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O RESPEITO AS DIFERENcAS E A CULTURA DOS POVOS 14920

O RESPEITO AS DIFERENÇAS E A CULTURA DOS POVOS

Os contrastes continuam a ser uma realidade no Brasil e com a chegada de mais uma copa do mundo, o sonho de vários jovens de jogar em grandes times começa a andar pelo subconsciente. Um sonho merecido, mas enquanto nosso Brasil insistir em patrocinar a copa do mundo da ignorância e da vergonha, nossas crianças, jovens e adultos continuaram a terceirizar seus sonhos na mão de quem só consegue pensar em si e em nada mais.

Estamos começando uma copa do mundo, que vem sendo organizado pelo Catar há mais de 12 anos e justamente nas horas que antecederam a abertura da 22ª edição do mundial, começamos a ouvir e observar um monte de discursos sobre a forma como o país conduziu as construções, sua forma de contratação de mão de obra, seus hábitos e culturas. O interessante de tudo isso é que está sendo feito com a presença de milhares de pessoas vindas de todos os cantos do mundo e que para chegar ao Catar gastaram e quebraram muitos cofrinhos, afinal de contas um belo chopp no Brasil você encontra por 15 ou 20 reais e no país sede da copa do mundo, você paga a bagatela de 74 reais, e o legal de tudo isso é que o povo está consumindo sem chorar. 

Ninguém está sendo forçado a nada no Catar, estão lá por decisão própria, livres de escolher o que consomem, mas que alguns “Cavaleiros do Apocalipse” de plantão e que estão a alguns milhares de quilômetros de distância e tem como grande legado na vida, vender a desgraça e a desunião, começaram a agir, a pensar que são os salvadores do mundo com seus pensamentos pequenos e tacanhos. Eles estão questionando tudo o que foi feito, a forma como foi feito e o que levou um país do Oriente Médio a montar uma copa, que há meses, toda sua estrutura já estava pronta, enquanto as últimas 3 edições da copa do mundo, inclusive a realizada no Brasil, o jogo estava acontecendo e pregos eram postos, pinturas em rodapés eram feitos e improvisos vexatórios tomavam conta do evento.     

Muita gente achou que a fala do sueco e presidente da FIFA, Gianni Infantino foi dura, áspera e cruel. Na minha opinião ele falou o que deveria ser dito pelo maior gestor do futebol mundial que resumo em um trecho e que adequo ao nosso texto: “Independente de quererem assistir ou não a edição do Catar, esses mesmos críticos de plantão, irão suspender as suas críticas para assistir aos jogos dos seus países. Nesse período o futebol é o que aproxima as pessoas, sejam elas iguais ou não, gays ou não, pretos ou não, migrantes ou não, enfim a hipocrisia cede lugar a união dos povos trazidos pela copa do mundo”.

Ao trazer esse exemplo para o nosso dia a dia, chegamos à conclusão de que estamos vivendo exatamente o que o Brasil se transformou. Vivemos em um país do “mimimi”, onde ministros chegam a classificar “negros melhores” pelo canudo de um doutorado na França. Que o ser humano negro precisa de cotas, pois ele, sem nenhum tipo de critério, é classificado como intelectualmente inferior a um branco. Que mazelas da sociedade, que sempre existiram, são tratadas como algo potencializado nos dias atuais. O complicado é que não vejo ninguém e nenhum veículo de comunicação falando ou tratando que com as redes sociais muita coisa passou a ter voz e chegar ao conhecimento de todos (sejam dados fakes ou não). Antes o feminicídio, crimes contra a honra, violência contra a mulher, consumo de drogas crescente, não chegavam a todo lugar, muitas informações eram guardadas e serviam como vergonha para quem havia sido alcançada pelas barbarias e hoje chegam a todo lugar, o povo tem voz, mas precisa ter vez.

Vivemos um país pós eleição totalmente dividido, onde manifestações pacíficas são tratadas como eventos antidemocráticos, um atentado à democracia, mas esses mesmos eventos se comparados ao final do governo petista de Dilma Rousseff, onde as as pessoas foram para as ruas pedir a sua saída, seu impeachment (não entro no mérito dos motivos, porque o jogo, quem decide está muito acima de nós, ou melhor, está não mão dos que se acham professores de Deus) e o que vimos foi nascer no Brasil os tais Black Boxs que saqueavam lojas, brigavam entre si, criavam clima de terror entre as pessoas e colocaram para fora o pior que o brasileiro tem: “o de achar que dá para levar vantagem em cima de tudo, inclusive da desgraça do próprio povo”.  

Nossas autoridades (em todos os níveis de poder) e alguns membros da alta cúpula política brasileira (executivo, legislativo e judiciário) esqueceram do artigo mais importantes da nossa constituição de que “todos são iguais, independente de cor, gênero, credo”, e que o que estamos vivendo é um apartheid patrocinado pelo poder público que acha que dividindo em cotas iguais você cria times de futebol para disputar uma taça, a taça da vergonha e da ignorância. E é fácil explicar essa afirmação, já que quem deve fazer as leis, julgar o que deve ser julgado e cuidar do equilíbrio das contas do nosso país, não são impactados por isso, pois os cargos são vitalícios (alguns não totalmente, mas tem gente que se eterniza na política), salários altíssimos, regalias que um cidadão brasileiro comum, formado nas escolas públicas e que nunca chegara a fazer um doutorado na França jamais usufruirá dessas regalias. O pior de tudo isso é ver que esses DEUSES, ou melhor, acho que no Brasil já foram promovidos a PROFESSORES DE DEUS, estão assistindo ao caos de camarote e esquecem que os gritos das ruas, independente de que lado venham, devem ser ouvidos e escutados, pois a Justiça pode até ser cega, mas o povo não é cego e nem mudo. O que estamos vivendo no Brasil é um crime contra o povo brasileiro, um país que se dividiu, não de hoje, e que nos levou a uma triste constatação. O brasileiro está chegando ao seu limite, descobriu que temos que ter vergonha até se sermos honestos, de que a malandragem tomou conta do País e está institucionalizada, onde jamais poderia estar.

Em 1914, no senado brasileiro, Rui Barbosa em seu discurso proferiu a celebre frase: De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. 1914, Mais de cem anos tem esse discurso e o que vemos é ele se tornar cada vez mais atual e o seu povo cada vez mais fraco e sem forças para reagir.

Que a copa do mundo traga a alegria e que essa dure pelo menos o tempo de sua realização. Que o brasileiro pare de se deixar ser levado pelos eventos que tiram o foco principal da nossa luta, que é tornar o gigante BRASIL um pais que tem um povo alegre, que tem riquezas incontáve
is, é respeitado no mundo, mas mais do que isso, precisa ser temido, porque o Brasil é dos brasileiros e só consigo sentir orgulho do que me sinto pertencente e incluído, e o brasileiro tem que tomar pra si o orgulho que lhe foi roubado por anos e anos e voltar a gritar
EU SOU BRASILERO COM MUITO ORGULHO E COM MUITO AMOR .  

Por: Weber Negreiros