Governo precisa dar resposta a asfalto que se derreteu em menos de dois meses
Jessé Souza*
O Governo do Estado tem a obrigação de dar uma resposta incisiva e imediata sobre a situação da obra de recuperação da RR-203, estrada de acesso ao Município do Amajari e que se estende até a Serra do Tepequém, Norte de Roraima, o único ponto turístico consolidado do Estado.
Não demorou dois meses que o serviço de recapeamento foi executado na rua principal da Vila do Paiva, sede do Tepequém, e o asfalto já está se esfarelando, revelando a má qualidade do serviço prestado pela empresa Ardo Construtura, cujo contrato tem o valor de R$10 milhões. A ordem de serviço foi assinada em 30 de outubro do ano passado, com prazo de conclusão de 12 meses.
De início, os empreendedores de turismo do Tepequém e os moradores do Amajari acreditavam que se tratava de um novo recapeamento asfáltico em toda rodovia. Mas não é isso o que está ocorrendo. Somente alguns trechos estão recebendo novo recapeamento, e a maior parte da rodovia irá passar apenas por um tapa-buraco.
A empresa já começou o reparo do asfalto que se deteriorou em Tepequém. Ou seja, está sendo feita um tapa-buraco no asfalto que acabou de ser feito. Trata-se de uma situação preocupante, pois não há garantia de que essa recuperação irá solucionar o problema, o que pode se configurar em uma obra mal feita, com claro desperdício de recurso público bancado com muito sacrifício pelo contribuinte.
Daí a necessidade de o Governo do Estado fazer uma séria fiscalização na execução desta obra, pois é inconcebível que um serviço desse porte e de singificativa importância não só para a economia daquela região, como também para o turismo regional, já apresente graves problemas em um período curtíssimo de exeução.
Foram seis anos de abandono completo por parte do Governo do Estado, que não fez sequer uma obra de manutenção na rodovia, a qual chegou a uma situação caótica. Quando finalmente a obra começa a ser executada, eis que surge um grave problema logo no iníciio da obra. Isso preocupa sobremaneira, pois há um sério risco de ter um asfaltamento que não irá perdurar até o próximo inverno.
Estamos em um inverno rigoroso, o que significa obras paralisadas, que por sua vez irá se refletir no prazo de execução. Como ocorre costumeiramente quando se trata de obras licitadas por governos, essas paralisações acabam gerando aditivos contratuais, que significam repactuação de valores, encarecendo ainda mais a obra.
Diante do que está ocorrendo com o asfalto deteriorado, é obrigação do governo fazer uma rigorosa avaliação do que está sendo feito em toda extensão da rodovia e, de imediato, exigir que o asfalto seja refeito na Vila Tepepequém, e não apenas um tapa-buraco, sem ônus aos cofres públicos. É injusto e ilegal que o contribuinte pague pelo erro da empreiteira.
Já basta o abandono que o turismo é submetido em todos os níveis de governo, especialmente pela Prefeitura do Amajari, que sequer cumpre com sua obrigação com a iluminação pública. Já que os governantes não querem direcionar políticas públicas para fomentar o turismo, que pelo menos cuide do asfaltamento da estrada.
Afinal, não se pode esperar muito dos políticos quando se trata de investir no turismo. Então, que o governo cuide ao menos da estrada para que a região do Amajari tenha um asfalto digno de uma rota consolidada, graças ao esforço de empreendedores locais, que recebe turistas de várias regiões do país.
*Colunista