AFONSO RODRIGUES

Lembranças do distante

“O bom humor é contagiante; espalhe-o. Fale de coisas boas, de saúde, de sonhos, com quem você encontrar. Não se lamente, ajude as outras pessoas a perceber o que há de bom dentro de si”. (Aristóteles Onassis)

Onassis foi considerado, na década dos 70, o maior armador do mundo. Comprou vários navios do estaleiro Mauá, onde eu trabalhava, naquela época. Onassis também foi um grande pensador. E por isso lembrei-me dele, ontem. E isso quando eu ouvia a notícia sobre a queda do avião em Parnamirim, recentemente. E é nesses momentos que me vêm lembranças de velhos tempos. Foi durante a segunda Guerra mundial. Eu morava em Parnamirim, quando um avião militar caiu ali, mais ou menos no local onde caiu o avião, esta semana. Naquela época a Base Aérea em Parnamirim foi conhecida como a maior base aérea norte-americana, fora dos Estados Unidos. E nesses casos fico aqui com a cara segurando o riso. Fico me lembrando dos grandes momentos que já vivi em minha longa vida. Escoro-me na cadeira, ao computador e inicio uma viagem pelos mais de setenta anos de viagem. Naquela época Parnamirim era uma pequena vila, e você não imagina o rebu que causou a queda daquele avião. Hoje ninguém deu a menor bola para a queda do de ontem.

Aquele foi um período enriquecedor para quem teve a sutileza de observar pacificamente, todos os episódios que, querendo ou não, ficam em nossas mentes.  O tempo que passei aqui, neste momento, lembrando-me da vida que vivi naquela época me fez muito feliz. Eu tinha apenas 8 anos de idade quando me deleitei quando o Presidente dos Estados Unidos passou, ao lado do Getúlio Vargas, desfilando em um carro de guerra, pela avenida, em Natal. A felicidade que vivi assistindo à construção da base aérea, em um ritmo celerado e embriagador. A importância que aquela base aérea teve para o engrandecimento da Cidade de Natal. E nada me faz mais feliz do que me lembrar de todos aqueles anos vividos com a presença dos norte-americanos em uma base aérea preparada como solução para a vitória em uma guerra que marcou o mundo. Seria muito bom se os brasileiros conhecessem a história construída, naquela época, para o desenvolvimento do Rio Grande o Norte. E consequentemente, para o Brasil.

O brasileiro não sabe que os norte-americanos “invadiram” Natal. A história é muito bonita e construtora. Só que o Brasil resolveu aceitar a chegada, e por isso o Presidente veio conversar com Getúlio. E o acordo fez com que os navios de guerra voltassem e os soldados entrassem no Brasil em paz e sem armas. A impressa nacional tem essa história arquivada, mas não publicada. O que é uma pena. Temos muita história que deveria ser contada, fazendo parte da nossa Educação. pense nisso.

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