Foi em 19 de outubro de 2019 que o governador Antonio Denarium, na companhia do então secretário de Infraestrutura, Edilson Lima, durante a inauguração de uma praça na Vila Trairão, anunciou a obra de recuperação da RR-203, no Município de Amajari, Norte do Estado. Foi falado até o valor: R$ 11 milhões, provenientes do desbloqueio da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
A promessa é que a rodovia receberia manutenção, recapeamento, tapa-buraco e roçagem do mato, bem como nova sinalização. Já estamos em 2023, mas nem a metade do que foi prometido efetivamente fora cumprido. Até o asfalto novo está se derretendo e, nos demais trechos, a nova empresa contratada está fazendo um paliativo, tapando os buracos com barro, em uma cena que provoca revolta aos contribuintes.
A ordem de serviço da obra só foi assinada em 30 de outubro de 2020, e as obras iniciaram-se em janeiro de 2021 a partir da avenida principal da Vila Tepequém. Meses depois de concluído, o asfaltou novinho daquela via começou a se esfarelar e somente um ano depois a obra foi refeita. Desde lá a obra se tornou uma novela sem fim, inclusive com a empresa abandonando o contrato.
O fato é que a sinalização está sendo concluída somente agora, mesmo sem que a buraqueira tenha sido eliminada, com poucos serviços de roçagem ao longo desse período. Até hoje ninguém fala mais sobre o assunto e não há nenhuma informação oficial sobre o novo contrato e novo valor da obra; ao contrário de quando o próprio governador foi até a estrada para gravar um institucional em cima das máquinas quando poucos quilômetros de asfalto novo começaram a ser colocados.
Embora aquela estrada seja uma vitrine, pois dá acesso ao principal ponto turístico de Roraima, a Serra do Tepequém, é vergonhoso passar por lá e ver buracos sendo tapados com barro vermelho, que não resistirá à primeira chuva mais forte. Além disso, a região é habitada por vários políticos que dominam o cenário político, inclusive dois ex-governadores, os quais não se importam com o que está ocorrendo.
Os órgãos de controle também não se pronunciaram até aqui, mesmo diante das flagrantes falhas na execução da obra, que apresenta péssima qualidade, bem como a execução de um serviço paliativo, em vez de um trabalho de tapa-buraco com o mínimo de qualidade em uma estrada que serve ao turismo e ao maior produtor de pescado de Roraima, principais geradores de emprego e renda daquela região.
E mais um importante detalhe: as pontes de madeiras começaram a se deteriorar, inclusive provocando acidentes com motociclistas, mas não se viu nenhuma movimentação das autoridades para agir antes que o pior aconteça.
*Colunista
