Jessé Souza

O jogo sujo 2417

O jogo sujoA desinfecção na política não é fácil e precisa ser muito mais ampla do que um impeachment, que significa muito mais uma disputa pelo poder do que por melhorias no Brasil. É preciso que as pessoas boas e preparadas passem a ocupar a política partidária, e não afugentadas como ocorre atualmente.

Mas como fazer isso se os partidos, no geral, estão nas mãos da canalhice? Talvez a resposta para este questionamento seja a chave para começar a desratizar a política a fim de que as pessoas de caráter possam ocupar os devidos lugares na política partidária.

Da forma que está, com as siglas partidárias servindo ao jogo sujo, alguns sendo usadas apenas para aluguel, tudo é feito para manter a forma espúria de governar o país em todos os níveis. Os partidos acabam se tornando uma máfia a serviço de toda essa bandalheira que se vê no país.

As pessoas honestas não conseguem furar esse bloqueio partidário e são descartadas de acordo com as conveniências e interesses dos verdadeiros donos das siglas partidárias. Se não aceitaram o jogo, sequer conseguem passar nas convenções partidárias.

E tudo isso é feito às claras, porque não há fiscalização nem qualquer forma legal de evitar as tiranias com os partidos. As siglas fazem o jogo dos mafiosos locais e dos coronéis em nível nacional, e tudo bancado com recursos dos contribuintes.

Não há vida dentro dessas siglas para quem pensa em moralizar o bem público e resolver os grandes problemas do Brasil. Porque a regra para ser candidato por um partido é única: fazer parte da bandalheira. Dos mensalinhos e mensalões aos esquemas do petrolão, todas as sujeiras estão expostas em rede nacional.

Embora a sujeira comece nas articulações partidárias, poucos ou quase ninguém falam em desratizar os partidos políticos. E vamos partir para mais uma eleição municipal falando em moralidade e impeachment, mas com os partidos entregues às mesmas máfias regionais e nacionais.

São os mafiosos que decidem quem serão os próximos candidatos, geralmente os “fichas sujas” de sempre, os capangas dos coronéis, os capitães do mato dos mafiosos, os parentes dos corruptos ou o filho ou a filha de quem já pensa em transferir suas heranças malditas.

No meio dessa máfia silenciosa, surgem os partidos de aluguel, aqueles que estão nas mãos dos mercadores eleitorais, que lucram alguma grana em cada pleito para dar apoio ou retirar apoio de acordo com as ordens dessa grande canalhice partidária. E assim se faz o Brasil do impeachment, com corrupto disputando o poder e ainda fazendo essa jogatina parecer moralização.

*JornalistaAcesse: www.roraimadefato.com/main