Bom dia,

Hoje é quarta-feira (17.03). O Brasil parece viver de discussões que nada tem a ver com sua realidade. Ontem, a imprensa e a opinião pública brasileira passaram o dia inteiro aguardando o que teria a dizer o médico cardiologista Marcelo Queiroga, escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para substituir o general Eduardo Pazuello no comando do Ministério da Saúde. A curiosidade foi satisfeita depois que Queiroga saiu de uma reunião com Pazuello no Ministério da Saúde, e disse o óbvio: quem dá as ordens sobre as políticas públicas, inclusive sanitárias, no país é o presidente da República. Disse também que a situação é séria, e que ninguém pode enfrentá-la sozinho, necessitando de união de todos para vencer o vírus. E, para cumprir a cordialidade com seu antecessor falou da importância do trabalho de Pazuello, enquanto ministro. E nada mais.

Enquanto se discute no Brasil essas abobrinhas, as estatísticas de contaminação e de mortes decorrentes da Covid-19 bate, diariamente, recordes atrás de recordes, e o número de brasileiros e brasileiras que já perderam a vida se aproxima rapidamente dos 300.000. E não se conta nesta tragédia, as milhares de mortes de pessoas que estão morrendo de outras causas por conta da falta de atendimento médico e hospitalar, vez que os esforços do país estão quase que integralmente direcionando ao atendimento da pandemia.

INDEFESOS

Levantamentos já foram feitos e mostram que mais de 400 famílias vivem um drama ainda maior por conta da Covid-19. São famílias que perderam, o pai ou a mãe; ou ainda os dois, e deixaram crianças órfãs sem que alguém possa acudi-las, pelo menos materialmente. Muitos pais, cuja mulher morreu, estão desempregados e sem condição de sustentar os filhos; ou ao contrário, muitas mães desempregadas são obrigadas a assumir sozinhas a proteção dos filhos indefesos contra a tragédia. Seria bom que os deputados e senadores do país lembrassem dessa tragédia ampliada, e agora que se discute o novo programa de ajuda emergencial no Brasil, criassem um programa de assistência permanentes a essas famílias para criar com um mínimo de condições materiais.

MATERNIDADE

No dia 26 de fevereiro, a Folha publicou com exclusividade uma matéria em que mães denunciaram que os filhos morreram logo após o nascimento na única maternidade do Estado, por suposta demora para realização do parto. Uma denúncia foi protocolada no Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR). A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, por meio de nota enviada à Redação, informou que acompanha o caso e já requisitou informações sobre o inquérito policial em andamento. Paralelamente, o MPRR também analisa, junto à Sesau, medidas administrativas para melhorar o procedimento de entrada de pacientes na maternidade.

SERÁ?

Em sua primeira manifestação pública, o médico Marcello Queiroga, escolhido por Bolsonaro para substituir o general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, disse que a população deve entender a importância do uso da máscara para evitar o contágio da Covid-19. Tem gente que já vê nesta recomendação, o primeiro atrito entre ele e o Palácio do Planalto. Será que depois de trocar o ministro da Saúde, o presidente da República, Jair Bolsonaro, passará a utilizar máscaras em suas aparições públicas?