Bom dia,

Hoje é quinta-feira (02.12). Contrariando as expectativas, André Mendonça, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e Advogado-Geral da União indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), foi aprovado com relativa facilidade tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), quanto no Plenário do Senado Federal para ocupar no Supremo Tribunal Federal (STF) a vaga deixada pelo ex-ministro Marco Aurélio de Mello. Pelo que disse durante a sabatina na CCJ, a Suprema Corte brasileira ganhou mais um ministro contra a Laja Jato, e que vai se opor à validade da denúncia premiada como prova para condenar réus acusados de corrupção. Mendonça vai se juntar a Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Cássio Marques, da chamada ala legalista do STF, cujas decisões transformaram em pó os resultados da Operação Lava Jato.

André Mendonça disse durante a sabatina algumas coisas que agradaram os ouvidos e a alma dos políticos. Falou que em nome do combate a corrupção não se pode criminalizar a política, os políticos e os agentes públicos. Lembrou que para ele, os fins nunca podem justificar os meios numa crítica velada ao que fizerem em Curitiba, o juiz Sérgio Moro e os procuradores da República durante as apurações da roubalheira de que foi vítima a Petrobrás durante os governos petistas de Lula da Silva e Dilma Rousseff. Disse também que enquanto integrante da Advocacia-Geral de União sempre defendeu os acordos com as empresas, condenadas por conta da Lava Jato. Justificou ser preciso preservar os empregos dos trabalhadores. Tudo muito na linha dos corruptos apanhados em roubalheira e que estão ai leves e soltos.

FICA

A Parabólica e suas poderosas antenas conseguiu ouvir sussurros de uma reunião, na tarde de ontem (quarta-feira), em Brasília, entre o presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto e o deputado federal Édio Vieira Lopes, que preside o partido em Roraima. Costa Neto não escondeu o fato de que lideranças políticas do estado estiveram a sua procura com proposta de adesão ao PL desde que tivessem o controle da sigla em Roraima, levando-a apoiar a candidatura à reeleição do governador Antônio Denárium (PP). Sobre o assunto, Costa Neto teria reafirmado a Édio Lopes, que o comando do PL no estado continuaria com ele, e o aconselhou a conversar com todos os interessados em se filiar ao partido desde que apoiem a reeleição de Bolsonaro e a candidatura de Teresa Surita (MDB) ao governo estadual em 2022.

TELMÁRIO

Virtual candidato a suplente na chapa de reeleição do senador Telmário Mota (PROS), o presidente estadual do Partido Verde (PV), Rudson Leite, garantiu a Parabólica que não existe possibilidade dele desistir da candidatura. Disse que Telmário tem realizado reuniões com até 4.000 pessoas em vários municípios e que tem o apoio de lideranças fortes em todos os municípios de Roraima. O que pode haver é uma mudança de partido, mas Mota não aceita nem conversar sobre a desistência de disputar a reeleição. Quanto ao PV, Rudson Leite garante que o partido tem nomes fortes para disputar as eleições para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa.

QUENTE

Como prevemos ontem, cá da Parabólica, o clima foi quente na Assembleia Legislativa. Na sala onde se reúnem os parlamentares antes de ir para o Plenário, houve acirramento dos ânimos com alteração da voz ente o deputado estadual Jorge Everton (sem partido), o deputado Jálser Renier (Solidariedade) e a deputada estadual Lenir Rodrigues (Cidadania). Everton disse que Lenir não quis ser a relatora da subcomissão que aprecia o pedido de cassação de Jálser, no que foi desmentido com contundência pela deputada. Depois no Plenário, Jorge Everton pediu desculpas públicas a Lenir.

RACHADINHA 1

Ameaçado de cassação, o deputado Jálser Renier (SD) voltou à tribuna da Assembleia Legislativa ontem, e sem meias palavras disse saber de parlamentares que mantém a prática conhecida nacionalmente como “rachadinha”, ou seja, que existem servidores da Assembleia Legislativa que devolvem parte dos seus salários. A acusação veio acompanhada de uma campanha para receber denúncias desses servidores que se sentem prejudicados, de maneira anônima, por meio do aplicativo de mensagens Whatsapp.

RACHADINHA 2

O tom do discurso de Jálser Renier emudeceu os deputados presentes à sessão de ontem, e a maioria dos inscritos para usar a tribuna e discursar simplesmente desistiu de falar. A deputada Betânia Almeida foi uma das únicas que manteve a inscrição, mas usou a tribuna para falar de dois temas completamente alheios às gravíssimas acusações que ecoavam no plenário e nos corredores daquela Casa, onde havia sussurros de que já estaria em poder do Ministério Público Estadual uma suposta denuncia contra parlamentar de Roraima que receberia a “rachadinha” até via PIX.

ÉTICA

O deputado Jorge Everton também se pronunciou, como era esperado desde a sessão de terça-feira, se defendendo das acusações feitas por Jálser de cerceamento dos direitos ao contraditório e ampla defesa no processo de cassação que tramita na Comissão de Ética, a qual é relator, e afirmou ter se sentido “intimidado”. De acordo com ele, a legalidade do processo será respeitada e haverá apuração imparcial.

APURAÇÃO

Sobre o assunto “rachadinha”, Jorge Everton disse que as acusações precisam realmente precisam ser apuradas, mas insinuou que poderiam ser inverídicas e de cunho meramente acusatório. Por outro lado, Everton garantiu que dará andamento a todas as ações que tramitam junto à Comissão de Ética contra deputados estaduais. Em tempo: é sabido que outros deputados estaduais têm processos, inclusive criminais.

FINALMENTE

Por perda de objeto – a Comissão Eleitoral decidiu homologar as duas chapas que concorrem ao pleito-, o juiz federal Hélder Girão Barreto revogou sua própria liminar que mandava suspender a eleição para escolher os dirigentes da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima (OAB-RR). Por conta disso, a coleta dos votos será realizada hoje de manhã (quinta-feira), e vai se prolongar por todo o dia, com previsão de proclamação do resultado até o fim do dia. As duas chapas homologadas são encabeçadas, respectivamente, pelo atual presidente Ednaldo Vidal, candidato à reeleição; e pelo advogado Rodolpho Morais, que já presidiu o órgão.

TERRAS 

 

O presidente do Incra, Geraldo Melo Filho, assinou nesta quarta-feira, dia 1, o título de doação da última gleba que estava faltando para o Governo do Estado. A gleba BR-174 tem mais de 54 mil hectares e está localizada no município de Rorainópolis. 

Com essa medida, o Estado agora detém, de fato e de direito, o domínio das suas terras e não dá mais pra usar o discurso de que não se desenvolve nem melhora a economia por falta de regularização fundiária.

DEMORA

 

E já que falamos no Incra, a Parabólica recebeu reclamações de produtores rurais de vários municípios do interior do Estado sobre a demora no andamento das obras de recuperação de pontes e estradas nos assentamentos. O investimento em infraestrutura conforme anunciado pelo próprio Incra em abril deste ano gira em torno de R$50 milhões, que teriam sido destinados através de emenda parlamentar, mas até agora não houve a divulgação de nenhuma obra concluída.