MANOEL PONTES Guarda Territorial, funcionário do antigo Matadouro e nome de rua no Bairro Calungá. A antiga Rua “C”, no Bairro Calungá, hoje tem o nome de: “Rua Manoel Pontes”. _____
O sobrenome “Pontes” herdou de um familiar, mas, na realidade, seu nome era: Manoel Pedro da Silva. No entanto, toda Boa Vista o conhecia como o seu Manoel Pontes, o Guarda Territorial Pontes.
Manoel Pontes nasceu em Boa Vista no dia 29/06/1913, e era filho do casal Afonso Pedro da Silva e de Raimunda dos Santos Silva. Casou-se com a senhora Tereza Gomes da Silva, e com ela teve os filhos: Raimundo Gomes Garcia e Alexandre Pedro da Silva. E, ao ficar viúvo, casou-se com a sua prima Nadir Maria da Silva.
Em 1956, quando era Guarda Territorial, Manoel Pontes salvou a vida do Governador do Território, o capitão José Maria Barbosa, ao desarmar um pistoleiro que alguém havia contratado para matar o governador. A partir daquele dia, Manoel Pontes passou a ser o homem da confiança do governador e, este fez questão de ser o padrinho de uma das filhas do Manoel Pontes (a professora municipal Maria José).
Em 1958, com a saída do capitão José Maria Barbosa do governo do Território, o grupo político local que fazia oposição ao governo de José Maria, demitiu o Manoel Pontes – sem nenhum motivo pessoal, apenas porque Manoel era muito amigo e segurança do governador que havia deixado o cargo e retornado ao Rio de Janeiro.
Para sobreviver e sustentar sua família (de 16 filhos), Manoel se aventurou no garimpo, trabalhou muito, mas ganhou pouco, e retornou para Boa Vista. Manoel Pontes, quando do falecimento de uma parenta sua da Família Pontes, recebeu de herança uma vasta área de terras no Bairro Pricumã, e passou à atividade de agricultura, particularmente com o plantio de verduras e legumes, e os vendia na feira. Além do mais, devido a área de terra ter muito capim, ele passou a alugar parte das terras para os pecuaristas que tinham gado, mas não tinham a pastagem.
Em 1969, Manoel Pontes resolveu voltar ao garimpo. Mas, para isto, teve que vender tudo que tinha para investir nos equipamentos para garimpagem. No Tepequém ele encontrou alguns diamantes que lhe renderam bons lucros e, em sua volta à Boa Vista, comprou um terreno grande na subida do Bairro Calungá, onde morou muitos anos. Ao lado da residência, plantava também legumes, o que lhe servia para subsistência e o excedente vendia na feira.
Em sua residência no Bairro Calungá, Manoel passou ao plantio de legumes para a própria subsistência e para a venda na feira. A casa é a mesma até hoje onde mora a sua mulher Nadir Maria da Silva (hoje com 93 anos de idade), rodeada de filhas e netos.
Manoel Pontes tinha experiência em comércio e em manejo de gado, corte de carne e couro de boi, e por isto foi convidado para trabalhar no recém-inaugurado à época Mercado Modelo (Matadouro) no Bairro Pricumã. Este matadouro estava situado num prédio na BR-174/Sul, perto do “Pau-da-Paciência”, na entrada da Alameda dos Bambus, no Bairro Pricumã.
Em 1982, com a inauguração do MAFIR (Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima, prédio situado às margens da BR-174/Sul), o antigo matadouro do Bairro Pricumã foi desativado. Então, o Manoel Pontes foi trabalhar como vigilante na Firma S. Monteiro Veículos, onde permaneceu até a sua aposentaria integral.
Manoel Pontes era devoto de São Pedro e, anualmente no dia 29 de junho, ele fazia uma grande fogueira ao lado de sua casa, no Bairro Calungá, e realizava grandes festas com bastante convidados. O interessante nesta história é que a altura dos paus da fogueira tinha que ser maior do que 1 metro e 82 centímetros – que era a sua própria altura.
O casal Manoel Pontes e Nadir Maria da Silva cuidaram dos 19 filhos (sendo dois adotados, mas criados com o mesmo carinho dos demais). O interessante é que todos os 04 (quatro) filhos, por ter o nome do pai “Pedro” (Manoel Pedro da Silva), receberam o nome Pedro: Valdecir Pedro, Ademir
Pedro, José Maria Pedro e José Reis Pedro da Silva. Atualmente, o único dos filhos vivo é o Ademir Pedro da Silvia.
Interessante também é que as 14 (catorze) filhas, por ter o nome da mãe “Maria” (Nadir Maria), todas têm o nome Maria: Maria Raimunda, Maria Felisberta,
Maria Tereza, Maria Cléa, Maria Luiza, Maria José, Maria Júlia, Maria Consolata, Maria Das Neves, Maria Madalena, Maria Adelaide, Maria Cristina e Maria Helena.
Em 1990, no aniversário de 100 anos da criação do Município de Boa Vista, Manoel Pontes foi agraciado com a “Medalha de Honra Mérito Rio Branco”, na Câmara Municipal de Boa Vista, em reconhecimento ao seu trabalho para o desenvolvimento socioeconômico desta cidade.
Manoel Pontes (Manoel Pedro da Silva) faleceu no dia 19 de abril de 1998, aos 85 anos de idade.
Quanto à esposa Nadir Maria da Silva, nascida no dia 20/06/1929, está viva e hoje tem 93 anos de idade, estando cuidada pelas filhas.
A Câmara Municipal de Boa Vista, aprovou um Projeto de Lei denominando a antiga Rua “C”, no Bairro Calungá, com novo nome: “Rua Manoel Pontes”, a rua que passa ao lado de sua casa, a casa de sua família.
A Lei que denomina esta rua é a de nº 934/2006, datada de 07 de dezembro de 2006, publicada no Diário Oficial do Município de Boa Vista, de nº 1870 datado de 19/12/2006, sancionado pelo prefeito, à época, Iradilson Sampaio.