Minha Rua Fala

NATAL EM BOA VISTA, ONTEM E HOJE.

A data para o Natal em 25 de dezembro e as poucas informações dadas na Bíblia (os pastores mantinham seus rebanhos na natureza) sugere que o “Natal”, certamente, não ocorreu no inverno. Foi a Igreja Católica que, na primeira metade do século IV, reteve a data no dia 25 de dezembro.

A data para o Natal em 25 de dezembro e as poucas informações dadas na Bíblia (os pastores mantinham seus rebanhos na natureza) sugere que o “Natal”, certamente, não ocorreu no inverno. Foi a Igreja Católica que, na primeira metade do século IV, reteve a data no dia 25 de dezembro. Esta escolha foi puramente estratégica: para a transição de datas pagãs que eram celebradas no mesmo período da antiguidade que as datas cristas. Contudo, não há nenhum texto religioso que especifique o dia que Jesus Cristo nasceu.

            A festa de Natal não fazia parte dos dias comemorado pelos cristãos, foi a partir do quarto século, em 354, que a festa da Natividade foi introduzida a Roma pelo Papa Liberius na data de 25 de dezembro. Esta festa, gradualmente, se espalhou para o Oriente e Gália.

Em 425, o Imperador Oriental Teodósio II oficializou as cerimônias da festa de Natal. Em 506, o Concílio de Agde faz o Natal um dia obrigatório e, em 529, o imperador Justiniano oficializa como um feriado público. A Missa do Galo, tradição que continua até hoje, já acontecia no século V, sob o pontificado do Papa Gregório, o Grande. A partir do século XII, esta celebração religiosa foi acompanhada por dramas litúrgicos, que aconteciam dentro das igrejas ou na frente destas. Estas representações encenavam o nascimento de Jesus e a chegada dos Reis Magos. Criando então a tradição dos presépios para o Natal.

Na tradição cristã, a festa de Natal celebra o nascimento de Jesus de Nazaré. Contudo, não há nenhum texto religioso que especifique o dia que Jesus Cristo nasceu. Na verdade, a data de 25 de dezembro foi fixada arbitrariamente no meio do século IV, provavelmente para competir com datas não religiosas que ocorreriam nesta época do ano. As Igrejas Ortodoxas seguem o “Calendário Juliano”, que celebra o Natal em 7 de janeiro.

            E, em Roraima, como se dá esta tradição cristã?

A Lei nº 092, de 09 de novembro de 1858, assinada pelo presidente da Província do Amazonas, Francisco José Furtado, estabeleceu que no local da “Fazenda Boa Vista”, fosse elevado à condição de “Freguesia” de Nossa Senhora do Carmo da Boa Vista do Rio Branco. E, em 1887, a Freguesia foi elevada à condição de “Vila” de Boa Vista do Rio Branco.

Em 1877, houve uma grande seca no Nordeste brasileiro, o que motivou a vinda dos primeiros nordestinos para Boa Vista. Mas, como não havia emprego e nem atividade de construção civil, a maioria foi para o interior trabalhar na lavoura e na criação de gado, tornando-se os primeiros fazendeiros da região.

Foram estas primeiras famílias nordestinas que trouxeram a crença na comemoração da noite de Natal. No inicio, devido às dificuldades na época, a “ceia” natalina era composta pelo que havia na localidade: um pouco de carne, farinha, pimenta, um bolo de milho, aluá (bebida feita de abacaxi fermentado), e rezas, muitas rezas e orações. Padre no interior só se via praticamente uma vez no ano, na época da “desobriga”, viagem que o vigário passava nas localidades para realizar casamentos, batizados e outras atividades religiosas.

Em Boa Vista, não era diferente. A noite de Natal era comemorada na Igreja Matriz, onde, praticamente toda a população se fazia presente para a “Missa do Galo” – segundo a crença, à meia-noite do dia 24 de dezembro um galo teria cantado, anunciando a vinda do Messias, o filho de Deusvivo, Jesus Cristo.

O explorador americano Alexandre Hamilton Rice, quando esteve em Boa Vista em 1924, registrou que: “Boa Vista era o único agrupamento junto ao rio (Branco) que tem a honra de ser chamada de “Vila”. Este aglomerado era composto de 164 casas, que abrigavam uma população de 1.200 almas (pessoas). Alguns destes prédios são de tijolos: a Igreja Matriz, a Intendência (nome da antiga Prefeitura), algumas casas de moradia e o Armazém, também eram feitos de tijolos. Já a maioria das casas era feita de reboco e pau-a-pique”.

