Aconteceu esta semana no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, a premiação dos 50 melhores restaurantes da América Latina, Latin America’s 50 Best Restaurants 2024, que foi lançado em 2013.
É o segundo ano consecutivo que o Rio de Janeiro é escolhido para sediar a premiação, que reuniu chefs, jornalistas brasileiros e estrangeiros, sommeliers, restaurateurs, patrocinadores e convidados.
Os indicados são escolhidos a partir da seleção de 300 especialistas em gastronomia que incluem chefs de cozinha, críticos gastronômicos, amantes da gastronomia, entre outros. Cada jurado deve votar em até sete restaurantes de pelo menos três países da América Latina, sendo que devem ter estado no restaurante votado, pago sua conta, guardando o recibo, sem se identificar. Os jurados arcam com sua despesa de viagem e refeições, não são remunerados para essa missão.
O Brasil de dimensões continentais continua tendo sua gastronomia percebida apenas no eixo Rio e São Paulo, o que foi evidenciado na premiação dos 50 melhores deste ano, quando sete restaurantes paulistas e apenas dois cariocas figuram na lista.
Na lista de 51 a 100 restaurantes, temos dois restaurantes do Rio de Janeiro, três de São Paulo, e daí aparecem o restaurante Manu da chef Manu Buffara de Curitiba na 60° posição, e dois restaurantes de Salvador, o Origem dos chefs Fabricio Lemos e Lisiane Arouca, e o restaurante Manga dos chefs Dante e Kafe Bassi.
Mas por que não temos restaurantes de outras regiões brasileiras na lista? Será que não temos bons restaurantes em outros estados?
Na realidade, já dizia minha avó, “quem não é visto, não é lembrado!”
O que analiso com tudo isso é que na realidade, os chefs e restaurantes que possuem assessorias de comunicação que ficam à frente da divulgação, convites, promoções, participação em eventos, ou seja, que mantêm seus restaurantes em evidência, são os mais se destacam nas premiações.
E digo mais, temos excelentes restaurantes na Amazônia, inclusive restaurantes amazônicos em São Paulo que poderiam estar na lista, mas não existe um lobby para outras regiões.
Precisamos cada vez mais que restaurantes de todas as regiões tenham visibilidade, porque as premiações também fazem parte dos atrativos turísticos, para o turismo gastronômico.
Outra coisa é a união dos chefs, como no Peru, que demonstram uma força gastronômica imensa, tendo o segundo lugar na premiação na América Latina para o restaurante peruano Maido do chef Mitsuharu Tsumura, que traz a chamada cozinha Nikkei, e está na sexta colocação dos melhores do mundo.
Mas apesar de tudo isso, a premiação se mostra democrática, não são apenas menus degustação que são premiados, mas a cozinha para compartilhar, como mostrou a primeira colocação com o restaurante argentino Don Julio, que serve a melhor parrilla do país, comandada pelo sommelier Pablo Rivero e pelo chef Guido Tassi.
O restaurante brasileiro que está no Top 10 e levou a premiação de melhor do país foi o carioca Lasai comandado pelo chef Rafa Costa e Silva, ficou com sétima posição no ranking. Seguido pelos restaurantes paulistas: A Casa do Porco em 15°; Tuju em 16°, Evvai em 20°, Nelita em 26°, Metzi em 27°, Maní em 35°, e Katori em 50°. E no Rio de Janeiro, o restaurante Oteque em 21°.
A lista dos 10 melhores restaurantes da premiação é: 1° Don Julio em Buenos Aires; 2° Maido em Lima; 3°El Chato em Bogotá; 4° Kjolle em Lima; 5° Borogó de Santiago; 6° Celele de Cartagena; 7° Lasai do Rio de Janeiro; 8° Mérito de Lima; 9°Quintonil da Cidade do México; e 10° Leo de Bogotá.
Ainda houve outras premiações, que podem conferir no Instagram @theworlds50best
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