Jessé Souza

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Os políticos precisam ter a imigração desordenada como pauta prioritária

Jessé Souza*

A intensificação da migração em massa de venezuelanos para o Estado de Roraima tem provocado também o retorno de problemas em Boa Vista que já haviam sido superados, como a ocupação de prédios e espaços públicos por venezuelanos. É necessário que as autoridades estejam atentas a estes problemas para que não se ampliem.

O entorno da Rodoviária Internacional de Boa Vista foi reocupado, com a visível favelização daquele espaço público, além de vários imigrantes dormindo na calçada das lojas de autopeças naquela região. É um cenário muito semelhante ao que ocorreu assim que a diáspora venezuelana se intensificou, a partir de 2014. 

Um caso que precisa da atenção imediata das autoridades vem ocorrendo em uma parada de ônibus climatizada, próxima à “bola” do Trevo, que foi ocupada por venezuelanos, os quais passaram não somente a dormir no local, mas também a ingerir bebida alcoólica a qualquer hora do dia e da noite.

Usuários do transporte coletivo não podem mais usar o abrigo da parada, pois os venezuelanos sempre são vistos dormindo, inclusive durante o dia, aproveitando o ar-condicionado, enquanto os passageiros são obrigados a esperar o ônibus do lado de fora, sob o sol ou a chuva. Quem tenta chamar a atenção desses estrangeiros acaba sendo ameaçado por estrangeiros que não se intimidam em dizer que se tornaram dono daquela parada de ônibus.

Os prédios públicos estão sendo ocupados aos poucos, novamente, em várias localidades, a exemplo da antiga sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) no bairro São Pedro, onde imigrantes se instalaram há um certo tempo. Casas antigas abandonadas nas redondezas na Avenida Jaime Brasil, o principal centro comercial da Capital, também estão ocupadas.

Embora seja uma questão humanitária, como todos sabem devido à situação crítica na Venezuela, não se pode permitir que Boa Vista perca o controle da situação, influenciando decisivamente na qualidade de vida da população, que se orgulha de viver na Capital mais bonita e organizada da Região Norte, ao mesmo tempo que não perdeu o título de ser uma população acolhedora diante da imigração desordenada.

É por isso que nossas autoridades precisam estar atentas a estas situações que começam a chegar a um nível preocupante, com a Operação Acolhida não tendo mais condições de abrigar todos que chegam nem interiorizar famílias em número maior e de forma mais rápida. A reabertura da fronteira favoreceu o aumento do trânsito de imigrantes para Roraima.

A imigração desordenada precisa estar como pauta prioritária das autoridades brasileiras em todos os níveis, como também ser incluída na plataforma política dos candidatos que irão pedir o voto dos eleitores este ano. Não se pode planejar o desenvolvimento do Estado de Roraima sem pensar sobre o que fazer diante da imigração, que impacta em todos os serviços públicos, a exemplo de saúde, educação e segurança pública.

O cenário que se apresenta no entorno da Rodoviária de Boa Vista precisa servir de alerta para esta pauta prioritária. O tempo urge. 

*Colunista