Bom dia,
Fez ontem, terça-feira (15.11), 133 anos que o Brasil deixou de ser um Império comandado pela família Bragança, que se diga de passagem fez muito pela nossa Pátria, e se transformou numa República assim declarada por um marechal alagoano, que apesar de doente, e de ser monarquista, atendeu às pressões de seus camaradas de farda. Diga-se a bem da verdade, que o lúcido imperador D. Pedro II não fez muita coisa contra a Proclamação da República, afinal ele entendia como legítima as aspirações da elite de então de querer ser governada por um dirigente escolhido pelo voto, que naquele tempo não tão universal e nem secreto. Mesmo assim, D. Pedro II pegou sua mudança e algum dinheiro que dispunha e voltou para a Europa, onde morreu alguns anos mais tarde pobre e quase esquecido. Foi embora deixando que os brasileiros passassem a escolher seu presidente, mesmo que num processo nada democrático e muito menos transparente.
Ontem, os 133 anos de aniversário da República foram comemorados por centenas de milhares de brasileiros e de brasileiras nas ruas, ou em frente a sedes de quartéis do Exército Brasileiro, clamando para que os militares decidam fazer intervenção militar por conta do resultado da eleição presidencial por suspeitarem de fraudes nas urna. Desconfiança reforçada , quando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – alguns dos quais compõem o TSE-, “descondenaram” o ex-presidente Lula da Silva (PT) que cumpria pena numa sala da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, depois de condenado por unanimidade em três instâncias da justiça federal.
Numa cena que lembrou o surrealismo do grande diretor e cineasta espanhol Luís Bunnel, enquanto centenas de milhares de brasileiros e de brasileiras iam às ruas para protestar contra o resultado da eleição presidencial, alguns dos ministros do Supremo Tribunal Federal – inclusive, o presidente do TSE, Alexandre de Morais participavam de um seminário promovido pela empresa do ex-governador de São Paulo João Dória, realizado num luxuoso hotel de Nova Iorque. Foram hostilizados por brasileiros e brasileiras, que moram naquela cidade norte-americana. Em resposta, Morais disse que vai punir quem estiver protestando na rua, enquanto Luís Roberto Barroso, utilizando um linguajar xulo disse ao um dos manifestantes: “Perdeu Mané, não amola”.
A República Federativa do Brasil, que comemoramos ontem o 133º aniversário, também assiste atônica a omissão do Congresso Nacional, especialmente o Senado Federal, única instituição republicana que poderia intervir para normalizar essa grave, e de consequência imprevisível, crise política e moral que coloca a população às portas dos quartéis simplesmente porque não acredita nas instituições políticas da República. Os dois presidentes das duas Casas Congressuais, Senado Federal e Câmara dos Deputados, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL) agem no mais ensurdecedor silêncio, fazendo-se surdos, ignorando o ruído que vem das ruas.
HIPOCRISIA
Dentre os milhares de presentes à COP27, que estão num luxuoso balneário do Egito, discutindo medidas para combater o efeito estufa ao clima do Planeta, motivado especialmente pela emissão do Gás Carbônico na Atmosfera, muitos foram àquele país africano levados por jatos particulares, cujo número estimado é de 800 estacionado em aeroportos de lá. É claro, foram até o Egito lançando algumas centenas de toneladas de CO². Entre os presentes estão líderes governamentais, grandes empresários, alguns pesquisadores e muitos curiosos que vão para esses encontros apenas para fazer selfies.
Luxuoso
O jato particular do empresário José Seripiere – preso pela Lava Jato por corrupção-, é um Gulfstream G600, que custa mais de R$ 300 milhões. A aeronave tem prefixo norte-americano para pagar menos impostos que no Brasil. Fica estacionado no Uruguai, para evitar qualquer ação do fisco brasileiro. Segundo, Geraldo Alckmin (PSB), o vice-presidente eleito, Lula não tomou emprestado o jato do amigo, mas aceitou uma carona uma vez que Seripiere, também ia à COP27, no Egito. Lá, Lula se encontrou com Marina Silva, a brasileira mais preocupada com a preservação da Amazônia.
CORAGEM
O empresário Remídio Monai tem realmente disposição fazer crescer sua empresa, a Amatur. Em plena mudança de governo, com muitos pontos de interrogação sobre o futuro da economia roraimense, Remídio Monai decidiu renovar quase toda sua frota de ônibus para o transporte de passageiros. Comprou mais de 10 ônibus novos, e já recebeu os dois primeiros, que serão utilizados desde já. Parabéns, pois.