POLÍTICA E POLÍTICO
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O Congresso Nacional aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera as datas do calendário eleitoral deste ano (2020) em razão da pandemia do novo coronavírus.
O calendário inicial, definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro do ano passado, previa o primeiro turno em 4 de outubro, e o segundo, em 25 de outubro. A PEC aprovada pelo Congresso adia o primeiro turno para 15 de novembro, e o segundo, para 29 de novembro.
Com a proximidade das eleições para os cargos de vereador e prefeito, é salutar que antes de irmos às urnas em outubro próximo, saibamos o significado de alguns termos usados na campanha. Como por exemplo: política, político, urna, eleição, vereador, prefeito, etc.
Quem sabe você não gosta de política, tem ojeriza a comícios, não quer nem ouvir falar em eleições. Em todo caso, leia o que escreveu BERTOLT BRECHT (1898-1956).
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.”
Mas, suponhamos que você tenha razão e motivos em não gostar de político por haver se desencantado no passado com seu candidato e com a forma de como fizeram a política em sua cidade, pode então regozijar-se com as palavras do jurista, escritor e político brasileiro Ruy Barbosa de Oliveira (05/11/1849-01/03/1923): “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
Assim posto, vamos conhecer as palavras mais usadas na campanha eleitoral deste ano.
Vereador – A origem remota é verea, forma arcaica de vereda (“caminho, estrada secundária”), de onde surgiu o verbo verear, com o significado primitivo de “administrar as estradas e os caminhos”. Pouco a pouco, os vereadores foram assumindo outras atividades ligadas ao bom funcionamento da comunidade.
Urna – Em latim, era urna mesmo, mas designava um grande jarro de cerâmica, usado primeiramente para transportar água, depois para guardar as cinzas dos mortos, já que era muito comum a cremação religiosa. No séc. 16, o termo passa a designar, no português, o recipiente onde se colocavam as pedras para os sorteios ou os votos de uma eleição. Hoje utilizamos a urna eletrônica – digital. Mas, o termo “urna” pode ser usado em expressões metafóricas como “Roraima vai às urnas” ou “os governantes deveriam ouvir a voz das urnas”..
Voto – Vem do latim Votum, uma promessa solene – às vezes, um pedido – que os fiéis faziam aos deuses. A primeira noção está ainda bem presente no voto de castidade e no voto de pobreza que são feitos pelos sacerdotes de certas ordens religiosas; a segunda aparece na expressão usual “faço votos de que ele se recupere da doença”. No final do séc. 15, o termo passou a designar também a opinião que o cidadão manifesta a respeito de uma proposta ou de um candidato; num verdadeiro regime democrático, todos os assuntos importantes são decididos pelo voto, isto é, pela escolha livre dos eleitores.
Eleitor – Eleitores são pessoas que elegem um representante ou uma idéia em uma votação. Para ser eleitor de uma votação política, o cidadão precisa ter o Título de Eleitor.
Político – Numa sociedade como a grega, em que a vida pública interessava a todos os cidadãos, chamavam de politikos aquele que se dedicava ao governo da polis (“a cidade, o Estado”), colocando o bem comum acima de seus interesses individuais. Por intermédio do latim, o termo ingressou em todas as línguas ocidentais; no início, porém, adquiriu uma conotação claramente pejorativa: politician, no inglês do séc. 16, designava alguém que recorria a intrigas para adquirir poder ou cargos públicos – algo semelhante ao que hoje chamamos de politiqueiro, que faz politicagem. A partir do século seguinte, no entanto, prevaleceu o sentido de homem público, que representa os partidos na composição do governo. Não há dúvida de que Roraima de hoje conhece exemplos de ambos os significados.
Prefeito – Vem do latim praefectus, “posto acima dos outros”. Com a evolução das instituições republicanas, a partir do séc. 19, o termo passou a designar, como hoje, o responsável pelo Poder Executivo dos municípios.
Candidato – No latim, o adjetivo candidus significa “alvo, brilhante”, o equivalente em português a “Cândido”, e era aplicado ao brilho das estrelas ou à alvura da neve. Em Roma, o cidadão que se apresentava para disputar um cargo público era chamado de candidatus porque, conforme o costume, ele envergava a toga candida (literalmente, a “toga branca”), capa feita de tecido alvíssimo, indicando que a pessoa não tinha nenhuma mancha no seu caráter ou reputação e que, portanto, era merecedora do cargo pretendido. Ao ingressar nas línguas ocidentais, o termo candidato passou a designar qualquer pessoa que postule um cargo, uma vaga ou uma posição. Também pode ser aplicada quando falamos nos candidatos do vestibular; ou dizemos que o Brasil é um sério candidato na próxima Copa do Mundo; ou ainda quando acompanhamos, no rádio e na TV, os discursos de candidatos políticos.