Jessé Souza

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Operação policial a servir de exemplo: não se pode mais exigir menos do que isso

Jessé Souza*

A prisão do bandido que matou um sargento da reserva da Polícia Militar no balneário Cauamé, durante um assalto no dia 18 de janeiro, serviu para mostrar que, quando as autoridades querem, o Estado consegue cumprir com sua obrigação na segurança pública. Uma super mobilização levou ao desfecho do caso em 13 dias, com todo o bando preso e um deles morto.

É essa eficiência que o contribuinte roraimense tanto almeja para frear a criminalidade que se abate sobre a população e avança nos bairros periféricos onde bandidos venezuelanos e brasileiros tocam o terror. Está comprovado que competência e estrutura existem quando a caçada ao bandido foragido reuniu não apenas a ação da Polícia Civil, responsável pela investigação e captura.

Todos os setores da PM foram mobilizados, além da Força Tarefa de Segurança Pública, com apoio logístico da 1ª Brigada de Infantaria de Selva e apoio técnico da Superintendência da Polícia Federal, pelo apoio técnico concedido à operação. E todos estão de parabéns, pois se tratava de um homicida que já possui outra condenação e extensa ficha criminal.

A sociedade toda estava torcendo e contribuindo para que a prisão ocorresse e todos os bandidos fossem tirados de circulação. Afinal, tratou-se de um crime que abalou a opinião pública, cujo clamor só reforçou a necessidade das autoridades em agirem rápido e com eficiência para capturar o único foragido.

Agora, com essa demonstração de força, a sociedade espera que tudo isso não tenha sido motivado apenas por vingança pelo fato de a vítima ter sido um policial militar. Espera-se que seja uma mobilização constante, em favor de todos os pais e mães de família que estão vivendo sobressaltados dentro de suas casas, alarmados com casos quase diários da criminalidade.

Um detalhe importante é que as informações levaram ao conhecimento das autoridades dando conta de que o bandido estava em uma área de garimpo na região do Rio Uraricoera, o que levou as polícias a intensificarem a fiscalização a esta atividade ilegal, sufocando o abastecimento de suprimentos e combustíveis. Isso levou inclusive os garimpeiros a se mobilizarem para pegar o foragido.

Significa que as autoridades sabem muito bem onde agir contra o garimpo ilegal e não o fazem porque não há interesse político nisso, embora seja uma atividade fora da lei e que provoca danos e sérios riscos ao futuro de toda sociedade. E essa super operação apenas confirma isso e mostra uma ação movida por interesse dos policiais em fazer justiça a um colega de farda assassinado.

A sociedade precisa cobrar, desta feita, que as forças policiais continuem mobilizadas para devolver ao Estado a tranquilidade que os cidadãos tanto almejam, com o controle da criminalidade e as políciais funcionando articuladamente para o enfrentamento à violência que se abate contra as famílias que moram nos bairros tomado pelos bandidos.

O momento é ideal para a sociedade também perceber que ela é importante para denunciar e abastecer as polícias com informações que ajudem a enfrentar o crime. Essa grande operação agora precisa servir de modelo para agir daqui para frente. Não se pode exigir menos do que foi exibido nesta força tarefa para prender um bandido matador de policial.

Ou agora todos vão para casa com sensação de dever cumprido, por fazer justiça a um colega de farda, e tudo continuará como antes, todos em sua zona de forto e o governo sem vontade política?

*Colunista