AFONSO RODRIGUES

Mire-se no autoexame

“Nada nos fará tão generosos e sensíveis às faltas dos outros como conhecer totalmente, através de autoexame, as nossas próprias”. (François S. Fénelon)

Está na hora de nos mancarmos sobre críticas. Criticar é tão simples que qualquer tolo sabe fazer. E por isso sempre faz. E como somos seres ainda em caminhada para a evolução, caímos tolamente na azáfama da crítica. Que tal se fizéssemos um autoexame sobre nós mesmos, e procurássemos analisar os problemas que causam as críticas? Talvez as críticas sejam o maior problema. Vamos maneirar e procurar ser mais cautelosos nas observações. Os blá-blá-blás que ouvimos todos os dias, vindos até de mentes que deveriam ser mais respeitosas para com quem as ouve.

As mudanças climáticas, por exemplo, é um dos maiores exemplos do nosso desconhecimento sobre nossa vida sobre a Terra. Estamos aqui há mais de três bilhões de anos, e ainda não aprendemos a viver. Ainda continuamos, no século vinte e um da era cristã, sem descobrir, ou sem querer descobrir, o maior motivo das queimadas nas florestas. Eu até entendo o motivo de ignorarmos tanto a presença do gás metano. Porque é por conta dele, o gás metano, que você não deve jogar a “piúba” do seu cigarro acesa, dentro da mata.

Em mil novecentos e sessenta fizemos, por mera brincadeira, uma demonstração de como isso poderia acontecer. Fizemos isso em um sítio de um amigo, no Pantanal, em Mato Grosso. Só que no sítio não haveria perigo, porque não havia acúmulo do gás metano entre as folhas. Mas a experiência foi para que os amigos nunca jogassem qualquer coisa acesa, nem mesmo um cigarro, dentro da mata fechada. Três meses depois voltei para o Rio de Janeiro, mas garanto que aqueles amigos nunca jogaram, nem mesmo um cigarro aceso dentro da mata. Os que estão gastando fortunas na tentativa de apagar os incêndios, estão pensando nisso? Ou não querem pensar? Estudar um meio de evitar tais incêndios vai custar muito dinheiro. Acho que é isso que pensam.

Mas, vamos pensar em coisa mais simples, como por exemplo, a educação. Quem na Educação nos ensina que as mudanças climáticas são inevitáveis e que por isso devem ser estudadas. Elas sempre existiram e sempre existirão. E continuamos fingindo que tudo faz parte da fumaça dos carros nas ruas. Vamos educar para podermos ter um mundo preparado e civilizado, no futuro. Porque ainda não nos disseram quando o próximo dilúvio chegará. Estejamos preparados para a aceleração das mudanças. Mas não nos prepararemos enquanto não nos educarem. E como nunca farão isso, vamos, nós mesmos, em cada um de nós, fazer sua parte. Pense nisso.

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