AFONSO ROGRIGUES

Não conte só com ela

“A experiência é uma lanterna dependurada nas costas que apenas ilumina o caminho já percorrido”. (Confúcio)

Para percorrer os caminhos com segurança é preciso que tenhamos experiências. Mas não são só as experiências que garantem o futuro. Vamos ser mais cautelosos nas nossas atitudes. Mesmo sabendo que não devemos fazer comparações entre procedimentos e comportamentos de tempos passados com os de agora. Cada um vive de acordo com seu desenvolvimento racional, de seu tempo, época e era. O que nos responsabiliza nos cuidados com a vida. E mesmo que isso possa parecer complicado, é simples pra dedéu. É só estarmos conscientes do que somos como seres humanos e de origem racional.

Faz aproximadamente oitenta anos que li esse pensamento na capa do meu caderno, na escola. Já repeti esse episódio pra você, várias vezes. Mas ele faz parte das repetições que fazem parte no desenvolvimento humano: “A educação é como a plaina: aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira”. E pelo que vemos, até agora não aprendemos a aprender com esse pensamento. Continuamos educando sem dar a mínima atenção à personalidade da criança que educamos, e não a preparamos para o mundo em que ela vai viver. E por isso continuamos vivendo na mesma trilha da fantasia, que acontece depois de cada dilúvio.

Há estudos que nos dizem que da primeira idade até a idade adulta ouvimos cem mil vezes a palavra não. E se estivéssemos preparados para educar, prestaríamos atenção à importância do NÃO. Porque ele tanto pode ser negativo quanto positivo. Se tivéssemos prestado mais atenção às reações de crianças do século dezenove, por exemplo, provavelmente teríamos tido mais cientistas e produtores que poderiam ter colaborado para nosso crescimento racional. Quando meu pai estava conversando com alguém, e eu ou qualquer um de meus irmãos desse algum pitaco, meu pai falaria: “Criança não se mete em conversa de adulto”. Aposto que seu pai, do início do século vinte, também fazia isso. Era comum, à época.

E é com a cultura de séculos passados, que ainda circula por aí, que estamos vivendo e sofrendo os absurdos desumanos que nos prejudicam mentalmente. Vamos ser mais racionais e nos valorizar na educação dos nossos descendentes, para que eles possam viver um mundo melhor do que o nosso. Estejamos atentos ao desenvolvimento da humanidade no círculo da racionalidade. Comecemos por não permitirmos que ninguém dirija nossas vidas. Não nos esqueçamos de que o comandante orienta o timoneiro, mas é o timoneiro que dirige o navio. E nossa vida é um barco, e cada um de nós é seu próprio timoneiro. Pense nisso.

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