A vida em Boa Vista só veio melhorar com a criação do Território Federal do Rio Branco no dia 13/09/1943 (Decreto-Lei nº 5.812), mudado o nome para Território Federal de Roraima em 13/12/1962 (Lei nº 4.182) e, a partir de 1964 com os governadores militares, chegando finalmente a transformação de Território em Estado, no dia 05 de outubro de 1988.

Mas, há de se convir que a festa do Natal, ou melhor, dizendo, a comemoração da noite de Natal, sempre houve em Roraima, uma terra onde a Igreja Católica teve a primazia de se instalar1909, com a chegada dos Beneditinos para o trabalho de evangelização. Foram estes padres que incentivaram a comunidade boa-vistense à crença do Natal.

Durante todos esses anos e até hojeem Boa Vista, a “Noite do Natal” continua sendo celebrada pela comunidade católica, como sendo a “noite do nascimento de Cristo”.

Em 2013, foi instalada uma grande “Árvore” (feita com materiais recicláveis, chamando a atenção para a questão da proteção ao meio-ambiente) na Praça dos Pioneiros, situada atrás do Terminal de Ônibus Luiz Canuto, na Avenida Ene Garcez dos Reis.

Em 2016, foi instalada na Praça das Águas, onde está o Portal do Milênio e a partir de 2018, na Praça Fábio Paracat, também na Avenida Ene Garcez.

Outra praça iluminada com uma grande Árvore de Natal é a Praça do Bairro Pintolândia (na região Oeste da cidade). Desde 2018, e também no ano de 2022, a “Árvore” é uma das atrações para as famílias que moram nas adjacências e outras de outros bairros.

No dia 17 de dezembro no ano de 2022, na Praça de Eventos Aderval da Rocha (Ao lado da Praça Germano Sampaio), o espetáculo público trouxe o tema “Renascimento”, inspirado na vida e no legado de Jesus.

Neste ano de 2023, no dia 26 de dezembro, ocorreu o acendimento das luzes no Parque do Rio Branco, no  Mirante Edileusa Lóz, e na OrlaTaumanan (palavra na língua indígena macuxi, que significa: “Paz”).

A Prefeitura de Boa Vista dedica-seà esta festividade cristã desde 2013, com a instalação de “Árvores de Natal” com luzes coloridas na “Praça Fábio Paracat” – (na Avenida Ene Garcez – Centro)-, e, na “Praça Germano Sampaio” (no bairro Pintolândia).

Diversos outros pontos espalhados pela capital também ficaram iluminados com as Luzes de Natal: – Parque do Rio Branco, Orla Taumanan, Parque Germano Augusto Sampaio, Praça Fábio Marques Paracat, Teatro Municipal de Boa Vista, Complexo Ayrton Senna, Praça do Cruviana, Vila Jardim, Mangueira da avenida Ataíde Teive; Avenida Ville Roy, Avenida João Alencar, Praça do Centro Cívico, Praça do Mirandinha, e na Praça da Pirâmide.

E, neste ano de 2023, a atenção maior está no Mirante do Parque Rio Branco. Luzes e efeitos no acendimento da Grande Árvore.

O Natal da Paz 2023 reuniu mais de 32 mil pessoas na praça Aderval da Rocha (ao lado da Praça Germano Sampaio, no Bairro Pintolândia, que foram prestigiar cerca de mil pessoas no palco, entre elenco principal, músicos do Instituto Boa Vista de Música (IBVM), com apoio das vozes do coral ArtCanto e de outros projetos sociais da prefeitura, como Cabelos de Prata, Crescer, Conviver, Dedo Verde, Família que Acolhe e Rumo Certo.

Aos leitores desta página “Minha Rua Fala”, que me acompanham há muitos anos, eis o meu desejo para vocês: “Que neste Natal, todos os seus sonhos se realizem e que você seja cercado por pessoas que te amam e valorizam a sua presença. Que a bondade e a gratidão estejam presentes em cada momento do seu dia, agora e sempre.

Desejo a vocês e à toda a sua Sagrada Família, Feliz Natal e um próspero Ano Novo 2024, repleto de muita paz, saúde e realizações.