A PRESENÇA MILITAR NO VALE DO RIO BRANCO (RORAIMA)
A construção do Forte São Joaquim em 1775 foi um marco decisivo na conquista do rio Branco e firmou a presença do colonizador nestas terras. O segundo passo foi a criação dos povoados de Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio (no rio Uraricoera), São Felipe (no rio Tacutu), Nossa Senhora do Carmo e Santa Bárbara (no rio Branco). O Forte de São Joaquim do rio Branco teve como comandantes: Capitão Phillip Sturm (1775), Capitão Nicolau de Sá Sarmento (1787), Capitão Inácio Lopes de Magalhães (1830), Capitão Ambrósio Aires (1835), Capitão José Barros Leal (1839), Major Coelho (1842), Capitão Bento Ferreira Marques Brasil (1852) e o último o Cabo Pedro Rodrigues Pereira (1889).
Em 1920, foram criados os Destacamentos Militares de Fronteira (depois transformados em Contingentes). Em 1926 veio para Boa Vista o Contingente Federal sob o comando do Sargento Azevedo. Depois, já em 1952 foi criado o 1º Pelotão de Fronteira, subordinado ao Grupamento de Elementos de Fronteira (GEF). E, com publicação do Decreto nº 50.480, de 20 de abril de 1961, o então 1º Pelotão de Fronteira foi transformado na 9ª Companhia de Fronteira, ainda subordinada ao GEF de Manaus.
Em 1968 chegava a Boa Vista o 6º Batalhão de Engenharia de Construção – 6º BEC, que foi o responsável pela construção da BR-401 (Boa Vista – Normandia – Bonfim), e da BR-174 (Manaus – Boa Vista – Pacaraima). A inauguração oficial da BR-174 aconteceu no dia 06 de abril de 1977 e contou com a participação do então Presidente da República Ernesto Geisel e do Ministro do Interior, à época, Mário David Andreazza.
Ainda em 1969, no inicio de janeiro daquele ano, eclodiu uma revolta no Distrito do Rupununi, do qual Lethen é a capital (à margem direita do rio Tacutú). Fazendeiros se uniram a indígenas e se rebelaram contras as decisões do governo guianense que havia determinado desapropriar parte das terras de alguns latifundiários (membros das Famílias Melville e Hart), e pretendia doar as terras tomadas à quem não tinha onde morar e produzir. Era mais uma questão política entre governo e iniciativa privada.
Nos primeiros dias de janeiro de 1969 os revoltosos enfrentaram os militares da Força de Defesa da Guiana. Os combates aconteciam em toda a faixa de fronteira, mas o que se viu em seguida foi a debandada de grupos separatistas transpondo os rios Maú e Tacutú, abandonando no caminho armas e munições, e fugindo em direção às terras de Roraima. De Boa Vista partiram os militares da 9ª Companhia de Fronteira e formaram Pelotões Especiais de Fronteira. O 1º foi para Bonfim e o 2º para Normandia e região do Surumú. Os nossos militares prestaram socorro médico aos feridos, principalmente às mulheres e crianças que vinham da Guiana e entravam em Roraima. Por fim, houve a rendição dos revoltosos.
E, de volta à Boa Vista, no dia 23 de maio de 1969, através do Decreto nº 64.497, foi criado o Comando de Fronteira de Roraima (CFR), e no mesmo ano a 9ª Companhia de Fronteira foi transformada no 2º Batalhão Especial de Fronteira, através do Decreto nº 65.133.
No dia 31/03/1976 o Comando de Fronteira de Roraima/2º Batalhão Especial de Fronteira, ocupou suas atuais instalações (ao lado da 1ª Brigada de Infantaria de Selva) no Bairro Marechal Rondon. Hoje o 2º BEF é o 7º BIS – Batalhão de Infantaria de Selva.
Em Roraima, o Exército mantém um efetivo de mais de 3.000 militares, estando presente com a 1ª Brigada se Infantaria de Selva (“Brigada Lobo D`Almada”, tendo como comandante o General-de-Brigada Gustavo Henrique Dutra, e mais o 7º Batalhão de Infantaria de Selva (7° BIS), o 12° Esquadrão de Cavalaria Mecanizada (12º ECM), o 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva–(10º GAC)-, o 1ª Batalhão Logístico de Selva (1° B Log Sl), o 32º Pelotão de Polícia do Exército, a Companhia de Comando da 1º Brigada, a 6ª Delegacia do Serviço Militar, o 3º Pelotão Especial de Fronteira (em Pacaraima), e nas localidades de Uiramutã, Uauris, Surucucu, Bonfim e Normandia, além do efetivo militar do 6° Batalhão de Engenharia de Construção (6° BEC).
Temos também em solo e no ar roraimense, a Base Aérea de Boa Vista, que dá suporte ao Grupamento de Avião de Caça. Em janeiro de 2017, foi criado dentro da Organização, o Grupo de Apoio-GAP, responsável pelas atividades administrativas da instituição, e a própria Base Aérea de Boa, se adaptando a uma nova ideologia na administração operacional, tem novo nome: “ALA-7”, sendo o seu primeiro Comandante, o Coronel Aviador Eric Breviglieri, que tomou posse no dia 03 de março de 2017.
Não temos (ainda) uma Capitania dos Portos da Marinha, mas já se prevê a instalação de uma unidade, para dar suporte às atividades inerentes à sua atuação nos rios.
As Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), além da vigilância constante nas fronteiras, realizam também Ações Cívico-Sociais–ACISO-, levando assistência médica-odontológica aos mais distantes lugares deste País, principalmente nos confins da Amazônia onde prestam socorro às comunidades ribeirinhas. A mesma assistência ocorre quando acontecem as grandes enchentes e calamidades públicas. Neste cenário, além da Defesa Civil, está também o militar prestando auxilio e salvando vidas. Esta é, sem dúvida, a missão maior das Forças Armadas Brasileiras, a de servir à Pátria e ao povo.