O ego é uma força poderosa que reside dentro de todos nós. Não aceite a afirmação que muitos fazem, que dizem: “Eu não tenho ego”, desconfie, pois o ego quando utilizado de forma correta é um forte aliado da auto estima e a auto imagem. Em muitas ocasiões, ele pode ser uma ferramenta útil para construir confiança e direcionar nossas ambições. No entanto, quando descontrolado, o ego se torna nosso maior inimigo, influenciando negativamente tanto a vida pessoal quanto profissional, aniquilando relações, colocando em risco projetos e diminuindo sua capacidade de análise real dos cenários.
A palavra “ego” é frequentemente associada à autoestima e à autoimagem. No entanto, o ego também pode ser definido como a voz interna que exige reconhecimento, superioridade e controle. Ele busca reafirmação constante e muitas vezes age de forma irracional para proteger uma percepção inflada de si mesmo. Quando deixado sem controle, o ego pode nos levar a tomar decisões erradas, prejudicar nossos relacionamentos e comprometer o desempenho de organizações inteiras.
Na vida pessoal, o ego pode se manifestar de várias maneiras. Imagine alguém que insiste em estar sempre certo, o famoso “professor de Deus”, mesmo em situações onde não possui conhecimento suficiente e até mesmo sem razão alguma de defender suas ideias e percepções. Essa necessidade de validação constante cria barreiras para o aprendizado e a melhoria pessoal, cria um ser supremo que se fecha feito um repolho e não aceita o conhecimento como algo agregador, já que para ele, o saber vem dele e não do mundo. O ego também pode alimentar sentimentos de inveja, raiva ou ressentimento, ao compararmos nosso progresso com o de outras pessoas. Essas emoções negativas não apenas minam nosso bem-estar, mas também nos afastam de relações saudáveis e de um crescimento genuíno.
Nas organizações, os danos causados pelo ego são igualmente devastadores. Líderes que permitem que o ego domine suas decisões frequentemente priorizam suas próprias ambições pessoais em detrimento dos interesses da equipe ou da empresa. Eles podem rejeitar ideias inovadoras simplesmente porque não foram as suas ou porque sentem que sua posição de autoridade está sendo desafiada. Isso cria um ambiente tóxico, onde a colaboração é sufocada, e o progresso é comprometido.
Considere, por exemplo, uma equipe de trabalho onde um gerente insiste em centralizar todas as decisões. Por medo de parecer vulnerável ou de perder o controle, esse líder impede que outros contribuam de maneira significativa, aliviando a sobre carga criada por quem acredita, que por conta do ego, é invencível, perfeito e dono da verdade. A longo prazo, isso desmotiva a equipe, reduz a criatividade e cria uma cultura de medo e conformismo. Um ambiente assim dificilmente alcançará o potencial pleno, pois o ego desse líder se tornou uma barreira para o sucesso coletivo.
Outro aspecto destrutivo do ego é a incapacidade de aceitar feedback, de receber críticas, pois para ele só cabem elogios. Tanto indivíduos quanto organizações prosperam por meio do aprendizado contínuo. No entanto, o ego inflado nos faz resistir a críticas construtivas, mesmo quando estas são essenciais para o progresso e desenvolvimento de um planejamento a curto, médio ou longo prazo. Essa resistência ao feedback cria uma mentalidade estagnada, ultrapassada e mesquinha onde erros se repetem e oportunidades de crescimento são desperdiçadas.
O impacto do ego também pode ser observado em situações de conflito. Muitas vezes, conflitos que poderiam ser resolvidos de forma simples acabam se tornando grandes problemas devido ao orgulho e à recusa em ceder. Relacionamentos são rompidos, equipes são fragmentadas e projetos são abandonados porque nenhuma das partes está disposta a admitir erros ou buscar um compromisso, um pacto de paz em favor da coletividade, deixando de lado seu pobre e únicos umbigos.
No entanto, reconhecer que o ego é um inimigo não significa que ele deve ser eliminado por completo. O ego tem sua função, e a chave está em equilibrá-lo e para isso podemos adotar algumas práticas e posturas, como por exemplo:
Pratique a humildade: A humildade não é sinal de fraqueza, mas sim de confiança e sabedoria. Reconhecer que não sabemos tudo e que podemos aprender com os outros é fundamental para o crescimento.
Aceite feedback: Esteja aberto a ouvir críticas e use-as como oportunidades para melhorar. Isso não apenas ajuda no desenvolvimento pessoal, mas também fortalece os relacionamentos.
Promova a colaboração: Em organizações, crie espaços para que todos possam contribuir. Valorizar as ideias dos outros não diminui seu próprio valor; pelo contrário, enriquece o resultado final.
Pratique a auto-reflexão: Reserve um tempo regularmente para avaliar suas ações e motivações. Pergunte a si mesmo: “Estou agindo pelo bem coletivo ou apenas para satisfazer meu próprio ego?”
Busque crescimento em vez de validação: Substitua a necessidade de reconhecimento pela busca por melhorias reais. O progresso é mais valioso do que o aplauso momentâneo.
Ao abordar o ego de maneira consciente, não apenas nos tornamos indivíduos melhores, mas também contribuímos para ambientes mais saudáveis e produtivos. Organizações que promovem uma cultura de humildade e colaboração colhem os benefícios de equipes motivadas, inovadoras e resilientes.
O ego pode ser um inimigo poderoso, mas é possível derrotá-lo com autoconhecimento, humildade e uma disposição genuína para crescer. Quando aprendemos a gerenciar o ego, abrimos as portas para um mundo de possibilidades, tanto em nossas vidas pessoais quanto nas organizações em que atuamos.
Jamais devemos esquecer que: “Nascemos sem saber nada e morreremos sem saber tudo”.
Por: Weber Negreiros
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