Minha Rua Fala

Minha Rua Fala 01 05 2019 8100

LAVRADO RORAIMENSE ♫♪ “Que beleza possui nossa terra / Sinfonia que inspira o amor.// O Sucesso é a meta / o Farol / no Lavrado banhado de Sol”.// ♫♪

O verso acima é parte do “Hino do Estado de Roraima”, com Letra de Dorval de Magalhães e música do maestro Dirson Félix Costa.

De onde vem o nome “Lavrado” dado aos campos gerais de Roraima?

O ex-deputado federal pelo Estado do Amazonas, Luciano Pereira da Silva (Piauí, 1885 – Rio de Janeiro, 16 de julho de 1975), veio para Boa Vista em 1917, pretendendo conhecer mais de perto as “riquezas” do vale do rio Branco. Veio a convite de Joaquim Gonçalves de Araújo (J. G. de Araújo) o maior fazendeiro e dono de terras no “rio Branco”, como era chamada a área do hoje Estado de Roraima.

Luciano Pereira fez relatos sobre a população local, meios de transporte, economia e ambiente, e tudo indica que foi o seu relatório o primeiro texto a citar o termo “Lavrado” para denominar os campos de vegetação do tipo savana (cerrado), que cobrem a região nordeste de Roraima.    

Hoje, graças aos sistemas modernos de satélites e tecnologia de precisão para estudo de solo e relevo, temos uma visão mais acertada sobre a Geografia de Roraima, a começar por Boa Vista, capital. 

Geólogos e botânicos que ajudaram, com suas pesquisas em campo, a definir o nosso lavrado, fronteira e território: Robert Schomburgk (1839) foi um naturalista e explorador alemão, que grande parte da então Guiana Britânica, fez coleções de  fauna e flora nos rios Maú, Surumu, Unamara, Tacutu e proximidades do Monte Roraima. Do ponto de vista da ciência, seus relatos são de extremo valor para a geografia física e a ocupação humana de praticamente toda a região norte e nordeste de Roraima. Do ponto de vista político, suas descrições ajudaram a dar base para a decisão final de uma disputa territorial internacional entre o Brasil e a Inglaterra. 

Richard Schomburgk (1842), da mesma forma que Robert, seu irmão, realizou coletas botânicas e faunísticas na Guiana Britânica, tendo  adentrado também no lado brasileiro pelos rios Tacutu e Cotingo.

Hamilton Rice (1924/25)   Membro da “American Geographical Society”, se aliou a Universidade de Harvard e organizou sua 7 expedições à Amazônia, vindo várias vezes na região de Roraima, percorrendo todo o rio branco e fronteiras, realizando estudos, filmagens e Avelino Ignácio de Oliveira (1924/25), geólogo que integrou a comitiva de Hamilton Rice como contra-partida brasileira na expedição. Sua preocupação estava voltada para descrições fisiográficas, correlacionando-as com ocorrências de rochas e minerais. Nesta empreitada, mais tarde recebeu a ajuda de Glycon de Paiva que tratou da identificação e análise de parte do material coletado na região. A principal publicação está resumida em “Bacia do Rio Branco” de 1929, quando pela primeira vez adotou-se o nome de Formação Boa Vista para a região geomorfológica das áreas abertas que cobrem o nordeste de Roraima.  

Glycon de Paiva (1928) geólogo da Comissão de Inspeção de Fronteiras liderada pelo Marechal Rondon. Descreveu cortes geológicos realizados na Formação Roraima que compõe as fronteiras entre Brasil, Venezuela e Guiana. Colaborou também com Ignácio de Oliveira na descrição de diversos materiais triados pelo colega anos antes na expedição de Hamilton Rice.

Boa Vista situa-se na porção centro-oriental do estado, na microrregião de Boa Vista, mesorregião do Norte de Roraima.     Com uma área de 5.117,9 km² (que corresponde a 2,54% do estado), limita-se com Pacaraima a norte, Normandia a nordeste, Bonfim a leste, Cantá a sudeste, Mucajaí a sudoeste, Alto Alegre a oeste e Amajari a noroeste. São áreas indígenas 1.447,35 Km² do município (o que corresponde à 25,33% do território total).    

Clima – Ocorrem apenas duas estações bem definidas: o inverno e o verão. Quanto ao o outono e a primavera praticamente não são percebidos. Boa Vista se encontra na Zona Climática Tropical; seu clima é tropical úmido, e a precipitação de Chuva anual é de 1.750 mm (mililitros). A temperatura varia de 21°C a 36,6°C, sendo as mais baixas em janeiro e mais altas em julho, dada sua localização no hemisfério norte. Sua temperatura média é de cerca de 27° graus Centígrados, sendo de 75% sua média da umidade relativa do ar.    

Relevo – É um município plano quase em sua totalidade, o que favorece seu status de organização. Apenas 10% de suas terras possuem uma pequena inclinação (inclusas as áreas de planície fluvial inundável). 

  

Solos – Os principais solos encontrados em Boa Vista são: •Latossolo amarelo / •Areia Quartzosa Hidromórfica / •Litólicos / •Latossolo Vermelho Escuro / •Areia Quartzosa / •Solos Hidromórficos Cinzentos / e, •Latossolo Vermelho-Amarelo.

Hidrografia – Os principais rios que compõem sua hidrografia são: o Branco, Tacutu, Uraricoera, Amajari e Cauamé (que originou o nome de um bairro).

A bacia do rio Branco possui um regime hidrográfico (possui um período de cheia e outro de seca). No período de cheia, dos meses de março a setembro, áreas situadas próximas à margem e à mata ciliar costumam ser alagadas (em especial ao núcleo “Beiral”); no período de seca, as águas baixam, diminuindo a navegabilidade do baixo rio Branco.