AFONSO RODRIGUES

O mendigo e a baleia

“Tenho certeza de que um mendigo morrendo na beira da praia causaria menos agitação do que uma baleia. Nenhum greenpeace defensor de humanos se moveria, aliás bandido aqui tem mais defensores do que suas vítimas”. (Lya Luft)

Na verdade, estamos todos encurralados no curral da insignificância. Não sabemos se podemos ou não, perguntar ao sapo, que caminho tomar. As veredas são tantas, que a escolha se torna quase impossível. Foi exatamente o que senti, quando pela manhã, casualmente peguei um livro da Lya Luft e comecei a percorrer as páginas. Deparei-me com essa pérola que está aí em cima. E embora ela tenha escrito isso há décadas, era o que estava se passando pela minha cabeça, hoje. Fiquei feliz com a coincidência. Porque pensamos a mesma coisa. E para não me deixar levar pela sugestão da Lya, resolvi deixar nosso papo para a tarde.

Fiz os deveres domésticos, caminhei pelo quintal e sentei-me, erroneamente, no sofá para assistir ao telejornal. Foi a maior furada. Pelo menos a maioria das notícias batia exatamente com o pensamento da Lya Luft. Pelo menos três criminosos foram mostrados, e em todos eles a mesma coisa: ele já tem sete passagens pela polícia, por crimes tais, tais e tais. Aí sorri no meu interior, me perguntando: como é possível, dentro da civilidade, um criminoso passar várias vezes pela justiça, sendo levado pela polícia? Continuei sorrindo, dando razão à Lya. “…bandido aqui tem mais defensores do que suas vítimas”.

Vamos analisar o problema pelo lado mais racional. Estamos correndo o risco de cairmos em mais uma guerra mundial. E tudo começa no progresso a regresso, na nossa evolução como seres humanos. Então vamos derrubar a árvore, cruzando a estada. Vamos aprender a “pulá pu riba”. Porque ainda estamos nesse nível de evolução racional. Vamos ser mais o que realmente somos. Mas vamos nos lembrar do Joaquim Barbosa: “Somos o único caso de democracia que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram”.

Vamos nos preocupar menos, e trabalhar mais, para sair desse balaio de caranguejos. Mas nos atentemos para o Miguel Couto: “No Brasil só há um problema nacional: A educação do povo”. Nelson Mandela disse: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Vamos fazer nossa parte para podermos viver com tranquilidade e amor. E o caminho mais indicado é o respeito a si mesmo e aos outros. Deixemos a euforia para os despreparados, e façamos o melhor no que fazemos para podermos ser os melhores para tratar melhor os que nos parecem piores. Afinal, somos todos iguais nas diferenças. Pense nisso.

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