Bom dia,

Hoje é segunda-feira (21.09). Milhares de brasileiros e brasileiras começam a semana às portas da fome por conta da decisão, faz quase 15 dias, dos médicos peritos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que se recusam a trabalhar. Embora tenham seus bons salários garantidos desde o início da pandemia do Covid19, e de todas as providências adotadas pelo órgão previdenciário no sentido de minimizar a possibilidade de contágio, os dirigentes do sindicato que abriga a corporação -com forte apoio da maioria deles-, se reusa a voltar ao trabalho, mesmo sabendo que centenas de milhares de pessoas -sobretudo as mais humildes-, estão passando fome e endividados porque estão impedidas de receberem os benefícios a que têm direito, mas que dependem de perícia médica.

Boa parte das anomalias da sociedade brasileira está, sem qualquer dúvida, ligada aos fortes interesses corporativos que produzem, entre outras coisas uma brutal desigualdade de salários no serviço público, onde a diferença entre o menor e o maior salário percebido chega, nalgumas vezes, a quase cem vezes. Em vários países democráticos europeus esta diferença fica, em média, dez vezes. A força do corporativismo faz também, por exemplo, com que algumas categorias de servidores públicos trabalhem apenas nove meses -contadas as férias de 60 dias e os malfadados recessos-, recebendo 14 salários anuais, enquanto os trabalhadores e as trabalhadoras comuns no país trabalham 11 meses, para receber 13 salários.

É o corporativismo que se apropriou da burocracia estatal brasileira que impede também a adoção de políticas públicas, mesmo que elas sejam fruto de discussão e votação durante o processo eleitoral, no qual eleitores e eleitoras escolhem uma cesta de propostas pelos candidatos vencedores do pelito. No atual momento da vida brasileira, o exemplo mais bem acabado da força desse corporativismo, que aparelha a máquina estatal pública é o cabo-de-guerra entre o governo, e a quase totalidade do corpo de servidores dos órgãos ambientais, que se recusam a seguir as determinações dos superiores. Enquanto o Brasil não parar para discutir a necessidade de quebrar a força do corporativismo, o país continuará patinando do lamaçal de crise econômica, social e política a que foi levado.

PROPOSTAS 1

A Rádio Folha FM 100.3, no programa Agenda da Semana, entrevistou ontem, o empresário Shaolyn Gomes (PMN), candidato à Prefeitura Municipal de Boa Vista, Entre as principais propostas de governo do candidato estão a manutenção da Companhia de Águas e Esgotos (CAER) no serviços de água e esgota dos boa-vistenses; a construção de um hospital municipal na Zona Oeste de Boa Vista; de uma maternidade também na mesma zona da capital; e de um programa de incentivo ao empreendedorismo como forma de estimular a criação de emprego no município.

 PROPOSTAS 2

Ouro candidato entrevistado no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3 foi o professor e atual vereador Linoberg Almeida, da Coligação REDE/PC do B/Partido Verde. O candidato promete uma administração participativa, com a valorização dos conselhos representativos da sociedade boa-vistenses, destacando entre outras propostas: reorganização do Centro urbano de Boa Vista, com estímulo a verticalização ordenada da cidade; rediscussão do problema de estacionamento na área do centro do comércio tradicional da capital, incluindo novos horários de funcionamento, com mais atividades, inclusive culturais; estímulo à construção de estacionamentos privados naquela região; reaparelhamento das unidades de saúde do município, com aquisição de equipamento e um vigoroso processo de treinamento e estímulo aos profissionais de saúde; modernização do Plano Diretor da cidade; manutenção da CAER como empresa prestadora dos serviços de água e esgoto e uma revolução no transporte público da cidade.

RÁPIDAS

Muitos candidatos à PMBV têm priorizado a contratação de empresas de pesquisas de intenção de voto para monitorar o comportamento do eleitor/eleitora. Eles também encomendam “pesquisas” para ser utilizadas para público externo, e nestas quase sempre, o candidato/candidata que paga a pesquisa pontua melhor em relação aos principais adversários. ### Têm aumentado as postagens em redes sociais que relacionam o aumento recente do preço do arroz como consequência da expulsão dos arrozeiros da Raposa Serra do Sol. Será? Faz mais de dez anos que isso ocorreu. ### De igual forma, voltou a ser frequente, pela internet, a afirmação sobre a enorme presença de riqueza mineral em solo roraimense. As afirmações aborrecem os técnicos que conhecem nossa realidade, que continuam defendendo a adoção de pesquisas sérias para definir uma política de aproveitamento racional dessa pretensa riqueza. ### Enquanto isso, o governo federal faz vistas grossas ao crescente processo de invasão e garimpo predatório em ecossistemas vulneráveis, quase sempre ao longo dos leitos e margens dos principais rios que formam a bacia hidrográfica do estado. ### Até amanhã.