Bom dia,

Hoje é sexta-feira (18.09). O secretário de Estado -aqui é o equivalente ao ministro das Relações Exteriores, com mais poder-, Mike Pompeo, dos Estados Unidos da América, faz uma rápida visita a Boa Vista hoje, vindo desde Georgetown, a capital da República Cooperativista da Guiana. O secretário estadunidense, maior autoridade depois do presidente da República no contexto das relações internacionais daquele país, visita o Brasil, através da Amazônia, a pouco mais de um mês das eleições presidenciais norte-americanas e a quatro dias do discurso, que será gravado por conta da pandemia do Covid19, do  presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) na abertura da reunião anual de Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), que ocorre na próxima terça-feira (22.09), em Washington.

Embora não sejam esperados resultados concretos da visita, a vinda de Mike Pompeo a três países que fazem limites com a Venezuela -daqui ele vai para a Colômbia-, tem objetivos políticos bem definidos, que podem gerar ganhos eleitorais ao presidente Donald Trump, que tenta reeleição, mas continua atrás nas pesquisas de intenção de votos para Joe Biden, seu concorrente do partido Democrata. Os estrategistas do partido Republicano sabem que a rejeição ao ditador venezuelano Nicolás Maduro é quase uma unanimidade ente os eleitores estadunidenses. Ao sinalizar que continua empenhado em derrotar Maduro, Trump ganha a simpatia dos eleitores que comungam a ideia de que é preciso regatar o futuro dos venezuelanos.

Já o governo brasileiro -o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, virá de Brasília para uma reunião com Pompeo em solo boa-vistense-, tem a expectativa de  conseguir junto ao visitante alguma palavra de apoio à política ambiental do governo Bolsonaro em relação a Amazônia, no exato momento em que oito países europeus aumentam a pressão contra o desflorestamento da região, com ameaça de boicote nas relações comerciais e financeiras contra o Brasil. Uma palavra de simpatia do governo norte-americano ao Brasil também cairia como uma luva, nesta antevéspera do discurso do presidente brasileiro na abertura dos trabalhos da Assembleia Geral da ONU.

GUIANA

Mike Pompeo como se disse acima iniciou sua vista a Amazônia pela Guiana, pais que segundo muitos analistas econômicos pode multiplicar por mais de 20 vezes o tamanho do seu Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos cinco anos, por conta da descoberta e exploração de petróleo em sua costa atlântica. A soberania guianense sobre o território e o mar territorial (Território do Essequibo), onde se concentra a descoberta e exploração do petróleo é contestada pela Venezuela de Nicolás Maduro. A principal petroleira que explora a região é a norte-americana Exxon, e Pompeo pode ter dito ao novo presidente guianês Irfaan Ali, que pode contar com apoio dos EUA contra uma eventual aventura e invasão ao território daquele país por forças comandadas por Maduro.

SÓ DEPOIS

Fontes da Parabólica garantem que a discussão e aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021, cujo projeto de lei foi enviado pelo governador Antônio Denárium (sem partido) a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) faz mais de dois meses, só ocorrerá depois das eleições municiais. Como a eleição para prefeito de Boa Vista, a principal de todas, pode ser disputada em segundo turno, isso implica que a discursão e aprovação da LDO/2021 só vai ocorrer no final de novembro próximo. E sem aprovação da LDO, não será possível o encaminhamento da Lei Orçamentária anual (LOA)/2021. Isso pode significar que o estado pode entrar o próximo ano sem orçamento para executar.

MAIS CALMA

Depois do impacto inicial, o resultado das convenções que indicaram as candidaturas da deputada federal Sheridan Oliveira (PSDB) e do deputado federal Ottaci Nascimento (Solidariedade) começa a ser absorvido pelos apoiadores do governador Antônio Denárium (sem partido) e os apoiadores do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Jálser Renier (Solidariedade). “Bombeiros” tentam apagas as chamas iniciais e costuram um acordo para um eventual segundo turno. Os dois grupos assumiriam o compromisso de apoio mútuo, caso um deles passe para o segundo turno.

VELHOS TEMPOS

O PSOL, do candidato à PMBV, Fábio Almeida, como nos velhos tempos dos anos 60 e 70 do Século XX, pretende fazer uma manifestação contra a presença do secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), Mike Pompeo. Naquela segunda metade do século passado, o EUA era um país com hegemonia militar e econômica única no Ocidente; e o fora “imperialistas” era o principal mote da esquerda brasileira. Hoje, no caso brasileiro, a China é principal hegemonia, especialmente econômica, que sufoca os interesses nacionais. O mundo mudou.