Olá amigos leitores! 

RECEITA DO DIA

Bolinho de Arroz com Tucupi 

INGREDIENTES: Arroz cozido – 1 xícara (180g). Tucupi amarelo – ½ xícara (120ml). Alho ralado – 1 dente (3g). Cebola picada – ½ (30g). Tomate picado – ½ (20g). Flocão de arroz – 2 colheres de sopa (50g). Queijo parmesão – 2 colheres de sopa (30g). Ovo – 1 unidade Sal – a gosto Salsa e cebolinha – a gosto Óleo para fritar – 1 garrafa (900ml). MODO DE PREPARO: Em uma panela coloque o arroz e o tucupi, deixe que o tucupi reduza e depois reserve até que esfrie. Com o arroz já frio misture todos os ingredientes, menos o óleo, e forme bolinhos. Depois é só fritar em óleo quente a 180° até que estejam dourados. Essa receita rende de 8 a 10 bolinhos e fica pronta em até 40 min. 

Por MANIOCA 

O CULTIVO DO CAFÉ NA COMUNIDADES

INDÍGENAS DA AMAZÔNIA 

Semana passada falei sobre o lançamento do primeiro Café Arábica de Altitude da agricultura familiar indígena de Roraima, e surgiram muitas perguntas sobre a produção do café na Amazônia e se existiam outros em comunidades indígenas. Assim como existem diferentes tipos de uva com características distintas que se transformam em vinhos, cada qual com seu terroir, assim é o café. Mas primeiro tenho que falar sobre as plantas do gênero Coffea existentes e as suas espécies: Canéfora e Arábica. O Arábica é historicamente considerado como um café de qualidade superior por ter algumas características diferenciadas, uma delas é por se adaptar melhor em altas altitudes e clima ameno. O Canéfora, é mais produtivo, mais resistente, e aguenta um clima mais quente. Temos no Conilon mais cafeína e no Robusta menos cafeína. Os cafés podem ser classificados como tradicionais ou extra-fortes, superior e gourmet segundo a classificação brasileira (ABIC). E na SCA (Speciality Coffee Association) existem os cafés especiais que possuem requisitos mais rígidos como certificação de origem, através de técnicas sustentáveis.

Agora que aprendemos mais sobre o café, vamos ao cultivo na Amazônia, iniciando pelo Robusta Amazônico, da cidade de Cacoal-RO, e que já detém o título de Indicação Geográfica, do tipo Denominação de Origem para cafés canéforas sustentáveis do mundo. A produção de café, no bioma Amazônia, começou a ter importância econômica na década de 1970, com os pioneiros que foram desbravar a região. O café produzido era considerado de baixa qualidade, e as plantas pouco produtivas, caracterizadas pela atividade agrícola extrativista e de pouca eficiência de uso da terra. A evolução na produção de café, na Amazônia, pode ser exemplificada pelos dados do estado de Rondônia que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é responsável por 97% do café produzido na Amazônia, sendo o segundo maior produtor do País da espécie canéfora. Em 2001, o estado de Rondônia contava com 318 mil hectares de lavouras que produziam 1,9 milhão de sacas e produtividade média de 8 sacas por hectare e a safra 2020, teve uma produção superior a 2,4 milhões de sacas e com produtividade média de 38 sacas por hectare, em função do uso de tecnologias de base sustentável. Segundo a matéria da Embrapa de 2019 – “os indígenas de Rondônia estão entre os poucos do País que cultivam o café como forma de obtenção de renda”. A cafeicultura indígena no estado não é novidade. Os Paiter Suruí, do município de Cacoal, realizam a atividade há mais de 30 anos e os Aruás e Tuparis, da Terra Indígena Rio Branco, de Alta Floresta D’Oeste, cultivam o café há mais de 15 anos. Mas, o que os colocaram em destaque foi a produção de cafés especiais, com notas acima de 80 pontos na classificação da Associação Americana de Café Especiais – SCAA”. Celesty Suruí do povo Paiter Suruí, que é a primeira barista indígena, da Terra Indígena Sete de Setembro, aldeia Lapetanha, disse: “Nós começamos a trabalhar com o café quando as terras demarcadas foram entregues para o meu povo indígena, lá já existiam roças de café, apesar de não fazer parte da sua cultura. Nós estamos trabalhando com o café desde então e estamos competindo em campeonatos de café com o café Robusta Amazônico”. Em 2022 o café da família da Celesty Suruí, ganhou o terceiro lugar na classificação final do Coffee of the Year 2022, na categoria Canéfora, da Semana Internacional de Café em Belo Horizonte-MG. Em Roraima temos os dois tipos de café: Arábica e Canéfora, ambos de comunidades indígenas. Os cafés Imeru e Uyonpa são 100% Arábica de altitude, da comunidade do Kauwê, no munícipio de Pacaraima. No município de Alto Alegre, na Terra Indígena da Mangueira, existe o café do tipo Canéfora, sendo 100% Conilon, produzido na região há 38 anos. O café Kuinam ( significa Saúva em Macuxi) é um projeto da comunidade, segundo matéria do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Enquanto não lançam o café Kuinam, a comunidade vem comercializando sua produção para a empresa Café Monte Roraima, 100% roraimense. E finalizo com uma explicação da barista mineira Helga Andrade, que esteve recentemente na nossa capital. “Os cafés que querem receber o registro de Indicação Geográfica (IG), precisam se organizar e coletar dados sobre seus produtos junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial)”. E sobre a questão do nome orgânico de alguns cafés, “a certificação ou selo é dado para grandes empresas, plantações. Mas plantações que não utilizam aditivos químicos como fertilizantes e defensivos e trabalham com sistema agroecológico, podem ser considerados orgânicos”. 

LETRAS SABOROSAS POR DENISE ROHNELT ARAUJO 

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