Jessé Souza

Na fila de puro desespero 5242

Na fila de puro desespero

É uma situação difícil necessitar de atendimento nos dois principais bancos públicos em Boa Vista, principalmente para pessoas menos esclarecidas e por aquelas que vêm do interior do Estado fugindo de agências e dos bancos postais que nada resolvem.

Em um dos bancos, chegar cedo não é garantia de atendimento rápido, pois todo mundo é colocado numa fila única de triagem, em que uma atendente, com semblante cansado e externando estresse, recebe toda carga de demanda, ainda tendo que dar informações das mais variadas, resolver problemas, imprimir senhas para idosos e analfabetos digitais, além de atender beneficiários do Crédito do Povo.

É humanamente impossível uma única servidora dar conta sozinha e tendo que ouvir todos os tipos de impropérios dos que querem descontar na servidora todo o mau atendimento oferecido pelo banco. Na fila, algumas centenas de impacientes, ora porque estão faltando ao trabalho, ora porque estão sendo submetidos a um serviço de péssima qualidade ou por ignorância pura e simples mesmo.

No atendimento, uma servidora sobrecarregada, estressada e que também tem seus problemas pessoais. Vez por outra, um estremecimento entre cliente e atendente. Outrora, uma informação mal repassada porque a servidora realiza várias atividades ao mesmo tempo já em um nível ruim de relacionamento empresa/cliente. E assim todos saem insatisfeitos do banco, que parece não ligar para o que está acontecendo.

E não só isso: os caixas eletrônicos sempre com problemas, uns “fora do ar”, outros desligados e boa parte com algum defeito no teclado, na tela ou mesmo com falta de dinheiro principalmente nos fins de semana.

No outro banco público, uma situação menos pior, mas igualmente estressante. Quem chega para pegar apenas um cartão é submetido a uma fila única, tornando complicado o que poderia ser bem fácil. Além de caixas eletrônicos que não funcionam e o pouco número de terminais pela cidade, o que empurra todos para a agência central.

Enfim, os roraimenses estão muito mal servidos de bancos públicos, os quais dispõem de um atendimento ao público muito pior do que os privados. E a tendência é piorar, pois o sucateamento parece uma política de governo, com enxugamento de seus quadros de pessoal a níveis insuportáveis para o trabalhador das agências e para os clientes. É o Brasil, onde nada funciona e quem paga pato sempre é o trabalhador…

*[email protected]: www.roraimadefato.com.br