Jessé Souza

Milicias e a internet 1897

Milícias e a internet

Há duas formas principais de agir, adotadas pelos “donos de Roraima”, para impor medo, autocensura e cerceamento a quem se mete a ter opinião própria, principalmente nesses tempos de internet com suas redes sociais. A finalidade é não permitir qualquer crítica ou denúncia, criando um escudo por meio da imposição do medo.

Uma dessas formas é a contratação de milícias de internet para atacar ferozmente (como se fossem cães raivosos não vacinados contra antirrábica) os que criticam em redes sociais e WhatsApp. Amestrados geralmente com dinheiro público ou grana não declarada, os milicianos não têm pudor nem limite para agir contra quem critica seus “donos”.

Essas milícias agem principalmente em períodos eleitorais, mas não medem esforços para mostrar serviço a qualquer momento, como se fossem programadas para fazer tudo o que mestre mandar antes mesmo de receberem qualquer ordem.

Outra forma de minar críticas é o uso da Justiça por meio de ações judiciais com pedidos de indenização. A finalidade é provocar uma autocensura provocada por medo do enfrentamento de uma ação judicial e/ou por possível pagamento de indenizações, ainda que de baixo valor, mas que impacta no orçamento familiar.

Há muito tempo que políticos usam essa tática de recorrer ao Judiciário para tentar sufocar críticos e adversários políticos, mesmo sabendo que algumas ações não darão em nada, fazendo com que abarrote ainda mais a lenta Justiça com seu corpo pesado da natural burocracia que lhe é peculiar.

Já foi bem pior no passado, é verdade, com perseguições de toda ordem, com uso do aparelho policial e de todas as ferramentas do Estado, como ameaças de demissão e transferência para lugares distantes, no caso de servidores públicos.

Porém, como os “donos de Roraima” são especialistas em usar o poder para minar os que incomodam, eles sempre dão um jeito para pressionar as pessoas que tentam usar a liberdade de expressão para monitorá-los ou mesmo criticá-los.

É fato que existem aqueles que se excedem nas redes sociais ou mesmo em veículos de comunicação, por isso mesmo são passíveis de ações judiciais. Porém, isso tem sido exceção, pois a regra dos poderosos locais foi colocar milicianos de internet para atacar, feitos cachorros loucos, e seus advogados para esquadrinhar redes socais e páginas de jornal a fim de usar a Justiça para impor medo e autocensura.

É por isso que a sociedade roraimense precisa ficar atenta a estas formas de opressão. Em tempo de petrolão e Operação Lava Jato, não se pode mais admitir que os “donos de Roraima” usem milicianos e até a Justiça como forma de se livrarem do monitoramento e da fiscalização.

*JornalistaAcesse: www.roraimadefato.com/main