JESSÉ SOUZA

Início da campanha eleitoral e uma realidade que já é conhecida do eleitor

Está aberta, oficialmente, a temporada de promessas e engodos. A partir dessa sexta-feira, os candidatos a vereador e a prefeito já podem fazer campanha eleitoral dentro do que permitem as regras das eleições municipais de 2024. É o tempo que os políticos têm para apresentar suas propostas, mostrar seus feitos e convencer o eleitor a votar neles por algum motivo.

É o que se pode chamar de “mais do mesmo” do que eleitor brasileiro vem presenciando a cada dois anos, quando os candidatos surgem com seus currículos recheados de feitos e com suas propostas visando melhorar a vida do cidadão. Mas, entre a retórica e a prática, vê-se que há muitas mentiras e promessas não cumpridas dentre os que foram eleitos, os quais costumam a não prestar conta de seus mandatos.

A prática mostra que pouca coisa avançou na sociedade quando diz respeito às ações dos políticos, a exemplo de infraestrutura em suas cidades, políticas públicas na melhoria de vida do cidadão e projetos que realmente desenvolvam a economia e a garantam o bem-estar coletivo. Para complicar o cenário, os eleitores geralmente sofrem de amnésia seletiva, muitas vezes nem se lembrando em quem votou no último pleito.

Geralmente, o engodo eleitoral é um velho conhecido da política, a exemplo de prometer algo que não é de competência de um legislador. Não menos pior é a mistura de política e religião, que tem ficado cada vez mais comum em períodos eleitorais, quando candidatos misturam igreja e Estado, como se estivéssemos em tempos remotos e obscuros de quando a religião  mandava para o fogueira, por qualquer motivo, quem ofendesse a fé dos políticos e dos religiosos.

A política está cheia desses religiosos aproveitadores e vendilhões do Templo que enxergam na política a nova forma de ludibriar a fé das pessoas, já transformada em um grande comércio e palanque eleitoral, cujos fiéis são levados a creditar nos falsos profetas, inclusive defendendo o uso de arma de fogo em defesa de uma política armamentista que não combina com os preceitos cristãos.

A campanha eleitoral tem esse papel de explicitar quem são aqueles que buscam o voto dos eleitores, muitos aventurando acesso às benesses da política enquanto os poucos realmente bem-intencionados sequer conseguem passar na convenção partidária ou mesmo se esquivam de querer disputar um pleito porque sabem muito bem como é conduzido todo esse processo.

A campanha eleitoral está aí, nas ruas, nos veículos de comunicação e, agora, na internet, onde pela primeira vez um pleito terá o uso de Inteligência Artificial (IA), onde as mentiras poderão ser reinventadas com uma nova roupagem. Essa mentira já existia no analógico, quando políticos mostravam ruas asfaltadas somente nas imagens de TVs, mas agora ela estará mais sofisticada e mais difícil de ser identificada.

A partir de gora, a palavra está com o eleitor…

*Colunista

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