AFONSO RODRIGUES

O chefe viajou

“Quem quiser ser líder, o melhor que tem a fazer, inicialmente, é guardar suas medalhas, seus títulos honoríficos e seus galardões, para procurar munir-se de armas mais poderosas, que se encontram no conhecimento correto das normas referentes às relações humanas”.

Faz tempo que o cargo de chefe está sendo jogando para o passado. Não há mais como dirigir um grupo, com ordens, gritos e arrufos. O mais inteligente está no conhecimento das relações humanas, para que sejamos um líder, e não um chefe. No início dos anos sessentas, do século passado, a indústria brasileira iniciou essa tarefa, incentivada pelo crescimento da indústria paulista. Já não havia mais lugar para os chefões mandões. Foi quando, verdadeiramente, o cargo de chefe começava a viajar, para não mais voltar. A sociedade está evoluindo num ritmo acelerado. E não há mais como se aceitar o desconforto da ordem grosseira. E tudo, como já sabemos, depende da educação. E pelo que vemos, está se iniciando um movimento para o aprimoramento da nossa educação. As seleções para empregos, estão iniciando um processo de escolha pelo conhecimento, de fato. Porque, na verdade, a faculdade lhe dá um diploma que, na verdade, não prova que você é um advogado, mas que você estudou e formou-se em advocacia. Porque advogado você vai se tornar na universidade do asfalto, no seu dia a dia, no trabalho. E isso é para todas as profissões.

Vamos dar mais atenção ao valor verdadeiro das Relações Humanas no Trabalho e na Família. Ainda encontramos dificuldade de entender a importância do relacionamento familiar, no trabalho. O mesmo é válido, do trabalho para a família. Não tem como evitar aborrecimentos na família, se você chegar à sua casa, aborrecido com aborrecimentos causados no trabalho. O mesmo acontece se você chegar ao trabalho, pela manhã, aborrecido com uma briguinha com a mulher, ou com o marido, em casa. E você não imagina o quanto isso prejudica seu comportamento, como chefe do grupo. E as Relações Humanas evita esse entrave, com as mudanças nos comportamentos, tanto com os familiares quanto com os profissionais no trabalho. Então vamos cuidar mais da nossa educação para que sejamos competentes e preparados para a liderança. Porque ela não pode ser ativa, sem uma educação à altura da racionalidade. O chefe viajou, com a chefia, e certamente não encontrarão mais lugar entre nós, se tentarem voltar. E não voltarão. Vamos nos atentar, com atenção para o comportamento das crianças de hoje. O que reflete a mudança, não percebida, na sua criação bem diferente da do passado. Vamos melhorar. Pense nisso.

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