Bom dia,
Hoje é sexta-feira (08.01). Pois é, a chamada maior democracia do Ocidente teve seu dia de republiqueta de banana. A invasão do Capitólio, a sede do poder legislativo dos Estados Unidos da América, por uma horda de extremistas representou um golpe de desprestígio e descrença nas instituições estadunidenses que garantem por século a democracia naquele poderoso país. Do ponto de vista militar, equivale a imaginar a tomada da sede do Pentágono, a instituição símbolo do poder hegemônico da maior potência militar que já se teve na história do mundo. E o pior, a invasão do Capitólio foi incentivada pelo ocupante da Casa Branca, a sede do poder executivo ianque, que antes de tomar posse jurou cumprir na integralidade a Constituição que fez nascer o Estado norte-americano por vontade dos cidadãos e cidadãs que habitavam as 13 colônias inglesas no Continente Americano do Norte.
É um duro golpe no estilo dos ianques, que faz tempo, e especialmente desde a Segunda Guerra Mundial, se deram ao papel de xerife das democracias e dos governos de todo o planeta. Deve ser duro, ainda mais no orgulho dos estadunidenses, receber repreensão de Nicolás Maduro, que está bem distante de alguém capaz de ministrar aulas de respeito às normas democráticas. As lideranças políticas e da sociedade organizada dos Estados Unidas ainda estão perplexas, e sem saber de que forma vão reagir contra a agressão às suas instituições, de que tanto se orgulhavam. Vão ter de fazer algo, caso contrário, o que foi um episódio lamentável, pode virar corriqueiro num processo de corrosão das bases principais da democracia representativa.
E os efeitos do que ocorreu nos Estados Unidos, com certeza anima extremistas de todos os cantos do mundo, agravando ainda mais as frágeis instituições da democracia representativa, tanto aqui na América Latina quanto na África e no Oriente Médio. Tem sido assim ao longo da história, até porque de alguma forma, essa manifestação pode ser a ponta de um imenso processo de descrédito das pessoas em relação à capacidade de suas instituições darem respostas eficazes às suas demandas sociais e econômicas. E esse caldo de descrença é ingrediente poderoso para ser aproveitado por extremistas, de direita ou de esquerda, de plantão.
REPETIÇÃO
E ao comentar o episódio da invasão do Capitólio, nos Estado Unidos, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a dizer que o processo de votação e apuração de eleições no Brasil, através de urnas eletrônicas é falho e pode ser facilmente fraudado. Ele defende que na próxima eleição de 2022, a Justiça Eleitoral adote o voto impresso para facilitar a conferência do resultado das urnas, pelo menos em forma de amostragem. Bolsonaro disse que a causa que levou a invasão da sede do poder legislativo norte-americano foi devida às suspeitas de que a eleição do democrata Joe Biden foi fraudada, e se o Brasil insistir na votação e apuração de votos através das urnas eletrônicas, sem impressão, o mesmo pode acontecer por aqui em 2022.
AMEAÇA?
Ao chancelar o discurso de Donald Trump, que não aceita o resultado da eleição que o derrotou por larga maioria de delegados e de leitores; as afirmações do presidente Jair Bolsonaro de que no Brasil pode acontecer o mesmo grau de insatisfação popular com o resultado da eleição em 2022, se for mantido o sistema eletrônico de votação e apuração das urnas sem impressão dos votos, estão sendo vistas como uma ameaça ao Congresso Nacional e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que mudem a legislação eleitoral brasileira. Parlamentares e juristas deram declarações contra o que eles consideram uma ameaça do presidente à democracia tupiniquim.
RÁPIDAS
Fontes da Parabólica dizem que até ontem, a maioria dos deputados estaduais não tinha qualquer ideia de quando a discussão e votação da Lei Orçamentária Anual do estado para 2021 seria colocado em pauta pela Mesa Diretora. ### Um deputado disse a Coluna que tudo indica que a LOA será aprovada na íntegra e sem alteração da proposta encaminhada pelo Executivo. ### O Supremo Tribunal Federal mandou arquivar o único processo que tramitava naquela instância judicial contra a deputada federal Sheridan de Oliveira (PSDB) . A denúncia contra a parlamentar foi feita a partir de notícia vinculada por um órgão de imprensa ligado ao ex-senador Romero Jucá (MDB). Sheridan disse a Parabólica que agora vai buscar na justiça a reparação por danos que sofreu. ### Na visita que fez a Boa Vista, o candidato governista à presidência da Câmara Federal, deputado federal Arthur Lira (PP), conversou com metade da bancada federal roraimense: Hiran Gonçalves (PP), Ottaci Nascimento (SD), Haroldo Cathedral (PSD) e Édio Vieira (PL); que não saiu na foto porque saiu rapidamente do encontro no Palácio Senador Hélio Campos em virtude de ainda estar se recuperando da Covid19. ### Até segunda.