O estresse e como reagimos a ele
Diversos elementos do nosso dia a dia podem ser causadores do estresse, seja pelas obrigações diárias, seja pela ocorrência de fatores que não desejamos ou controlamos, o estresse está presente na vida de todos nós.
Ele atinge nada menos do que 90% de todas as pessoas do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse número reflete um adoecimento da sociedade moderna diante da rotina acelerada que exige cada vez mais de cada indivíduo.
Contudo, é preciso pontuar que, além dos acontecimentos do dia a dia, outros fatores são fundamentais para o surgimento e manutenção do estresse na vida de cada um de nós.
A forma como percebemos cada situação em nossa vida influencia diretamente seu efeito sobre nosso bem-estar e grau de estresse. Coisas que fazem parte da normalidade e rotina de algumas pessoas, para outras pode desencadear um grau de tensão elevado.
Um bom exemplo disso é quando um professor vai até a frente de sua turma para falar de um novo tema para o grupo. Isso faz parte de sua rotina e normalmente gera tanto estresse quanto tomar um copo com água (nenhum).
Agora, vamos imaginar a mesma situação para um jovem que vai até a frente de sua turma para falar, durante a sua primeira apresentação de seminário. Nesses casos, é comum que os efeitos do estresse comecem no momento em que o jovem tome ciência de que terá que realizar tal ação: boca seca, mãos trêmulas, preocupação com a avaliação de seu desempenho acadêmico diante do professor e social diante da turma – afinal de contas, todas as atenções estarão voltadas para ele.
Outro elemento importante nesse processo está relacionado à nossa resiliência, que é a capacidade que cada um de nós tem de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas.
Algumas pessoas têm uma dificuldade muito grande de lidar com as mudanças e se adaptar aos novos cenários em que são inseridas, o que pode desencadear quadros de estresse contratantes. Pessoas assim têm a sensação de que perderam o controle da situação, sendo que na verdade nunca tiveram esse controle, apenas uma falsa ilusão dele e que foi desmantelada pelos acontecimentos que não saíram como planejado.
Diante de mudanças significativas, pessoas com alto grau de resiliência, apesar de sofrerem o baque inicial, rapidamente analisam a situação e percebem a necessidade de se adaptar ao novo cenário. Enquanto pessoas com baixo grau de resiliência muitas vezes ficam paralisadas diante do novo e tentam a todo custo voltar à situação anterior, o que
não é possível, e se deparam com a frustração e o estresse.
Por último, mas não menos importante, gostaria de destacar a importância de nossas ações diante de situações estressoras. Seja em decorrência de questões rotineiras ou daquelas que ocorrem uma vez na vida, a forma como reagimos a cada acontecimento pode ser funcional (resolvendo a situação com o menor dano possível) ou disfuncional (causando ainda mais problemas como consequência dessas ações).
É claro que existem diversos outros fatores que influenciam no surgimento e manutenção do estresse, contudo, acredito que quando descobrimos a importância da forma como percebemos, processamos e agimos diante dos acontecimentos, tomamos consciência de nosso papel para o controle do estresse.
O que nos leva a refletir sobre e da importância de pensamentos como o do filósofo, dramaturgo e escritor francês Jean-Paul Sartre:
“Não importa o que fizeram com você.
O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”.
Um Forte abraço!