Do cabresto à imobilidade – Jessé Souza*
O momento pelo qual passa o Estado é crucial. Ao mesmo tempo em que grandes empresas se instalam aqui, acreditando no potencial do Estado, com dois shoppings que se instalaram ao mesmo tempo, temos setores que parecem ter retrocedido, a exemplo de voos comerciais, internet precária, falta de energia elétrica e outros problemas.
No meio disso temos uma política que não quer que as coisas funcionem bem e faz de tudo para que o Estado não se desenvolva. Trata-se de uma elite política que se instalou por meio de práticas antigas, por isso mesmo deseja manter o controle por meio do cabresto da desinformação, do curral eleitoral, do assistencialismo e pelos sofismas como discurso.
Essa elite se mantém no blábláblá na mídia e não cuida de suas obrigações, como o caos no setor penitenciário, as escolas em dificuldades e a segurança pública deficiente, muito menos criam programas que possam prevenir ou tirar os jovens das drogas, que é a porta de entrada para alimentar a violência urbana que assusta a população.
Da mesma forma que não fiscalizam e não se empenham para solucionar estas questões que dependem de ações de governos e de políticas públicas, também não se mobilizam para que Roraima não pare no tempo ou retroaja.
Os políticos ficam assistindo a tudo isso de camarote, enquanto brigam por mais recursos orçamentários com a única finalidade de honrarem a folha de pagamento inchada de seus poderes e órgãos ou para realizarem obras destinadas a empreiteiras que geralmente são deles mesmos ou de seus aliados.
Esse sucateamento pelo qual passa o Estado não é obra apenas da corrupção que vem sugando os cofres públicos, mas também é resultado da imobilidade dos políticos que, além de não se interessarem pelas grandes questões, tramam para que as coisas não caminhem bem, pois manter Roraima engessado significa deixar o povo refém dessa forma de fazer política que os mantém no poder.
Enquanto as pessoas não se atentarem para esse engessamento orquestrado por aqueles que se acham “donos” de Roraima, iremos retroceder ainda mais, uma vez que o poder que alguns exibem em Brasília é usado tão somente em benefício próprio e de seus negócios particulares, de grupo ou políticos partidários.
Quando o caos pipoca no Estado, eles vão à tribuna ou a suas TVs e rádios cobrar e culpar exclusivamente o Governo Federal, como se estivessem agindo. Porém, o que muitos não sabem é que esses problemas que o povo de Roraima enfrenta são criados ou mantidos por estes mesmos políticos. A questão energética é apenas um desses entraves gerado e cultivada por essa forma politiqueira de agir.
*Jornalista – Acesse: www.roraimadefato.com/main