Não é momento para politicalha
Há algo de muito estranho nesse episódio de a Eletrobras se negar a utilizar a energia gerada pela Hidrelétrica de Jatapu, no Município de Caroebe, construída no governo de Ottomar Pinto no início da década de 90, cuja revitalização foi concluída pela atual administração. Independente de governo, foram recursos públicos bancados a duro custo pelos contribuintes, além do sofrimento de toda uma população nas regiões Sul e Sudeste de Roraima, sempre excluída das políticas de governo.
É fato que este governo que aí está, administrando por meio de desculpas, vem cambaleando com suas ações lentas, mas não se pode admitir que toda uma população sofra as consequências de quaisquer rixas partidárias, falhas técnicas-operacionais ou desencontros que possam existir entre duas concessionárias de energia.
O Brasil exige mudanças não só de mentalidade, mas da forma de conduzir o bem público em um momento em que a politicalha que se lambuza com a corrupção jogou o país em um fosso. O Estado de Roraima é um dos mais prejudicados pelos reflexos, o que exige dos grupos políticos honestidade e responsabilidade para tratar o povo, já bastante prejudicado pela bandalheira.
Que ninguém pense que o povo se deixará levar por institucional de governo que queira levar vantagem por qualquer feito ou ainda por manobras politiqueiras de grupos. Ele saberá julgar esse governo que aí está e também perceberá quando estiver sendo engabelado por disputas partidárias, pois, afinal, em tempos de internet, nada mais fica oculto por muito tempo.
As ações realizadas pela Assembleia Legislativa de Roraima no Sul do Estado (inclusive o programa “Assembleia ao Seu Alcance” foi realizada em abril passado, em Caroebe) já mostraram as muitas necessidades dos moradores daquelas regiões em vários setores. Se na Capital, onde estão concentrados os recursos e ações de governo, a população fica desassistida, é de se imaginar as enormes dificuldades de quem mora no interior do Estado.
A energia elétrica é apenas um dos percalços enfrentados por quem mora nas cidades ao longo da BR-210, que interliga os municípios Sul e Sudeste do Estado, necessidade essencial para o comércio e a agricultura, o que significa um sofrimento a menos ter um fornecimento confiável por meio da hidrelétrica.
Usar isso como instrumento de política partidária ou por quaisquer divergências de grupo é inaceitável. Todos esperam que isso seja apenas um problema passageiro e que o sacrifício do povo não esteja servindo de joguete político.
*Colaborador [email protected] Acesse: www.roraimadefato.com/main