RUA ALOYSIO MORAES Antiga Rua DI – 05, no Distrito Industrial
Aloysio Baptista Moraes Filho era lapidário de diamante. A arte de lapidar (do latim lapidare) diz-se do estilo conciso no talhar do diamante, tendo como resultado final um trabalho artístico. Lapidário é o artífice que trabalha talhando o diamante, facetando a pedra bruta e a transformando em pedra preciosa, polida, brilhante, pronta a ser incrustada num anel, aliança, colar, tiara, ou mesmo numa coroa real.
Aloysio Moraes exerceu a profissão de lapidário por toda a vida, o que lhe permitiu ser um dos maiores conhecedores de pedras preciosas, particularmente de diamantes, e foi um dos melhores designers de jóia, transformando através da lapidação o diamante em belíssima jóia reluzente, digna de admiração. A técnica usada por ele fez com que seu nome fosse conhecido em todo o Brasil, e com direito a convite para conhecer empresas em outros países produtores de diamantes. Esteve em Bruxelas – capital do Reino da Bélgica, visitou o Grão-Ducado de Luxemburgo, e Amsterdã na Holanda.
Aloysio foi personagem de uma reportagem da famosa Revista Manchete (edição nº 1.529, de 08 de agosto de 1981), com o título “A Grande Aventura dos Diamantes”. Os jornalistas entrevistaram grupos de garimpeiros no Tepequém, Suapi, Quinô, Cotingo, Maú, e Tacutu. Por onde passaram ouviram a mesma resposta: “Lapidador? O melhor é o Aloysio Moraes”.
De volta à Boa Vista os jornalistas fizeram questão de conhecer o Aloysio. O encontrou em sua oficina de lapidação, à época, num prédio na esquina das Ruas Bento Brasil com José Magalhães-Centro. Ficaram impressionados com a habilidade técnica do Aloysio, e com a amostra das dezenas de pedras de diamantes postas sobre a mesa.
Eis, parte da reportagem: “Um dos lapidadores mais famosos de Roraima, com quarenta anos de experiência e renome até em Amsterdã (capital da Holanda), garante que os diamantes de Roraima, figuram entre os mais valorizados do mundo, pela qualidade da cristalização”.
A sala de lapidação é um mundo à parte, que faz ressurgir de repente todos os fantasmas dos ofícios antigos, com instrumentos encantados, lentes, pequenas balanças, pesos minúsculos de prata e ouro, óleos, lâmpadas, cola e fogo. A imaginação se transporta sem querer ao universo dos alquimistas.
E, a reportagem continuou: “Apaixonado pela sua profissão, este lapidário (Aloysio Moraes) conhece a fundo a história da pedra e de sua lapidação e assegura que a maioria das lendas sobre o diamante tem sempre um fundo de verdade.”. “(…) usado no braço esquerdo, leva à vitória contra o inimigo e confere a faculdade de domar as feras”.
Deve ser por isso que as mulheres adoram Diamantes.
Aloysio Moraes nasceu na cidade de Lençóis, interior da Bahia, no dia 20 de outubro de 1933. Ainda adolescente foi morar com o seu tio Oswaldo, que era diamantário (comprador e vendedor de diamantes) na cidade de Uberlândia/MG. Retornou a Bahia e viajou em 1972 para Goiânia/GO, onde se especializou no ofício de lapidário. Atendendo a convite, resolveu trabalhar como lapidário em Ciudad Bolivar, na Venezuela, durante quatro anos.
Depois, veio para Boa Vista onde instalou sua oficina de lapidação. Primeiro, na Rua Bento Brasil, depois na Rua Sebastião Diniz e, por último, na Rua Antonio Augusto Martins – no Bairro São Francisco, onde até hoje reside sua família.
Aloysio Moraes era casado com a senhora Zelice Oliveira Moraes (dona Zezé). O casal teve 03 filhas: Regina Coelle Oliveira Moraes (economista – trabalha no SESI); Mariluce Oliveira Moraes (economista – trabalha no Ministério da Agricultura em Boa Vista); e Gisele Oliveira Moraes de Lima (Professora do Estado). Delas descendem os netos: André Luiz Moraes Souto (filho da Regina), e Giovana Oliveira Moraes de Lima (filha da Gisele).
Aloysio Baptista Moraes Filho era Mestre Maçom no Grau 33º, pertencente à Loja Maçônica “20 de Agosto nº 1818”, jurisdicionada ao Grande Oriente Estadual de Roraima.
Aloysio Moraes faleceu em Boa Vista no dia 17 de outubro de 1988, aos 54 anos.
A Câmara Municipal, através do vereador Manoel Neves de Macedo/PRB- aprovou a Lei nº 1.318, de 14/04/2011, sancionada pelo Prefeito à época Iradilson Sampaio de Souza, e foi publicada no Diário Oficial do Município nº 2928, datado de 26/04/2011, redenominando a antiga Rua DI – 05 no Distrito Industrial, com o nome de: RUA ALOYSIO MORAES.