AFONSO RODRIGUES

Nada mais poderoso do que ela

“A mente é tudo, e tu te tornas aquilo que pensas”. (Gautama Buda)

Já se torna enfadonha a tentativa de comentar o fácil considerado difícil. Uma das maiores dificuldades do ser humanos é acreditar na força que ele tem para vencer. Ainda não acreditamos que somos capazes de vencer sempre. E vencer não significa estar sempre no patamar mais alto. Para chegar lá precisamos lutar. O importante é não confundir luta com briga. As brigas geralmente são comadrescas. A vida é uma luta permanente. Porque temos que avançar sempre. E é nas caminhadas do dia a dia que chegamos nos dirigindo, aonde queremos chegar, chegamos e estamos onde devemos estar. O que indica que nossa posição, hoje, é resultado do que fizemos no passado, dirigidos pelos nossos pensamentos. E estes vieram da nossa mente. Simples pra dedéu.

Não desperdice seu precioso tempo com pensamentos negativos e aborrecimentos injustificáveis. Vá sempre à luta, mas sem se deixar levar pelas briguinhas. Nada de arrufos nem gritaria. Já falei pra você, várias vezes, sobre as experiências que adquiri em momentos simplíssimos, em contatos com a marujada da Praça Mauá, ali onde fica, hoje, o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Foi na década dos cinquentas, quando eu ia de São Paulo, nos fins de semana, namorar a garota, hoje dona Salete. Eu tomava café em um bar, na Praça, onde ficavam, sempre, muitos marinheiros.  O papo entre os caras me chamava muito a atenção. Um dos quais era o que dizia, sempre que um extrapolava na bronca: “Bronca é ferramenta de otário”. Se se prestar mais atenção se verá que eles tinham razão. E isso há quase setenta anos.

Há coisas simples na vida, que devem permanecer em nossa memória, para que nos lembremos do passado, com saudade. E por isso não devemos guardar na memória o que não nos valha a pena. Há uma frase que sempre cito por aqui, pela maneira como ela me foi passada, e pela sua particularidade. Foi também no finalzinho da década dos cinquentas. Eu estava num churrasco na casa do Vereador paulistano, Tarcílio Bernardo, em São Paulo. Eu conversava com uma filha do Vereador, enquanto o Jânio Quadros bravejava, contra o Adhemar de Barros. Precisando sair mais cedo, o Deputado Emílio Carlos passou pela sala, tocou no meu ombro, e falou referindo-se à briga do Jânio Quadros: “Afonso… São briguinhas comadrescas”.

São momentos simples que ficam em nossas memórias e nos faz lembrar e se sentir feliz, por toda a nossa vida. E o Bob Marley nos faz lembrar, quando diz: “Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorrega pelos olhos”. Pense nisso.

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