Na base do remendoA criminalidade em Roraima está ligada diretamente à incompetência do Estado em resolver os graves problemas do sistema prisional, o qual vem sendo administrado na base do improviso há anos, com a direção dos presídios negociando privilégios com os bandidos a fim de evitar o pior, aliviando descontentamentos que possam levar a motins e fugas.
Empurrando os problemas com a barriga, os governos vão trocando de administradores, que por sua vez vão repassando a incompetência e os problemas para o próximo. E quem paga a conta é o povo nos dois sentidos: por meio de altos impostos e também com transtornos e prejuízos de furtos e assaltos ou até mesmo com a vida.
E não há perspectivas de se mudar esse quadro em curto espaço de tempo, pois os cofres públicos estão vazios, o sistema prisional não é prioridade e inexiste previsão para novos concursos a fim de reforçar as polícias e os presídios com mais agentes penitenciários. Sem falar que não há como pensar em ressocializar presos mediante todo esse caos.
Como tudo vem sendo feito na base do remendo, a população não vive mais tranquila em casa ou sai para trabalhar insegura a qualquer hora do dia ou da noite. Os bandidos atacam a hora que querem e onde bem entendem. E as polícias, apesar de todo o esforço hercúleo dos mais abnegados, não conseguem fazer frente à bandidagem.
Os pais de famílias vivem sitiados dentro de casa, principalmente nos bairros mais afastados. O cidadão comum, na parada de ônibus ou em cima de uma moto, a qualquer momento pode ser vítima de uma assaltante, que não dispensa sequer um celular. E o comércio já sabe que precisa contabilizar o prejuízo com os assaltos.
Para piorar ainda mais esse quadro, o tráfico de droga está vencendo a batalha contra a sociedade. De um lado, está o bandido que trafica para manter as organizações criminosas dentro e fora dos presídios. De outro, os jovens viciados que se entregam ao crime para alimentar o vício, passando de usuários a assaltantes, estes que vão aumentar ainda mais a superlotação do sistema prisional.
Lá em cima estão governantes e políticos, que não estão preocupados com esta dura realidade, pois eles têm segurança pessoal e de suas casas bancada com recursos públicos. Vivem anunciando paliativos e fazendo discurso para dizer que estão fazendo algo.
Enquanto o conjunto da sociedade não sabe o que fazer, porque as autoridades estão desorientadas, o crime mostra que está organizado, com facções criminosas dando ordens de dentro dos presídios, estes largados à superlotação, à falta de estrutura, baixo efetivo de policiais e agentes, com falta de condições de trabalho. Salve-se quem puder!