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A MAÇONARIA NO PROCESSO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.

A Independência do Brasil não teria sido possível sem a interferência da Maçonaria. Desde o século XVIII (18) havia maçons no Brasil, e muitos deles envolveram-se em movimentos políticos contra a Coroa Portuguesa. Foi o caso da Inconfidência Mineira em 1789, por exemplo, onde todos eram maçons. Assim como também eram maçons os responsáveis pela Independência do Brasil (07/09/1822) e pela Proclamação da República (15/11/1889).

Em 17 de junho de 1822, quando a reação brasileira às pretensões das cortes portuguesas já estava em seu auge, houve a criação da organização maçônica Grande Oriente Brasílico, que se apartava do Grande Oriente Lusitano, que já tinha lojas maçônicas no Brasil.

No dia 13 de julho de 1822 foi aprovada a proposta apresentada por José Bonifácio para que D. Pedro I fosse Iniciado na Maçonaria, o que de fato aconteceu no dia 02 de agosto de 1822, resultando numa forte ligação dele com a causa da tão esperada Independência.

Os articuladores da Independência todos eram maçons e faziam parte do Grande Oriente Brasílico. Entre os principais, estavam José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira. Os três foram responsáveis por convencer D. Pedro I a aderir de vez à causa da Independência.

DECRETO DE INDEPENDÊNCIA FOI ASSINADO POR D. LEOPOLDINA.

Em 13 de agosto de 1822, Pedro I nomeou sua esposa, Leopoldina da Áustria, Chefe de Estado e Princesa Regente interina do Brasil. Fez isso porque precisava partir em viagem à província de São Paulo a fim de resolver por lá alguns conflitos políticos que poderiam inviabilizar o processo de Independência.

Pedro I permaneceria em São Paulo até 5 de setembro. Entretanto, o clima nas Cortes, em Lisboa, já estava bastante tenso, sobretudo após Pedro I ter se recusado a voltar para o país natal. Após receberem mais um ultimato, Leopoldina, na condição de chefe político interino, convocou o Conselho de Estado no Rio de Janeiro e assinou, em 2 de setembro, um decreto declarando o Brasil oficialmente separado de Portugal.

Em seguida, D. Leopoldina chamou o major Paulo Bregaro para que fizesse chegar às mãos de D. Pedro I, a Carta que ela estava enviando e contando todo o episódio. Pedindo, inclusive, para que D. Pedro oficializasse a ruptura com Portugal, proclamando a Independência do Brasil.

Pedro I, como já foi dito aqui, estava em visita à Província de São Paulo na ocasião em que D. Leopoldina rompeu relações definitivas entre Brasil e Portugal.

 Em 5 de setembro, ainda sem lhe ter chegado a notícia, D. Pedro partia de volta ao Rio de Janeiro. Entretanto, no dia 7 (dia do “grito do Ipiranga”), cavalgando com sua comitiva, o príncipe regente passou a sofrer recorrentes crises de disenteria, que são narradas pelo historiador Otávio Tarquínio de Sousa:

“A mudança de alimentação, um gole de água menos pura, fosse o que fosse, a verdade é que suas funções intestinais acusavam distúrbios impertinentes, que o obrigavam a alterar o ritmo da marcha, a separar-se da comitiva, em paradas incoercíveis”. Foi nesse mesmo dia, em meio a essas crises, que D. Pedro recebeu a notícia da ruptura e proclamou a frase: “Independência ou Morte!”.

CURIOSIDADES:

O famoso quadro “O Grito do Ipiranga”, também conhecido como “Independência ou Morte” foi pintado 66 anos depois da Independência, pelo paraibano Pedro Américo, por encomenda do conselheiro imperial Joaquim Inácio Ramalho, em 1886. A obra foi finalizada e entregue em 1888.

Mas, não é de se estranhar que a pintura da cena do quadro, tenha muito mais da imaginação do pintor Pedro Américo do que mesmo da realidade do que ocorreu.

À época, era muito comum essas encomendas de desenhos/pinturas de gente famosa, serem “maquiadas” para que os personagens parecessem mais pujantes com jeito de herói ou de piedoso santo. É o que se faz hoje com o uso do aplicativo Adobe Photoshop nas fotos que você quer melhorar, com mais luz, nitidez, etc, inclusive inserindo ou apagando pessoas ou objetos que você não quer na cena da foto.

Na pintura que está no quadro, Dom Pedro I aparece cercado pela Guarda Imperial (que ainda não havia sido criada). Além disso, o fardamento dos soldados é incompatível com a roupa usada na época para longas viagens, assim como o cavalo branco montado por D. Pedro.

Na realidade, nas viagens (como esta do Rio de Janeiro a São Paulo, ida e volta), eram usados burros para carregar cargas e animal égua pra montar em viagem longa.

Mas, independente da “criatividade” do pintor, o certo é que o famoso quadro é considerado a representação mais consagrada e difundida do momento da Independência do Brasil. O Quadro faz parte do Acervo do Museu Paulista.

Pesquisadores costumam concordar que o grande legado de D. Pedro 1º ao Brasil – além, é claro, da própria “Independência” – foi a Constituição de 1824, a primeira do País. Nela, são vistos os ideais liberais de D. Pedro 1º. E ela durou até a queda da monarquia, em 1889 – é a Constituição mais longeva que o Brasil já teve.

A Constituição de 1824 mostra, de forma explícita, o seu interesse pela educação no Brasil, em que determinava que ela deveria ser dada para todos, independente de cor, religião, credo ou posição social.

Outra sua contribuição como imperador, foi à criação dos Cursos Jurídicos no Brasil, em 1827.