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MINHA RUA FALA 11589

AZAMOR FERNANDO MORA

Maçom e Fotógrafo.

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O fotógrafo Azamor Fernando Mora nasceu na cidade de Cruzeiro do Sul/Acre, no dia 06/10/1939. Era filho do casal: José Ângelo Mora e de Maria de Oliveira Mora. Veio para Boa Vista em março de 1962, e aqui com o seu trabalho fotográfico registrou o início e a inauguração de muitas obras do governo do Território Federal de Roraima. Azamor trabalhou com os governadores: Dilermando da Cunha Rocha (1964-1967), Hélio da Costa Campos (1967-1969 e de 1970 a 1974) e Fernando Ramos Pereira (1974-1979). Registrou também a presença em Boa Vista dos Presidentes da República: Ernesto Geisel, Costa e Silva e João Baptista de Oliveira Figueiredo.

É de autoria do Azamor Mora, a foto da inauguração da Ponte dos Macuxis, em 1975, com a presença do Presidente da República General Ernesto Geisel – descerrando a fita de inauguração da Ponte. Um detalhe: a Ponte se chama “Ponte dos Macuxis”, mas, na realidade, quem a inaugurou com o Presidente Geisel, foi um indígena Wapixana (porque não tinha nenhum índio macuxi na ocasião).

Azamor Mora também registrou em fotos a inauguração do prédio da Igreja católica Cristo Redentor (no Centro Cívico); a conclusão do prédio do Fórum Sobral Pinto; a inauguração do Estádio Canarinho (em 1975). Também fotografou a inauguração de várias escolas, tanto na capital, quanto no interior do Território, acompanhando os governadores. Em um dos seus trabalhos, no interior do Território, o  Azamor Mora fotografou a solenidade de fundação do Município de Alto Alegre (fundado por Pedro Costa), com a presença do governador Fernando Ramos Pereira.

Além de fotógrafo, o Azamor Mora era também escultor, com especialidade em esculpir figuras de Anjos. Em Manaus, por exemplo, em uma de suas viagens, foi contratado para esculpir figuras de Anjos para ser colocadas em Mausoléus do Cemitério São João Batista.

No interior do Estado do Amazonas, no município de Tefé – às margens do rio Negro-, há uma escultura (busto) do ex-governador do Amazonas, Gilberto Mestrinho. Este trabalho foi feito à pedido do prefeito daquela cidade, Orlando Marinho da Silva, em 1959.

Aqui em Boa Vista, o Azamor também fez algumas esculturas de Anjos. Há muitas nos mausoléus (lápides) no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no bairro São Vicente.

Mas, não resta dúvida de que a Fotografia sempre esteve latente em Azamor Mora. Ele era filho de fotógrafo, e teve o primeiro contato com a máquina ainda quando adolescente. Aos 12 anos de idade, ganhou uma máquina de fotografar e, aos 13 anos já trabalhava ao lado do pai, o peruano da cidade de Icá, José Ângelo Mora

Quando o Azamor chegou a Boa Vista, em março de 1962, fez alguns trabalhos fotográficos e chamou a atenção de um amigo que tinha um parente que trabalhava na Imprensa Nacional, no Rio de Janeiro. Este conseguiu para o Azamor, um estágio de seis meses no laboratório fotográfico da Imprensa Nacional. Foi ali que ele aprendeu a lidar com clicheria dos jornais impressos (as fotos e títulos das manchetes dos jornais) e aprendeu também a fazer gravuras (espécie de desenhos, com efeitos em cores).

De volta à Boa Vista, Azamor atuou como fotógrafo “free-lancer” (serviço temporário, contratado para uma determinada reportagem, mas sem vínculo empregatício) do Jornal Boa Vista, e para a “Revista Diretrizes” (pertencente ao jornalista, já falecido, Laucides Inácio de Oliveira).

Azamor, em sua própria casa, instalou seu laboratório de revelação fotográfica. Tinha o nome de: “Foto Mora” (na Rua Coronel Pinto, centro). Com técnica apurada, Azamor tirava fotos de pessoas e também fazia trabalhos fotográficos para registrar batizados, casamentos e de tantos outros eventos. E, um detalhe: enquanto outros profissionais levavam até duas semanas, entre o fotografar, revelar e entregar as fotos ao cliente; o Azamor Mora fazia todo o serviço e entregava as fotos no mesmo dia.

O Azamor Mora tinha outros talentos, além de fotografar e fazer esculturas em bronze e com outros materiais. Na década de 1970, ele cantava, compunha e tocava violão no “Conjunto Musical” da antiga Rádio Roraima – quando esta funcionava no Teatro Carlos Gomes. Naquela época, havia na Rádio, nos finais de semana, show de calouros e acompanhamentos de cantores que vinham se apresentar em Boa Vista.

Na Maçonaria, foi Iniciado na Loja Liberdade e Progresso nº1. Elevado a Companheiro em 20/06/1974, e Exaltado a Mestre Maçom no dia 29/09/1974. Foi investido no Grau 33º – Grande Inspetor Geral da Ordem-,  no dia 12/03/2005.

Azamor Fernando Mora faleceu no dia 07 de Março de 2021, no Hospital da Unimed, em Boa Vista, vítima da Covid-19. Ele tinha 82 anos de idade.

Azamor era casado com a senhora Gisélia Mariano Coêlho Mora. Tem os filhos: Marcelo Fernando Mariano Mora e Soraya Fernanda Coelho Mora Matos. Deles, descendem os netos: Yago, Maria Fernanda, Dyego, Thiago e Estela.