COLUNA PARABÓLICA

O imbróglio entre Nicoletti e Catarina Guerra

Bom dia,

PINGA FOGO

O deputado federal Antônio Nicoletti, presidente do diretório estadual do União em Roraima e do diretório municipal de Boa Vista, concedeu entrevista ontem ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 100.3, e proporcionou aos ouvintes um verdadeiro pinga-fogo, como o pessoal da imprensa chama as entrevistas com ritmo cadenciado, com perguntas diretas e respostas mais objetivas e recheadas de informação ainda.

HISTÓRICO 1

Nicoletti fez questão de fazer um verdadeiro histórico de todo esse imbróglio em torno da pré-candidatura da deputada estadual Catarina Guerra (União Brasil), que, conforme ele, seria consequência de uma “guerra de egos” de um senador aliado ao governador Antonio Denarium (PP), o qual não nominou, e outros personagens do cenário político, que também preferiu não apontar, e foi enfático ao dizer que o PP “fraquejou”.

HISTÓRICO 2

De acordo com Nicoletti, Catarina deveria ter ido para o PP, partido de Denarium, até o dia 6 de abril, mas teria preferido “arrumar confusão dentro do União Brasil”. “Não vou ceder à pressão política, não adianta me dar espaço no governo ou qualquer situação não republicana”, bradou o deputado, ao dizer que até agora não havia confundido o apoio político ao governo do estado com as decisões em torno das eleições de Boa Vista.

IMATURIDADE

O parlamentar afirmou estar brigando por respeito dentro do seu partido e no contexto político estadual, mas acusou o grupo governista de “imaturidade política”. “Ou você aceita Catarina goela abaixo ou não é mais aliado”, argumentou, ao informar que na sexta-feira, 19, o governador teria dado ordem para exonerar todos os seus indicados para cargos comissionados na estrutura do Estado.

ROMPIMENTO

“Eu não rompi com o governador, para mim nada mudou, continuarei apoiando o governo do estado, mas os partidos políticos têm que ser respeitados. Fui eleito para o diretório municipal e estadual, e estou apenas cumprindo o estatuto do União Brasil”, afirmou Nicoletti, tentando atualizar o status do seu relacionamento com Denarium. No final, ele deixou uma alfinetada e disse que “era para o governador ser o líder político” do grupo.

NEGOU

O deputado negou, e até riu, da teoria, que já começou a ser difundida nos bastidores da política, de que teria barrado a candidatura de Catarina Guerra pelo simples fato de ela ser mulher. Segundo Nicoletti, teria abrigado a parlamentar quando esta teria sido vítima de assédio político e doado mais de R$ 1 milhão de fundo eleitoral para sua campanha. “Foi eleita pela competência, pela pessoa honrosa que é, mas com meu apoio”.

ARTICULAÇÕES

Antonio Nicoletti marcou convenção para o dia 5 de agosto, último dia previsto pelo calendário eleitoral, e disse que até lá segue conversando com lideranças políticas. Ele mencionou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos) e o deputado federal Duda Ramos (MDB), mas disse que não irá coligar com seus partidos. Até agora, anunciou coligação com o Novo.

CANDIDATURA

Fontes da Parabólica dizem que os governistas que gravitam em torno do Palácio Senador Hélio Campos terão dificuldade para encontrar um nome que possa substituir a deputada estadual Catarina Guerra na corrida pelo comando da PMBV. Nomes como o dos senadores Mecias de Jesus (Republicanos) e Hiran Gonçalves (Progressistas) já deram sinais de que não estão dispostos a aceitar o desafio. Restam especulações em torno dos nomes do deputado federal Stélio Dener (Republicanos) e Tayla Peres (Republicanos) para evitar que a base governista fique ausente da disputa pela PMBV.

APOIO

Aliás sobre a anunciada coligação entre o MDB, do prefeito Arthur Henrique e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, um atento observador da política local ligou para a Parabólica para lembrar o que aconteceu na última eleição para o Senado e para o governo do estado. Na convenção para indicar os nomes de Teresa Surita (MDB) e de Édio Lopes (PL) para governadora e vice, respectivamente, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Filho, veio em nome de Bolsonaro, declarar apoio à chapa. No meio da campanha, o então presidente Bolsonaro, apareceu em vídeo pedindo votos para Antônio Denarium (Progressistas) e para o candidato a senador pelo mesmo partido, o então deputado federal Hiran Gonçalves.

CANDIDATO

O Agenda da Semana também entrevistou o até agora único candidato à Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV). Ele é o cirurgião-dentista Lincoln Freitas, e foi indicado candidato pela Federação PSOL/REDE em convenção realizada no sábado (20.07), o primeiro dia permitido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para os encontros dos convencionais. Freitas é ligado as pastorais sociais da igreja católica e militante ambiental e de direitos indígenas.

CANTÁ 1

A convenção do agora candidato a prefeito do município do Cantá, Daniel Trindade, foi um balaio de gato partidário. Ele é do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, que apareceu em vídeo reforçando seu apoio. Já o vice, Ângelo do Cantá, é do MDB, apoiador de primeira hora do presidente Lula. No palanque estavam o ex-senador Romero Jucá e deputados da base aliada do governador Antonio Denarium (PP).

CANTÁ 2

Um desses deputados é o recém-empossado presidente da Federação Cidadania e PSDB, Marcelo Cabral. Além do PL ter postura pública totalmente contrária ao partido de Cabral (Cidadania), o PSDB possui uma pré-candidata naquele município, a vereadora Roberta Peixoto. O atual prefeito, André Castro (PP), é apoiado pelo senador Hiran Gonçalves, principal aliado de Denarium, e pelo deputado Chico Mozart.