O enjoo na idade

“Enjoei, cansei, perdi a graça: a gente podia ser original e abrir os armários dos esqueletos e das vergonhas, assumir seus erros, parar de agir como se isto aqui fosse o reino dos bobos”. (Lya Luft)

Armazene sempre no armário da vivência, os momentos bons que você viver. Vamos parar de achar que este mundo é forno onde vivemos nos queimando. Quanto mais vivemos, mais lembranças boas podemos ter armazenadas em nossas mentes. Até mesmo quando não damos tanta atenção a coisas e acontecimentos singelos que nos parecem insignificantes. Quando, na verdade, eles podem nos trazer momentos de felicidades curtas, mas gratificantes e benéficas. Quantas vezes você já se sentiu feliz assistindo, pela televisão, a algo que aconteceu em sua infância e você não lhe dera a mínima importância. E quanto mais distante estiver sua infância, maior será o prazer em rever e lembrar aquele momento distante, vivido por você.

Atualmente há duas imagens que são mostradas na televisão, como comercial, e que mexem comigo. Só que elas passam tão rapidamente que me deixam chateado por não as ver melhor: são a do Elevador Lacerda, na Bahia, e a do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Eu desci no Elevador Lacerda, em 1953. Mas quando ele passa correndo, na tela da televisão, fico chateado por não poder vê-lo com mais calma. Sempre que o Museu do Amanhã aparece, na televiso, me leva, mentalmente, ao Rio de Janeiro. Recentemente, quando estive no Rio, visitei o Museu do Amanhã. Foi uma tarde de encantamento. É uma obra realmente encantadora e que nos leva à alegria de estar vivendo um momento realmente do futuro. A ligação mais forte, minha com o Museu do Amanhã, está na localização dele com a Praça Mauá, onde vivi momentos inesquecíveis, na década dos cinquentas, quando eu morava em São Paulo e namorava com a Salete, no Rio de Janeiro.

 A cada quinze dias eu ia visitar a Salete. Chegava ao Rio, pela manhã e ia tomar o café no barzinho que não existe mais, na Praça Mauá. Foi ali que aprendi muita coisa simples e que ainda me enriquecem até hoje. Aprendi tudo com os marujos, no bar. A Salete morava em Copacabana e por isso eu ficava matando o tempo na Praça Mauá. Só ia pra Copacabana depois do almoço. Se você é jovem ou adulto, não importa, aproveite cada momento do seu dia, com muita alegria. São os momentos simples que um dia chegarão à sua lembrança, como algo que lhe fez feliz no passado. E nada mais agradável do que lembranças de momentos felizes do passado. Jogue o que não presta, para o lixo e armazene o saudável, em sua mente, para desfrutá-lo no presente que é hoje. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460