Bom dia,
Hoje é quinta-feira (10.03). Rubens Barbosa, diplomata aposentado, foi embaixador brasileiro nos Estados Unidos e na Inglaterra. É um daqueles quadros do Itamaraty que fizeram da diplomacia brasileira uma das mais admiradas do Mundo. Especialista, erudito e inteligente, Barbosa tem uma visão lúcida com relação à posição brasileira, muito próxima a do atual governo brasileiro, em relação ao conflito bélico que ameaça tomar conta da velha, conflituosa e imperialista Europa. Para ele, e conforme qualquer manual básico de Relações Internacionais, Brasil não tem qualquer razão objetiva para mergulhar a fundo no conflito, embora reconheça que neste mundo interconectado de hoje, os efeitos dele vai nos atingir de alguma forma.
Mas, como brasileiro que se ocupa de pensar sobre o seu país, Rubens Barbosa diz que a ocorrência dessa escaramuça envolvendo a Rússia, alguns países europeus e o bélico Estados Unidos, presidido pelo democrata e imperialista Joe Biden, revela alguns aspectos que nos levam a olhar para dentro do nosso país. Um deles é a extrema dependência do Brasil em relação ao resto do mundo. Por exemplo, faz sentido que o Brasil, uma das maiores potências agrícolas do Planeta; país tido como estratégico para a garantia da segurança alimentar da população mundial tenha uma dependência de mais de 80% da importação de fertilizantes para realizar suas safras?
Essa é uma questão fundamental que deve ser enfrentada pelos brasileiros; e tem outras como é exemplo o problema da matriz energética do Brasil, que é um dos países com a possibilidade de ter uma das energias elétricas mais limpas e baratas do Mundo. Apesar da paralisação da construção de hidroelétricas nas últimas décadas vem de fonte hídrica mais de 60% da energia elétrica do nosso país. E o Brasil tem possibilidade de dobrar a geração hídrica de energia elétrica, limpa, barata e renovável; e ainda mais, nós dominados completamente o ciclo da tecnologia para a implantação de usinas hidroelétricas. Em vez disso, há uma orquestração no país para a substituição da energia de fonte hídrica pela alternativa da solar e eólica, cuja tecnologia temos de importar.
E onde está a raiz da tanta estupidez? É evidente, nós temos uma das mais ativas vanguardas do atraso de todo o Planeta. Há uma elite que está infiltrada na imprensa; nas redes sociais; nas universidades; na política; nas artes de todo gênero; na burocracia estatal brasileira, que a serviço do Sistema Internacional de Meio Ambiente, na sua versão mais dura e radical, tenta manter o Brasil nas amarras do atraso e da dependência internacional. Essa elite é infelizmente para nós; barulhenta, ativa e muito bem financiada, quase sempre com dinheiro de fora e também com recursos públicos. Delas fazem parte os órfãos da antiga Lei Rouanet, desidratada no atual governo.
Faz parte também dessa mesma elite à esquerda, também órfã da bandeira do coletivismo desde que a antiga União Soviética ruiu entre o final do Século XX e o início do atual; e a China de Mao virou uma economia capitalista com imensa desigualdade social. Essa esquerda, fundamental para nossa trajetória de construção de uma sociedade mais justa e solidária, toma o caminho enviesado do ambientalismo exacerbado; e sem pressentir faz parceria ao grande capital internacional que deseja manter o Planeta desigual como ele é hoje.
Quer o leitor e a leitora da Parabólica um exemplo do que estamos falando? Basta lembrar as manifestações promovidas por essa gente, ontem, em Brasília. Menos de uma semana após o país iniciar uma discussão sobre a sua dependência de importar insumos para tocar a agricultura, a Praça dos Três Poderes foi tomada por centenas de manifestantes, e de bandeiras vermelhas do Movimento dos Sem Terras (MST) em atos contrários à discussão pelo Congresso Nacional sobre a possibilidade de exploração mineral em áreas indígenas. E suas lideranças foram recebidas pelo presidente do Senado Federal, pelos ministros ativistas do Supremo Tribunal Federal. (STF). Não visitaram o presidente da Câmara dos Deputados, afinal, seu presidente conseguiu aprovar o regime de urgência para a discussão da matéria.
Perdão, leitor/leitora, por ocupar quase todo o espaço da Parabólica, com essa pauta, mas ela é fundamental para nosso futuro enquanto país. E também para o desenvolvimento de Roraima, que continua sendo o único estado sem interligação no sistema energético brasileiro, por conta desse mesmo grupo, que se alia ao interesse econômico de quem lucra, e muito, com a energia poluente e cara das termoelétricas.
RÁPIDAS
A destituição do presidente nacional do PROS, pela justiça de Brasília, repõe no jogo político/eleitoral roraimense o ex-deputado federal Márcio Junqueira. Ele tem ligação muito próxima com o novo presidente nacional daquele partido, e deve indicar os novos dirigentes do PROS no estado. ### E Rodrigo Pacheco, hein? Sem pontuar nas pesquisas sobre intenção de votos, ele anunciou, ontem, que não será mais candidato a Presidência da República pelo PSD, de Gilberto Kassab. Alegou que tem coisa mais importante para fazer como presidente do Senado Federal. ### Com a desistência da Rodrigo Pacheco tudo indica que o deputado federal Haroldo Cathedral (PSD) não será candidato ao governo do estado na eleição de outubro. Deve apoiar a candidatura do filho, Zé Haroldo Cathedral (PSD) a deputado federal. ### Até amanhã.