo com um orçamento que já consome quase 23% das receitas estaduais – quase o dobro do piso constitucional de 12% -, o Governo faz remanejamentos mensais, refletindo falta de planejamento.
Medicamentos
Segundo o presidente da Assembleia, em 2024, o governo estadual destinou apenas R$ 38 milhões para medicamentos, enquanto o orçamento total da Saúde atingiu quase R$ 1,6 bilhão. Para ele, essa discrepância mostra que a gestão precisa ser reavaliada, e que o governador Antonio Denarium (Progressistas) precisa estar atento às recomendações dos órgãos de controle para melhorar os serviços prestados à população.
Orçamento
Durante a entrevista, Sampaio criticou a proposta da equipe técnica do governo estadual de apresentar orçamentos com 96% das verbas destinadas a gastos com pessoal, como nas secretarias de Segurança Pública e Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater). Na opinião dele, isso inviabiliza o custeio e os investimentos necessários nessas áreas e acarreta prejuízo nas atividades fim.
Déficit
O presidente da ALE-RR também destacou que os deputados já decidiram ajustar o orçamento de 2025, eliminando o déficit projetado pelo Governo. Ao contrário do déficit de cerca de R$ 200 milhões apresentado na proposta governamental, o orçamento de 2025 pode ter um incremento de aproximadamente R$ 600 milhões. A ideia, segundo ele, é buscar uma peça equilibrada e que atenda melhor às demandas da sociedade, ou seja, mais realista.
Migração
O impacto da migração venezuelana também foi pauta na entrevista. Sampaio defendeu que Denarium leve a questão ao presidente Lula (PT), acompanhado dos senadores e deputados federais. Ele destacou que é preciso exigir compensações financeiras para o Estado e frisou que a bancada federal não deve baixar a guarda, pois a cobrança, segundo ele, precisa ser contínua.
Resíduos
Sampaio também cobrou articulação entre prefeitos e o governo estadual para solucionar o manejo de resíduos sólidos em Roraima. O deputado ainda frisou que manter lixões ou sistemas ineficientes sai mais caro a longo prazo, devido a multas ambientais e impactos à saúde pública, e apontou que investir em aterros é uma estratégia sustentável que deve ser priorizada na gestão pública. Ele sugeriu que a construção de aterros sanitários vai ser objeto de preocupação na discussão da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025.
Minérios 1
Outro entrevistado no programa Agenda da Semana foi o geólogo Salomão Cruz. Ele destacou o grande potencial mineral de Roraima, especialmente nas regiões de Bonfim e Cantá, que possuem jazidas de prata, ferro e fósforo. Ele afirmou que o Estado não aproveita essas riquezas devido à falta de investimento em pesquisa e infraestrutura.
Minérios 2
Salomão Cruz mencionou que o Município de Bonfim é rico em prata e ferro, enquanto Cantá apresenta reservas de fósforo em áreas que não são demarcadas como terra indígena. Ele defendeu a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura para viabilizar a exploração desses recursos de forma sustentável.
Potencial
Cruz destacou que o Brasil não está aproveitando seu potencial mineral, com reservas de estanho, nióbio e terras raras ainda sub-exploradas. A falta de investimentos em pesquisa e infraestrutura faz o País perder oportunidades, enquanto a China avança. Ele citou como exemplo a venda da Mineração Taboca para a China Nonferrous Trade (CNT), que agora controla a exploração de estanho na mina de Pitinga, no Amazonas.