Jessé Souza

Mundos e fundos 23 10 14 186

Jessé Souza* Os servidores públicos que efetivamente cumprem com suas obrigações podem perceber com mais clareza a forma com os governantes os tratam. As categorias passaram anos protestando, cobrando e até fizeram greve, mas nunca foram ouvidas tanto pela maioria dos parlamentares, uma vez que estiveram também na Assembleia Legislativa se manifestando, quanto pelos governantes, que nunca aceitam conversar ou negociar as pautas apresentadas. Porém, faltando alguns dias para o dia da votação do segundo turno eleitoral, quando o candidato governista não anda bem das pernas na disputa eleitoral, os servidores são convocados para reuniões noturnas e lá ouvem promessas de que tudo será atendido pelo Governo do Estado ou pela Prefeitura de Boa Vista. Está óbvio que as promessas feitas nesse calor eleitoral têm o único propósito de ludibriar o eleitor, uma vez que não há qualquer garantia de concessão dos benefícios e do cumprimentos do direitos que vêm sendo negados há anos. Para se ter uma ideia da enganação, basta lembrar que questão de reajuste salarial e pagamento de direitos precisam da inclusão no orçamento do Estado, com previsão no Plano Plurianual. Por tanto, o governo ou a prefeitura não pode sair por aí prometendo mundos e mundos sem que tudo isso passe pela Assembleia Legislativa ou pela Câmara de Vereadores. Todas essas reuniões convocadas para supostamente garantir direitos e benefícios não passa de enganação eleitoral, um duro golpe que visa somente tentar manter no poder os que nunca deram atenção aos servidores e os oprimiram a cada protesto ou greve deflagrada pelas categorias. Não há qualquer lógica passar anos negando direitos sob alegação de que não há recursos nem previsão legal e, faltando poucos dias para a eleição, surgirem governador e prefeita prometendo tudo aquilo que vem sendo reivindicado sob muita luta. O período eleitoral é o momento em que os políticos se aproveitam das fraquezas das pessoas mais necessitadas e dos anseios dos servidores para enganar e mais uma vez manter o poder absoluto. É por esse poder que eles tudo fazem, esvaziam os cofres públicos, compram votos, mentem e prometem. É bom que o eleitor fique atento ao que está sendo arquitetado para que não caia nos mesmos golpes eleitorais. Os pais e mães de família precisam lembrar como eles são tratados nos hospitais ou em qualquer serviço público. Os servidores precisam refrescar a memória sobre a luta que tiveram e o que passaram sem reajuste, sem benefícios e sem garantias de direitos. E não há maior resposta do que na urna eletrônica. *Jornalista [email protected]